Foto: Bruna Prado/Getty Images |
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Escolas de samba do Rio de Janeiro desfilaram na segunda noite de
apresentações o Carnaval carioca, na segunda-feira,
apimentando a fusão de música, dança e figurinos com cutucadas no
presidente Jair Bolsonaro.
As últimas seis das 13 principais escolas de samba da cidade levaram ao
Sambódromo muitos passistas e músicos vestidos com trajes coloridos, alguns com
pouca roupa, em meio a enormes carros alegóricos elaborados.
Os desfiles de segunda-feira, que ocorreram até a manhã desta terça,
abordaram muitos temas, entre eles o presidente Bolsonaro.
O ator e comediante Marcelo Adnet estrelou o desfile da São Clemente.
Vestido com terno azul brilhante e gravata verde-amarela, ele zombou de
Bolsonaro ao fazer flexões e gestos como se estivesse disparando uma arma
imaginária, imitando o presidente.
O carro alegórico da São Clemente também exibia cartazes com as frases
"Tá ok", muito usada por Bolsonaro, e "a culpa é do Leonardo
DiCaprio", uma referência a Bolsonaro culpando o ator de Hollywood pelos
incêndios na Floresta Amazônica no ano passado.
Desde a posse de Bolsonaro em janeiro de 2019, os brasileiros estão
fortemente divididos entre os que o apoiam, creditando a ele uma rápida queda
na criminalidade e melhora na economia, e os que o criticam, denunciando seu
racismo, sexismo e postura em relação ao meio ambiente.
No domingo, a famosa escola de samba Mangueira abordou o fervor
religioso de direita e o aumento da violência policial, principalmente no Rio,
nos primeiros 14 meses de Bolsonaro no poder.
O samba-enredo da Mangueira incluía trecho que dizia "Não tem
futuro sem partilha nem Messias de arma na mão", uma referência a
Bolsonaro, cujo nome do meio é 'Messias' e que defende a ampliação da posse de
armas.
Os figurinos, carros alegóricos e coreografias das escolas de samba
carioca podem mudar, mas são sempre brilhantes e espetaculares, custando
milhões de reais a cada ano.
A apuração com as notas dos jurados ocorre na quarta-feira de cinzas.
(Reportagem de Leonardo Benassatto e Sebastian Rocandio no Rio de
Janeiro, e Jamie McGeever em Brasília)
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