Poder360
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Olaz/Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Carlos Bolsonaro (PSC) e Marielle Franco (Psol) viviam sob discussões.
Diante das
investigações do assassinato da vereadora Marielle
Franco (Psol), a Polícia Civil do Rio de Janeiro atua, “com
cautela”, com a hipótese do envolvimento do filho do presidente Jair
Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), no caso. A informação foi
divulgada pelo jornalista Kennedy Alencar, na rádio CBN,
nesta 4ª feira (20.nov.2019).
Marielle e seu
motorista Anderson Gomes foram mortos a tiros em 14 de março de 2018, na região
central do Rio. O caso está a 616 dias sem solução.
Dois suspeitos da
execução foram presos: o sargento
da Polícia Militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ter feito os disparos; e
o ex-policial militar Elcio Queiroz, acusado de ter dirigido o carro. Segundo o
jornalista, a nova linha de investigação aponta que Carlos Bolsonaro teria uma
relação próxima a Ronnie Lessa.
A polícia atua com
base no “clima de hostilidade”, segundo o jornalista, que havia
entre Carlos Bolsonaro e Marielle. Os 2 vereadores chegaram a ter uma discussão
forte na Câmara Municipal do Rio e Carlos recusava-se a usar o mesmo elevador
que Marielle.
O Poder360 tenta contato com Carlos
Bolsonaro para se posicionar sobre as informações.
Em 26 de abril de
2018, Carlos chegou a depor à Polícia Civil do Rio sobre briga que teve com
assessor de Marielle nos corredores da Câmara Municipal, segundo informou
o Uol.
Em seu
depoimento, o vereador afirmou que o assessor dava entrevista a uma emissora
espanhola e o chamou “fascista” quando ele passava pelo
corredor. Carlos declarou que questionou o funcionário sobre o motivo da
agressão verbal. Ainda segundo o vereador, a própria Marielle “intercedeu
para acalmar os ânimos, encerrando a discussão”.
O vereador disse
ainda que mantinha 1 relacionamento “respeitoso e cordial” com
Marielle, apesar das divergências políticas. Afirmou ter ficado sabendo do
assassinato da vereadora pela imprensa. A hipótese vem em
meio a informação de que Élcio de Queiroz foi ao condomínio Vivendas da Barra,
onde Bolsonaro tem uma casa, ao menos 12 vezes de janeiro a outubro de 2018,
segundo reportagem da Folha de S.Paulo, que teve acesso às
planilhas de entrada e saída do condomínio.
A planilha veio ao
foco das investigações depois de 1 dos porteiros do condomínio mencionar o nome
do presidente Jair Bolsonaro em 1 dos depoimentos. Segundo o porteiro, Élcio de
Queiroz teria interfonado à
casa de Bolsonaro no dia do crime, mas na verdade visitou a casa do ex-policial
Ronnie Lessa, acusado de ser autor dos disparos que mataram Marielle e
Anderson. Ele disse ainda que a entrada de Élcio foi autorizada por alguém cuja
voz julgou ser de Bolsonaro. O depoimento foi revelado em reportagem do
Jornal Nacional, da TV Globo, em 29 de outubro.
Em 2 de novembro,
Bolsonaro afirmou que pegou a
gravação das ligações da portaria para evitar adulteração no conteúdo. Partidos
da oposição e a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) entraram com ação no
STF contra o presidente, o acusando de obstrução de Justiça. A aparição do então
deputado federal Jair Bolsonaro num vídeo da TV Câmara, às 20h05,
em sessão de 14 de março de 2018, dia em que a vereadora Marielle e seu o
motorista foram assassinados, praticamente enterra a possibilidade do atual
presidente ter atendido o interfone de seu condomínio naquela data. A única
chance é se tiver usado serviço de atendimento remoto.
Em 6 de novembro, a
Polícia Federal no Rio de Janeiro abriu inquérito para
apurar se houve falso testemunho no depoimento do porteiro que citou o nome do
presidente Jair Bolsonaro aos investigadores do caso. Nessa 3ª feira
(19.nov.2019), o porteiro depôs novamente para esclarecer a menção do
presidente nas investigações. Corrigiu sua versão inicial e disse ter lançado
errado o registro de entrada de Élcio Queiroz. A Polícia Federal do Rio ainda
não sabe se o porteiro se confundiu ou se foi pressionado a citar “seu
Jair” em seus depoimentos anteriores – e, se houve pressão, de quem
teria sido.
OUTRA LINHA DE INVESTIGAÇÃO
Outra
hipótese que está sob investigação é de que o conselheiro afastado do TCE-RJ
(Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro), Domingos Brazão, seria o mandante do
assassinato da vereadora. Antes de deixar o cargo de procuradora-geral da República,
Raquel Dodge apresentou em 25 de outubro a
denúncia ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). “[Domingos Brazão] arquitetou o homicídio da
vereadora Marielle Franco e, visando manter-se impune, esquematizou a difusão
de notícia falsa sobre os responsáveis pelo homicídio”, disse a então
procuradora-geral.
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