GREVE NACIONAL PETROLEIRA: A MAIS FORTE DA CATEGORIA NOS ÚLTIMOS ANOS
Por direitos, emprego
e soberania
Federação Nacional
dos Petroleiros
A Petrobras, uma das
maiores empresas do mundo, vem passando por um processo de desmonte que
perpassa por diversos governos. No entanto, sob o governo de Bolsonaro, esse
processo tem sido aprofundado a passos largos.
Sob o fogo de
diversos ataques econômicos, o governo busca o fechamento de unidades,
demissões, precarização das condições de trabalho através do desrespeito do
Acordo Coletivo de Trabalho, sob a cumplicidade do Judiciário que mediou o
conflito.
Não é à toa que a
categoria ao entrar em greve no último dia 01/02/2020 tomou como uma pauta
central a reversão das demissões de mais de mil trabalhadores, consequência do
fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados Araucária, no Paraná
(FAFEN-PR).
ATOS E VENDA DE GÁS
POR PREÇO JUSTO MARCAM UMA SEMANA DE GREVE NO LITORAL PAULISTA
Na segunda-feira
(17), dando sequência aos atos unificados, como os já realizados nos terminais
de Alemoa, em Santos, Pilões e RPBC, em Cubatão os petroleiros em greve estarão
no edifíco sede da Petrobrás, no Valongo, em Santos. Convidamos todos e todas,
trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas a se juntarem a mais um
grande dia de luta dessa, que já é a maior greve desde 1995!
As bases do Litoral
Paulista se mobilizaram nesta sexta-feira (14), em ato unificado de greve, em
solidariedade aos trabalhadores da Fafen Araucária-PR, que hoje começam a ser demitidos
da fábrica, que será fechada.
Na RPBC, o ato contou
com a participação do Sintrajud, Sintracomos, Sindicato dos Jornalistas,
Bancários, Sindicato dos Servidores de Santos, Comissão de Desempregados,
Metalúrgicos e movimentos sociais, que ajudaram a parar os trabalhadores
próprios e terceirizados nas portarias 1 e 10, que participaram da mobilização.
Também na UTGCA, em
Caraguatatuba, houve corte de rendição e ato com 100% do turno e parte do
administrativo. No Tebar, em São Sebastião, onde a contingência do sindicato
está operando a unidade, os petroleiros em greve se reuniram em frente ao
terminal e gravaram um vídeo, com palavras de apoio aos companheiros que estão
acampados na sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro e na sede da empresa, em
Araucária.
Na manhã desta
sexta-feira (14) os petroleiros da manutenção da P-66 e P-67 resolveram se
juntar ao movimento nacional e não realizaram o embarque nas plataformas. Eles
se uniram aos trabalhadores das plataformas P-66, P-67, P-69, Mexilhão, Sala de
Controle Remoto (SCR) de Mexilhão e parte da Programação de Manutenção de Base
do Edisa. Isso demonstrou que os embarcados vêm comprovando que honram o
histórico de lutas da categoria petroleira do Litoral Paulista. Eles resistiram
à pressão e ao assédio por parte da gerência das unidades e não titubearam em
cruzar os braços. Vale ressaltar que os petroleiros dessas plataformas são
responsáveis por cerca de 50% da produção nacional de pré-sal.
Campanha de gás de
cozinha a preço baixo
Repetindo a campanha
que na quinta beneficiou 250 famílias em Santos e São Sebastião, durante todo o
ato na RPBC, que durou cerca de três horas, mais famílias puderam adquirir um
dos 250 botijões de gás que foram vendidos para a população de Cubatão, que já
na madrugada esperava pela oportunidade de comprar gás por R$ 32.
No porto de Miramar,
em Belém, base do Sindipetro do PA/AM/MA/AP, o sindicato também disponibilizou
botijões a preço de custo para a população.
A iniciativa de
vender gás em conta faz parte da campanha dos petroleiros em greve, para
alertar para a população que a política de preços da Petrobrás, pareada ao
mercado internacional, beneficia a importação de combustíveis e GLP e causa
desemprego no país.
Greve nacional
Os petroleiros de São
José dos Campos realizaram protesto na Revap, que contou com adesão dos
petroleiros do turno, que seguem na greve, do H.A., que realizou duas horas de
atraso.
A greve nacional
petroleira entra no 14º dia (o sétimo nas bases do Litoral Paulista) e a cada
dia mais unidades aderem o movimento. Nesta sexta foram contabilizados 116
unidades, em 13 estados e mais de 20 mil trabalhadores de braços cruzados
contra a retirada de direitos e a venda de ativos.
