Redação Notícias, Yahoo
Ações do presidente americano
indicam que Trump é mais protecionista do que amigo de Bolsonaro (AP Photo/Evan
Vucci)
Um dos trunfos de Jair Bolsonaro,
desde a campanha presidencial, era um sintonia com a administração do
republicano Donald Trump, que desde 2016 preside os Estados Unidos, maior
economia do planeta. Enquanto o presidente brasileiro defende a cartilha
liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, seu colega norte-americano vem
tomando medidas cada vez mais protecionistas para seu país, constrangendo o
governo Bolsonaro.
Tarifação do aço e do alumínio
brasileiro, veto à carne, indecisão de apoio ao Brasil para entrar na OCDE e
aumento de visto para empreendedores brasileiros indicam que Trump é mais
protecionista do que amigo de Bolsonaro.
O retorno das
tarifas de aço e alumínio brasileiro
Nesta segunda, 2 de dezembro, Trump
postou em seu Twitter que a desvalorização das moedas argentina e brasileira
afetava os agricultores americanos, logo ele teria que retomar uma tarifa sobre
o aço e o alumínio de ambos os países de forma a equilibrar essa balança.
Os EUA são os principais importadores
dessas matérias primas e a tarifa está sendo considerada um desastre para
indústria brasileira, que necessita obter avanços no comércio mundial. Em março
de 2018, durante o governo de Michel Temer, Trump estabeleceu tarifas de 25%
sobre o aço e 10% sobre o alumínio importados ao seu país. Temer acreditou que
a medida era desmedida e o norte-americano voltou atrás já em agosto do mesmo
ano. A desvalorização da moeda ajuda na exportação de produtos, uma vez que
eles ficam mais baratos tornam-se mais competitivos no exterior.
Com a medida, Bolsonaro, que não vê
retaliação do colega norte-americano, correu para Paulo Guedes. Disse que, se
necessário, vai telefonar para Trump.
Casa Branca retirou
o apoio à entrada do Brasil na OCDE
Em março, Bolsonaro fez diversas
promessas de apoio à política externa de Donald Trump e recebeu a promessa de
apoio ao ingresso na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico).
No mundo real, em outubro deste ano, secretário
de Estado americano, Mike Pompeo, frustrou as expectativas do Brasil ao ao
apoiar publicamente somente Argentina e Romênia. Trump, em seguida, declarou
que ainda apoiava o Brasil na OCDE e que as declarações de Pompeo eram falsas.
O apoio formal ainda não ocorreu.
Ver as imagens
Bolsonaro abriu mão
de privilégios na OMC
Em troca do apoio ao Brasil na OCDE,
Trump exigiu pautas caras do governo brasileiro, como a isenção de visto na
entrada de americanos no país (caso que não será correspondido) e a saída da
posição privilegiada do Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio), como
país emergente. A posição defende os interesses de países em desenvolvimento em
negociações com nações ricas, com sua saída a balança comercial brasileira
ficará desfavorável, disputando preços de produtos em mercados mais
consolidados. Bolsonaro acatou ambas as propostas.
A carne brasileira
continua proibida nos EUA
Desde 2017 os Estados Unidos proíbem
a importação de carne bovina brasileira sob o pretexto da qualidade do produto
não atender a suas expectativas sanitárias. Com a posse de Bolsonaro e seu
alinhamento com a política do presidente Donald Trump, a pecuária nacional
acreditou que este quadro estava perto de mudar. Em reunião com o americano,
Bolsonaro requisitou que o embargo fosse revogado, ao que Trump respondeu
enviando analistas para investigar se o controle de qualidade do produto havia
melhorado. Os sanitaristas negaram melhorias e o veto se manteve.
O aumento do preço
para o visto de empreendedor
Depois de passar 29 anos sem
reajustes, o programa de Green Card para empreendedores estrangeiros nos
Estados Unidos subiu 80%, passando de US$ 500 mil para US$ 900 mil. A medida
afeta diretamente os empreendedores brasileiros que pretendem abrir negócios
nos EUA.
Política externa
“moderada” com a Argentina
Diferentemente de Bolsonaro, Donald Trump parece não
se importar com a volta da esquerda na Argentina, inclusive, parabenizou o
vitorioso Alberto Fernández no país que é o terceiro maior parceiro comercial
do Brasil. O brasileiro, por sua vez, repudiou a eleição de Fernández, negou
presença em sua posse e ameaça deixar o bloco comercial Mercosul por conta do
argentino ser de esquerda.
EM TEMPO: É um verdadeiro desastre a atual política externa brasileira. Lembrando que no governo Lula, a proposta mais importante a nível de geopolítica foi a implantação do BRICS (Órgão regional de desenvolvimento econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)
EM TEMPO: É um verdadeiro desastre a atual política externa brasileira. Lembrando que no governo Lula, a proposta mais importante a nível de geopolítica foi a implantação do BRICS (Órgão regional de desenvolvimento econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)
Nenhum comentário:
Postar um comentário