Presidente Bolsonaro e ministro Bebianno |
Texto do jornalista e bloguista Roberto Almeida
O Governo Bolsonaro
é instável, ou caótico, como definiu hoje um jornalista da Folha de São Paulo.
Secretário Geral do Presidente, ministro Gustavo Bebianno, esteve para
cair, no início da tarde passada foi noticiado que ele permaneceria no cargo e
no final do dia já se tinha como certa a sua demissão.
Segundo Josias de Souza, colunista da Folha, a saída do ministro não
será por conta das suspeitas de criação de laranjas para desviar dinheiro do
fundo partidário e beneficiar o PSL na eleição de 2018.
O motivo, agora, é porque Bebianno teria vazado áudios (inclusive para o
Grupo Globo), provando que teve conversas com o presidente Jair Bolsonaro.
Assim, o ministro prova que não é mentiroso, como o classificou o
vereador Carlos Bolsonaro e por ter dito a verdade vai ser punido.
A expectativa é que na próxima segunda-feira deixe a Secretaria Geral da
Presidência da República.
Antes mesmo de sair, já está atirando. Pela imprensa chamou o
Messias de “desleal” e “traidor”
Nunca, antes, na história desse país, um ministro foi tão contundente ao
criticar o presidente da República, de quem é subordinado.
Um governo que mal começou está paralisado, é uma crise atrás de outra,
cada ministro parece empenhado em criar problemas para o presidente, em
especial Damares (aquela que conversou com Cristo num pé de goiaba), Ernesto
Araújo (Relações Exteriores) e o colombiano Ricardo Veléz Rodrigues, o que numa
entrevista à Revista Veja avaliou o brasileiro geral como um canibal,
capaz de roubar em qualquer lugar quando viaja, seja no avião ou no hotel.
Nesse contexto conturbado, quem aparece como homem racional e de bom
senso é o general Hamilton Mourão.
Antes radical, ele agora é moderado e capaz de defender pautas da dita
esquerda. Até a favor do aborto ele já se posicionou, irritando a enorme banda
evangélica do governo, sem necessariamente ganhar a simpatia das feministas.
É um governo que segue como uma nau à deriva, com pouca gente disposta a
defendê-lo até agora, mesmo entre os aliados.
E quando alguém tece loas à gestão federal o faz muito mal, como a
deputada federal Janaína Pascoal, que ao elogiar a administração de Bolsonaro
disse que um dos feitos do novo governo foi fazer com que 580 mil brasileiros
deixassem o bolsa família espontaneamente.
O mais provável é que as bolsas tenham sido cortadas, pois a situação
está tão ruim, que mesmo 100 ou 200 reais do programa social faz uma falta
tremenda na mesa do pobre.
Enfim, esperemos até segunda para ver se Bebianno fica ou sai. No
Brasil atual, com Deus acima de todos, é possível até que o ministro permaneça
ou, se deixar o cargo, seja anunciado como nova contratação do Flamengo, que
está precisando de um homem habilidoso para administrar as divisões de base,
onde garotos andam morrendo por pura negligência do clube.
Como Bolsonaro é torcedor do Palmeiras, faz todo sentido Bebianno ir
servir ao Flamengo, para ficar o mais longe possível do seu ex-amigo, que agora
é chamado de “traidor”, de “soldado que atira pelas costas”.
Chamavam Dilma Rousseff de anta, porque ela se atrapalhava com as
palavras e não tinha muita habilidade política, não aceitava as chantagens dos
deputados federais e senadores.
E agora, vamos chamar o presidente de quê? De anto? Ou permanece como o
Messias, o Mito?
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