De acordo com o
Sindipetro do Paraná, pelo menos 144 trabalhadores da fábrica já receberam
telegramas de convocação para comparecer a hotéis da região de Araucária, onde
seriam feitas a partir de hoje a rescisão dos contratos de emprego, o que viola
o Acordo Coletivo de Trabalho.
Acampados há 23 dias
em frente à Fafen, petroleiros e petroquímicos realizaram pela manhã um grande
ato em Araucária, denunciando mais essa arbitrariedade da gestão da Petrobrás.
Os trabalhadores queimaram os telegramas com os comunicados de demissão.
Somam-se à greve os
trabalhadores da P-57, plataforma do pré-sal que opera na Bacia do Espírito
Santo e na Bacia de Campos, mais duas plataformas também aderiram à greve:
PNA-1 e a P-40. Já são 35 de um total de 39 plataformas da região que estão na
luta para reverter as demissões na Fafen-PR.
Mesmo com o forte
assédio por parte da empresa e do judiciário, que representado pelo ministro
Ives Gandra tem estipulado quesitos impossíveis de serem alcançados para se
manter a greve sem punições aos sindicatos e trabalhadores, a categoria está
com disposição de lutar e pronta para enfrentar o que vier.
Estamos em greve e
mobilizados!
Quadro nacional da
greve – 14/02
56 plataformas
11 refinarias
23 terminais
7 campos terrestres
7 termelétricas
3 UTGs
1 usina de biocombustível
1 fábrica de fertilizantes
1 fábrica de lubrificantes
1 usina de processamento de xisto
2 unidades industriais3 bases administrativas
A greve em cada estado:
Amazonas
Termelétrica de Jaraqui
Termelétrica de Tambaqui
Terminal de Coari (TACoari)
Refinaria de Manaus (Reman)
Ceará
Plataformas – 09
Terminal de Mucuripe
Temelétrica TermoCeará
Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor)
Rio Grande do Norte
Plataformas – PUB-2 e PUB-3
Ativo Industrial de Guamaré (AIG)
Base 34 e Alto do Rodrigues – mobilizações parciais
Pernambuco
Refinaria Abreu e Lima (Rnest)
Terminal Aquaviário de Suape
Bahia
Terminal de Candeias
Terminal de Catu
UO-BA – 07 áreas de produção terrestre
Refinaria Landulpho Alves (Rlam)
Terminal Madre de Deus
Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO)
Espírito Santo
Plataforma FPSO-58
Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR)
Terminal Aquaviário de Vitória (TEVIT)
Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC)
Sede administrativa da Base 61
Minas Gerais
Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité)
Refinaria Gabriel Passos (Regap)
Rio de Janeiro
Plataformas – PNA1,
PPM1, PNA2, PCE1, PGP1, PCH1, PCH2, P07, P09, P12, P15, P18, P19, P20, P25,
P26, P31, P32, P33, P35, P37, P40, P43, P47, P48, P50, P51, P52, P53, P54, P55,
P56, P61, P62, P63, P74, P76, P77
Terminal de Cabiúnas,
em Macaé (UTGCAB)
Terminal de Campos Elíseos (Tecam)
Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB)
Refinaria Duque de Caxias (Reduc)
Terminal Aquaviário da Bahia da Guanabara (TABG)
Terminal da Bahia de Ilha Grande (TEBIG)
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)
São Paulo
Terminal de São Caetano do Sul
Terminal de Guararema
Terminal de Barueri
Refinaria de Paulínia (Replan)
Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap)
Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap)
Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC)
Plataformas (04) – Mexilhão, P66, P67 e P69
Terminal de Alemoa
Terminal de São Sebastiao
Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA)
Termelétria Cubatão (UTE Euzébio Rocha)
Torre Valongo – base administrativa da Petrobras em Santos
Terminal de Pilões
Mato Grosso do Sul
Termelétrica de Três Lagoas (UTE Luiz Carlos Prestes)
Paraná
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar)
Unidade de Industrialização do Xisto (SIX)
Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa)
Terminal de Paranaguá (Tepar)
Santa Catarina
Terminal de Biguaçu (TEGUAÇU)
Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ)
Terminal de Guaramirim (Temirim)
Terminal de São Francisco do Sul (Tefran)
Base administrativa de Joinville (Ediville)
Rio Grande do Sul
Refinaria Alberto Pasqualini (Refap)
Fonte: FUP
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