Coordenação Nacional da Unidade Classista
Após meses de
organização, realizamos mais um dia de greves. O dia 14/06 foi mais um passo
importante para a luta contra a reforma da previdência e para a reorganização
da classe trabalhadora.
Um dia antes, o
relator do projeto da reforma apresentou seu parecer à comissão especial da
Câmara dos Deputados, com alterações no texto, retirando parte do ataque.
Alguns setores do movimento sindical parecem ter se contentado com isso e não
participaram como deveriam das lutas no dia 14/06.
É certo que as
alterações no relatório são fruto da pressão realizada de diversas formas sobre
os deputados, principalmente com o anúncio da greve geral e com as greves e
manifestações de 15 e 30/05. Porém, as mudanças são apenas e tão somente
vitórias parciais, pois observamos que a espinha dorsal do projeto permanece
intacta e que o nefasto sistema de capitalização retirado da proposta deve
retornar com força nos debates do plenário.
O dia 14/06 foi
realmente importante, mas só aconteceu porque os setores mais avançados da
classe trabalhadora decidiram mantê-lo, a despeito do recuo de outros.
Trabalhadores da educação, servidores públicos, bancários, metalúrgicos,
metroviários e petroleiros protagonizaram a greve geral. A maioria das greves
nestes setores foi inclusive realizada sem a necessidade de piquetes.
Outro destaque
positivo foi a participação de milhares de trabalhadores e estudantes que
novamente foram às ruas em mais de trezentas cidades para lutar contra a
reforma da previdência, em defesa da educação, contra a privatização das
refinarias, contra a entrega das riquezas do pré-sal e contra tudo o que
representa o nefasto governo de Jair Bolsonaro.
Por outro lado,
tivemos baixíssima participação dos demais setores da classe trabalhadora, que
por diversos motivos, incluindo a criminalização do setor de transportes
rodoviários por meio de liminares, não participaram efetivamente da greve. Para
reverter tal quadro para a próxima batalha, reafirmamos que não há como avançar
sem ações bem planejadas, que extrapolem a mera intervenção das direções
sindicais junto às bases, pois no caso da maioria delas este movimento
significa um retorno ao lugar de onde saíram há muito tempo.
Mais do que nunca é
necessário intensificar os esforços na construção do FÓRUM SINDICAL, POPULAR E
DE JUVENTUDE, dos FÓRUNS DE LUTA EM DEFESA DAS APOSENTADORIAS, das FRENTES
SINDICAIS CLASSISTAS e dos TERRITÓRIOS SEM MEDO, pois a partir destes espaços,
organizamos e impulsionamos ações de formação e mobilização da classe.
A greve geral de
14/06 foi sem dúvida um passo importante na luta para barrar a reforma da
previdência, mas ainda ficou aquém de nossas necessidades. A reforma continua
tramitando e, para barrá-la, precisamos organizar ainda melhor a próxima greve
e o conjunto da classe trabalhadora para a luta!
Avante camaradas!
Construir a Greve Geral e Reorganizar a Classe Trabalhadora!
Unidade Classista, futuro socialista!
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