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Reprodução/Instagram @marielle_franco A vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) foi assassinada em 14 de
março de 2018
O ex-policial
militar Élcio de Queiroz, suspeito de participar do assassinato da vereadora
Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes, foi ao condomínio
Vivendas da Barra, onde o presidente da República, Jair Bolsonaro, tem uma
casa, ao menos 12 vezes de janeiro a outubro de 2018. Marielle foi assassinada
em março do ano passado.
As planilhas de
entrada e saída do condomínio, de posse da Polícia Civil, foram acessadas
pela Folha de S.Paulo. Segundo o jornal, de 11 das 12 idas, Élcio
foi em direção à casa do ex-policial Ronnie Lessa –acusado de ser autor dos
disparos que mataram Marielle e Anderson. A única vez em que
Élcio não foi à casa de Lessa foi, justamente, no dia do assassinato da
vereadora: 14 de março. Segundo a planilha, na data, Élcio foi autorizado a ir
até a casa 58 –onde mora Bolsonaro e que, na época, era deputado federal.
Segundo o jornal,
Élcio foi à casa 65, de Lessa, pelo menos 3 dias antes do crime: em 11, 15 e 18
de fevereiro. Outras 8 entradas foram registradas depois da data do assassinato
(19 de março, 14 de abril, 16, 26 e 29 de maio, 9 e 11 de junho e 6 de outubro). A única diferença
na planilha no dia em que Élcio foi à casa 58, de Bolsonaro, é que o espaço em
que o porteiro escreve quem autorizou a entrada estava em branco. Os documentos
apreendidos também mostram que há ao menos 4 porteiros no condomínio, que se
dividem em horários de plantão. O porteiro que mencionou Bolsonaro no caso
estava trabalhando em 14 de março –dia do crime– e em 6 de outubro.
ENTENDA
O nome de Jair
Bolsonaro foi mencionado em
depoimento de 1 dos porteiros do condomínio onde o capitão da reserva do
Exército e 1 dos investigados pelo assassinato de Marielle têm casa, no Rio de
Janeiro. Segundo o depoente,
o suspeito Élcio de Queiroz teria interfonado a
Bolsonaro no dia do crime, mas na verdade visitou a casa do ex-policial Ronnie
Lessa, acusado de ser autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson. De
acordo com o porteiro, a entrada de Élcio foi autorizada por alguém cuja voz
ele julgou ser de Bolsonaro. O depoimento foi revelado em reportagem do Jornal
Nacional, da TV Globo.
O presidente Jair
Bolsonaro afirmou em 2 de
novembro que pegou a gravação das ligações da portaria para evitar adulteração
no conteúdo. Partidos da oposição e a ABI (Associação Brasileira de Imprensa)
entraram com ação no STF contra o presidente, o acusando de obstrução de
Justiça.
A aparição do então
deputado federal Jair Bolsonaro num vídeo da TV Câmara, às 20h05,
em sessão de 14 de março de 2018, dia em que a vereadora Marielle Franco
(PSOL-RJ) e o motorista Anderson Gomes foram assassinados, praticamente enterra
a possibilidade do atual presidente ter atendido o interfone de seu condomínio
naquela data. A única chance é se tiver usado serviço de atendimento remoto.
A Polícia Federal
no Rio de Janeiro abriu inquérito em
6 de novembro para apurar se houve falso testemunho no depoimento do porteiro
que citou o nome do presidente Jair Bolsonaro aos investigadores do caso.
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