© Foto: Washington Alves/Reuters |
Correio Braziliense
Com oito meses
completos de governo, marcado pela demissão de três ministros até agora e em
meio a uma crise com países europeus sobre as queimadas na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro
perderia a eleição para Fernando Haddad (PT), caso o segundo
turno da eleição fosse disputado hoje.
É o que aponta uma pesquisa do Datafolha
divulgada nesta segunda-feira (2/9/2019) pelo jornal Folha de S.Paulo.
Segundo o Datafolha, Haddad teria 42%
dos votos contra 36% de Bolsonaro. Outros 18% votariam branco ou nulo e 4% não
souberam responder. No segundo turno da eleição presidencial do ano passado,
realizado em 28 de outubro, Bolsonaro venceu o petista por 55,13% a 44,87% dos
votos válidos — o Tribunal Superior Eleitoral exclui os votos brancos e nulos
da totalização.
O Datafolha também
registrou um aumento na reprovação da gestão do presidente. Subiu de 33% para
38% em relação ao levantamento anterior do instituto, feito no início de julho,
e diversos indicadores apontam uma deterioração de sua imagem. É o pior índice
de avaliação obtido por um presidente da República desde o Plano Real. Com oito
meses de governo, Fernando Henrique Cardoso tinha 15% de desaprovação em 1995;
Luiz Inácio Lula da Silva, 10% em 2003; e Dilma Rousseff, 11% em 2011.
Já a aprovação de
Bolsonaro caiu de 33% em julho para 29% agora. A avaliação do governo como
regular ficou estável, passando de 31% para 30%. Foram ouvidas 2.878 pessoas
com mais de 16 anos em 175 municípios. A margem de erro é de dois pontos
percentuais.
De acordo com o
Datafolha, o presidente perdeu apoio entre os brasileiros mais ricos, faixa da
população que recebe mais de 10 mínimos. A aprovação (ótimo/bom) nessa faixa
caiu de 52% para 37%. Sobre o índice de confiança, 44% dos entrevistaram
afirmaram "nunca confiar no presidente"; 36% às vezes; 19% sempre; e
1% não sabe.
Demissões
Bolsonaro demitiu
três ministros nos primeiros meses de governo. O advogado Gustavo Bebbiano, da
Secretaria Geral da Presidência da República, iniciou a lista, sendo exonerado
com 48 dias de mandato, após se desentender com Carlos Bolsonaro e ter seu nome
associado à denúncia de candidaturas de laranjas do PSL durante as eleições
2018. Ele foi substituído pelo general Floriano Peixoto, do Exército
Brasileiro.Menos de dois meses depois, o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez,
sugerido pelo filósofo Olavo de Carvalho para chefiar o ministério da Educação,
deixou o cargo em meio a declarações polêmicas e boicotes.
A Secretaria-Geral
foi palco de novas mudanças quando o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, um
dos principais nomes nas Forças Armadas e que já havia assumido a chefia da
pasta no lugar de Peixoto, foi exonerado após atrito com a ala olavista do
governo.
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