Proposta para nova reforma da Previdência foi entregue ao Congresso nesta quarta-feira, 20.02.2019.
Especialistas em
direito previdenciário afirmam que a proposta da reforma da Previdência, entregue pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional nesta quarta-feira, 20,
tem cunho apenas econômico, sem preocupação social. “Ela foi feita puramente
por economistas, foi focada no critério econômico”, analisa a presidente do
Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Adriane Bramante.
O advogado
especialista em direito previdenciário Erick Magalhães ressalta o ponto de
Adriane e afirma que “a reforma da previdência proposta pelo Governo certamente
agradou ao mercado financeiro, já que atende aos anseios econômicos” mas não é
socialmente justa porque se distancia de uma realidade alcançável.
Para Magalhães, o
Governo Federal não encontrou um “ponto de equilíbrio” no texto entre a expectativa
de vida, o tempo de desemprego e as condições econômicas de um país
subdesenvolvido e “apenas uma minoria elitizada continuará a conseguir a
aposentadoria”.
Além disso, ele
analisa que o texto acentuará as desigualdades sociais “já que muitas pessoas
de classes econômicas de baixa renda dificilmente conseguirão cumprir com os
requisitos”. Adriane, presidente do IBDP afirma que a proposta é mais dura do
que a apresentada pelo governo Temer e “pega” todo mundo, “até quem está
próximo da aposentadoria”.
O especialista em
Direito Previdenciário João Badari afirma, também, que a proposta é mais rígida
do que a anterior e aponta os problemas sociais nela. “A proposta do governo é
um retrocesso social (…) Caso seja aprovada a fixação da idade mínima em 65
anos para homens e 62 para mulheres, o trabalhador terá que contribuir por
cerca de 50, 40 anos até conseguir atingir o direito de se aposentar”, avalia e
alega que os mais pobres serão os mais prejudicados.
Já a Federação do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em
nota oficial divulgada pela assessoria, posicionou-se favorável à proposta e
afirmou que “o aumento da expectativa de vida da população brasileira e a queda
na taxa de natalidade, aliada ao crescente déficit na conta da previdência,
tornam a reforma necessária e urgente para garantir a sustentabilidade do
sistema para os futuros aposentados”.
Para a entidade,
adiar a reforma “é um retrocesso para a economia brasileira, empurrando o
problema para frente, uma vez que, com o envelhecimento da população
brasileira, as aposentadorias futuras poderão ficar comprometidas”.
A reforma da
Previdência foi o principal argumento do Planalto para o rombo que as
aposentadorias causaram nas contas públicas. Segundo o ministro da Economia,
Paulo Guedes, a economia gerada pelo projeto deve ser de um trilhão de reais em
dez anos.
A reforma da
Previdência prevê a fixação de idade mínima para que trabalhadores da
iniciativa privada e servidores públicos possam se aposentar. A proposta exige
que as mulheres se aposentem após completar 62 anos de idade e os homens, 65,. O tempo mínimo de contribuição, chamado
carência, também deve subir. A expectativa é que ele seja de 20 anos. Hoje,
esse período é de 15 anos. As mudanças valem tanto para trabalhadores da
iniciativa privada quanto para servidores públicos.
Perguntar é um dever: E os demais contribuintes: militares; juízes; parlamentares; .... (destaque nosso)
Perguntar é um dever: E os demais contribuintes: militares; juízes; parlamentares; .... (destaque nosso)
Nenhum comentário:
Postar um comentário