Nota da Comissão Política Regional do PCB-RJ
Uma
família que ia fazer uma visita num hospital em Guadalupe, na Zona Oeste do Rio
de Janeiro teve seu carro metralhado por mais 80 tiros por parte de uma
patrulha do Exército.
O pai, músico, morreu no local. Mãe e filho de 7 anos
conseguiram escapar. Um idoso foi baleado. Tudo isso porque os soldados acharam
o carro “parecido” com o de bandidos que passariam pelo ponto em que estavam.
Dentre
os questionamentos cabíveis a esta ação desastrosa seria o por quê de tamanha
violência contra um carro tido por eles, os militares, como suspeito? E mesmo
que fosse um carro ocupado por criminosos, esta jamais deveria ser a abordagem.
Não existe, pelo menos não formalmente, a pena de morte no país, e mesmo se
existisse, não são as forças de segurança, militares ou civis, que efetuam o
julgamento. Foi uma execução sumária, um crime bárbaro, injustificável por
todos os aspectos.
Este
não é um fato isolado. Na última semana um jovem de 19 anos foi morto numa
blitz também do Exército no município de São João de Meriti, na Baixada
Fluminense, região metropolitana do Estado do Rio. Ele estava na garupa de uma
moto quando foi baleado pelas costas por um soldado.
O
Exército não tem treinamento para patrulha, nem deveria cumprir esse tipo de
missão. Mas os problemas vão além. É preciso buscar as múltiplas motivações
responsáveis por esse tipo de ação. Cabe lembrar que ações de militares e
órgãos de segurança que terminaram em mortes receberam, nas últimas semanas,
congratulações e foram celebradas por Bolsonaro, o presidente e Doria,
governador de São Paulo. Além disso, ações como execuções e abates são
incentivadas por Witzel, governador do Rio e praticamente estimuladas pelo
pacote de “segurança” do ministro Moro, que inclusive, em recente entrevista,
declarou que a polícia não precisa agir em legítima defesa para poder efetuar
disparos.
Será
que essa “tragédia” com mais de 80 tiros contra um carro foi ocasionada por
surpresa ou violenta emoção? São justificativas cabíveis segundo o pacote
“anticrimes” de Sérgio Moro.
Os
comunistas denunciam tais ações que fazem parte de uma política de extermínio
da população negra, levada a cabo pelos atuais detentores do poder nas
comunidades populares. Visam a intimidar trabalhadores pobres, moradores de
favelas e bairros populares e os movimentos sociais e populares que continuam
na luta contra o estado de ódio e intolerância, institucionalizado, a partir de
1º de janeiro de 2019, no Brasil e, em particular, no Estado do Rio de Janeiro.
Pela desmilitarização da segurança pública! Contra a criminalização dos
trabalhadores pobres e moradores de favelas e bairros populares!
ABAIXO
A VIOLÊNCIA DO ESTADO BRASILEIRO!
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