segunda-feira, 8 de julho de 2019

Tite ficou desconfortável com Bolsonaro? Técnico não quis comentar a cena


Treinador disse que só queria falar "de bola"     e evitou o assunto, mas não discordou da visão de que teria ficado desconfortável

A cerimônia de premiação nem tinha terminado e a cena já corria as redes sociais. Tite, aparentando desconforto, estende a mão a Jair Bolsonaro e não reage efusivamente à tentativa de abraço do presidente. Segundos depois, a postura muda completamente quando o treinador encontra Rogério Caboclo, presidente da CBF, em quem ele deu um abraço apertado e um beijo no rosto. 

A leitura das redes sociais foi a de que Tite ficou desconfortável no encontro com o político, um dos responsáveis pela entrega de medalhas na cerimônia de premiação da Copa América – ele mesmo levou a sua, dada pelo presidente da Conmebol. Questionado sobre a interpretação, o treinador se recusou a comentar. 

 “Só bola. Eu não quero entrar nisso”, disse Tite, depois da coletiva, em uma conversa mais informal com repórteres, quando foi questionado especificamente sobre o vídeo que viralizou. 
Mais cedo, na entrevista coletiva, um repórter estrangeiro perguntou se Tite se sentia incomodado com a presença de Bolsonaro, um político que já se manifestou de forma homofóbica. “Fico tão envolvido no futebol, nas situações... Sei que elas acontecem, mas meu foco, educação, é no que tenho de essência. Dentro de campo, minha conduta, minha ética. As outras situações são outras”, disse Tite, de maneira meio cifrada. 
Bolsonaro entrou no gramado do Maracanã e a sensação no estádio é de que foram muito mais vaias do que aplausos!

Desde que assumiu a seleção, Tite sempre tentou se manter à parte do turbulento cenário político brasileiro. Nos tempos de Michel Temer, adiantou que não se encontraria com o presidente caso o Brasil ganhasse a Copa do Mundo e se incomodou quando sua onda de popularidade criou o meme de que ele poderia ser presidente. Mais recentemente, chegou a criticar a presença de Bolsonaro no gramado na festa de premiação do Campeonato Brasileiro do ano passado. 
Bolsonaro, figura frequente na Copa América da seleção com idas aos gramados e afagos com jogadores e a própria CBF nos bastidores, foi vaiado neste domingo, ainda que também tenha ouvido apoio. Na seleção, porém, a reação de Tite foi uma exceção. Depois que Daniel Alves ergueu a taça, o presidente se aproximou dos atletas, foi chamado de "mito" e também posou para fotos com a conquista. 

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