quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Amigos, amigos... negócios à parte: 6 vezes que Trump puxou o tapete de Bolsonaro


Redação Notícias, Yahoo
 as imagens
Ações do presidente americano indicam que Trump é mais protecionista do que amigo de Bolsonaro (AP Photo/Evan Vucci)

Um dos trunfos de Jair Bolsonaro, desde a campanha presidencial, era um sintonia com a administração do republicano Donald Trump, que desde 2016 preside os Estados Unidos, maior economia do planeta. Enquanto o presidente brasileiro defende a cartilha liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, seu colega norte-americano vem tomando medidas cada vez mais protecionistas para seu país, constrangendo o governo Bolsonaro. 
Tarifação do aço e do alumínio brasileiro, veto à carne, indecisão de apoio ao Brasil para entrar na OCDE e aumento de visto para empreendedores brasileiros indicam que Trump  é mais protecionista do que amigo de Bolsonaro. 
O retorno das tarifas de aço e alumínio brasileiro
Nesta segunda, 2 de dezembro, Trump postou em seu Twitter que a desvalorização das moedas argentina e brasileira afetava os agricultores americanos, logo ele teria que retomar uma tarifa sobre o aço e o alumínio de ambos os países de forma a equilibrar essa balança.
Os EUA são os principais importadores dessas matérias primas e a tarifa está sendo considerada um desastre para indústria brasileira, que necessita obter avanços no comércio mundial. Em março de 2018, durante o governo de Michel Temer, Trump estabeleceu tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio importados ao seu país. Temer acreditou que a medida era desmedida e o norte-americano voltou atrás já em agosto do mesmo ano. A desvalorização da moeda ajuda na exportação de produtos, uma vez que eles ficam mais baratos tornam-se mais competitivos no exterior. 
Com a medida, Bolsonaro, que não vê retaliação do colega norte-americano, correu para Paulo Guedes. Disse que, se necessário, vai telefonar para Trump. 
Casa Branca retirou o apoio à entrada do Brasil na OCDE
Em março, Bolsonaro fez diversas promessas de apoio à política externa de Donald Trump e recebeu a promessa de apoio ao ingresso na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). 
No mundo real, em outubro deste ano, secretário de Estado americano, Mike Pompeo, frustrou as expectativas do Brasil ao ao apoiar publicamente somente Argentina e Romênia. Trump, em seguida, declarou que ainda apoiava o Brasil na OCDE e que as declarações de Pompeo eram falsas. O apoio formal ainda não ocorreu. 

Ver as imagens
Bolsonaro abriu mão de privilégios na OMC 
Em troca do apoio ao Brasil na OCDE, Trump exigiu pautas caras do governo brasileiro, como a isenção de visto na entrada de americanos no país (caso que não será correspondido) e a saída da posição privilegiada do Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio), como país emergente. A posição defende os interesses de países em desenvolvimento em negociações com nações ricas, com sua saída a balança comercial brasileira ficará desfavorável, disputando preços de produtos em mercados mais consolidados. Bolsonaro acatou ambas as propostas. 
A carne brasileira continua proibida nos EUA
Desde 2017 os Estados Unidos proíbem a importação de carne bovina brasileira sob o pretexto da qualidade do produto não atender a suas expectativas sanitárias. Com a posse de Bolsonaro e seu alinhamento com a política do presidente Donald Trump, a pecuária nacional acreditou que este quadro estava perto de mudar. Em reunião com o americano, Bolsonaro requisitou que o embargo fosse revogado, ao que Trump respondeu enviando analistas para investigar se o controle de qualidade do produto havia melhorado. Os sanitaristas negaram melhorias e o veto se manteve.
O aumento do preço para o visto de empreendedor
Depois de passar 29 anos sem reajustes, o programa de Green Card para empreendedores  estrangeiros nos Estados Unidos subiu 80%, passando de US$ 500 mil para US$ 900 mil. A medida afeta diretamente os empreendedores brasileiros que pretendem abrir negócios nos EUA.
Política externa “moderada” com a Argentina
Diferentemente de Bolsonaro, Donald Trump parece não se importar com a volta da esquerda na Argentina, inclusive, parabenizou o vitorioso Alberto Fernández no país que é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil. O brasileiro, por sua vez, repudiou a eleição de Fernández, negou presença em sua posse e ameaça deixar o bloco comercial Mercosul por conta do argentino ser de esquerda.

EM TEMPO: É um verdadeiro desastre a atual política externa brasileira. Lembrando que no governo Lula, a proposta mais importante a nível de geopolítica foi a implantação do BRICS (Órgão regional de desenvolvimento econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)


Nenhum comentário:

Postar um comentário