Foto 1: NASA © Kauê Vieira |
Redação Hypeness, 21.08.2019
No entanto, queimadas recordes e seus efeitos acionaram o botão vermelho,
não só entre ambientalistas, mas em todos os que lutam pela preservação da natureza.
Há dias ardendo em chamas, a floresta
amazô-nica registrou o maior número de queimadas em sete anos. Apenas entre
janeiro e agosto são 72.843 pontos
mapeados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Número
83% maior do que no mesmo período de 2018.
Imagens de satélite
da NASA dão a dimensão da magnitude do problema. Parte do mapa brasileiro está
coberto por uma densa névoa acinzentada. Fumaça que vem de Rondônia, do Acre,
que declarou estado de alerta ambiental e de Amazonas, que decretou situação de
emergência na região sul e na zona metropolitana de Manaus por causa do
fogo.
Olha pro céu
Além dos dados
científicos, a situação ganhou destaque pelos efeitos sentidos na maior cidade do Brasil. São
Paulo viu o dia virar a noite às 15h da tarde de uma segunda-feira fria de inverno. O fenômeno, segundo
meteorologistas, é resultado do encontro de uma névoa de fuligem das queimadas
com uma frente fria. O efeito não escureceu apenas o céu. Inúmeros registros de
água suja, com partículas de fuligem, foram compartilhados nas redes
sociais.
Foto 2: Leandro Matozo/GloboNews/Reprodução |
Vaiado em
conferência climática da ONU em Salvador, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, atribuiu o aumento das
queimadas à seca.
Com décadas de
atuação na floresta tropical, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
(Ipam) discorda. O órgão afirma que a estiagem este ano está abaixo da média e
o desmatamento deve
ser considerado protagonista.
Tempo
seco, vento e calor fizeram com que os incêndios aumentassem muito em todo o
País. Os brigadistas do ICMBIO e IBAMA, equipamentos e aeronaves estão
integralmente à disposição dos Estados e já em uso.
Efeito eleitoral
Desde que assumiu o
comando do poder executivo, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) se posicionou ao
lado do agronegócio –
que sonha com a plantação de soja e gado na Amazônia. A gestão do ex-deputado federal
afrouxou a fiscalização de crimes ambientais, abriu a porteira para a liberação
de agrotóxicos e estuda
permitir o minério em terras indígenas.
O posicionamento
implicou no crescimento do desmatamento. Projeções do INPE mostram que a gestão
Bolsonaro pode aumentar em 268% a
destruição da floresta amazônica.
Sobre as queimadas
recordes Bolsonaro, como de costume, atirou para todos os lados. O presidente
acusou ONGs, que pretendem, segundo ele, macular sua imagem pelo corte do
repasse de verbas. O político do PSL, no entanto, não apresentou uma prova
sequer.
“O crime existe e
nós temos que fazer o possível para que não aumente, mas nós tiramos dinheiro
de ONGs, repasses de fora, 40% ia para ONGs, não tem mais. De modo que esse
pessoal está sentindo a falta de dinheiro. Pode estar havendo, não estou
afirmando, a ação criminosa desses ‘ongueiros’ para chamar a atenção contra
minha pessoa contra o governo do Brasil”, declarou aos jornalistas.
EM TEMPO:
Pelo andar da "carruagem" esse Presidente vai destruir tudo. Isso é mais uma prova que uma parcela considerável da população gosta de votar em seus "carrascos".
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