Poder360
Dia 15.02.2019
© Rafael Carvalho Em 1º de janeiro, Jair Bolsonaro assinou a
nomeação de Gustavo Bebianno. Na 2ª (18.fev), 1 dos assessores que o
acompanharam durante toda a campanha pode ser o 1º ministro a cair
Continua envenenada
a relação entre Jair Bolsonaro e seu ministro-chefe da Secretaria Geral da
Presidência, Gustavo Bebianno.
No final da tarde
desta 6ª feira os dois tiveram uma conversa dura. Houve insultos. Bebianno não
aceitou uma proposta para ser deslocado para outro posto, de hierarquia
inferior.
A ordem de demissão
do ministro está pronta. Pode ser publicada no Diário Oficial da União na
2ª feira (18.fev.2019). A decisão cabe apenas a Bolsonaro. Interlocutores
ouvidos pelo Poder360 acham
que o presidente está propenso a dispensar o assessor.
Mas este episódio
teve várias reviravoltas nos últimos dias. Nesta 6ª feira pela manhã o
presidente praticamente havia aceitado manter Bebianno como ministro.
Depois do almoço,
entretanto, ao saber detalhes de vazamentos de áudios que compartilhou com
Bebianno, o presidente se irritou e decidiu contar a história completa para
todos os seus ministros que estavam em Brasília. Disse ter havido “quebra de
confiança”. Ninguém discordou.
O Drive, newsletter do Poder360 para assinantes, publicou na 5ª feira (14.fev.2019)
o relato sobre o vazamento de 1 desses áudios. Nesta 6ª feira, a informação foi
divulgada pelos sites O Antagonista e Veja.
O ato final desta
6ª feira foi uma conversa duríssima entre Bolsonaro e Bebianno. A indicação é
de demissão do ministro. Mas há muitos políticos profissionais atuando para
tentar evitar esse rompimento.
Os políticos e
alguns militares apresentam duas razões principais para Bebianno ficar como
ministro da Secretaria Geral da Presidência:
- Homem
bomba – Bebianno sabe tudo
da campanha de 2018. Conhece cada milímetro das decisões tomadas. Se for
demitido, não importa se falar a verdade ou não. Tudo terá
verossimilhança;
- Congresso
desarranjado – o ministro fez
relações. Apoiou Rodrigo Maia. Tem conexões. Se for defenestrado por causa
de 1 tweet de Carlos Bolsonaro, o efeito será demolidor para a confiança
que está sendo construída entre Planalto e Congresso.
O Poder360 apurou que nas próximas
48 horas haverá muita pressão a favor e contra a demissão de Bebianno.
CRONOLOGIA DA 6ª FEIRA
Eis os fatos mais
relevantes sobre o caso Bebianno nesta 6ª feira (15.fev.2019):
- Alvorada
pela manhã – o presidente
relutou, mas foi convencido a pensar numa solução para pacificar a relação
com Gustavo Bebiano. Participaram, entre outros, os ministros Onyx
Lorenzoni (Casa Civil), Santos Cruz (Secretaria Geral) e a deputada Joice
Hasselmann (PSL-SP);
- Almoço
no Planalto – Bebianno em almoço
com Onyx, Santos Cruz e Joice é convencido a baixar o tom e aguardar uma
solução para sua permanência no governo;
- Áudios
vazados – o conteúdo de
gravações de mensagens do presidente para Bebianno começaram a aparecer na
mídia. Por exemplo, uma sobre o cancelamento de reunião entre o ministro
da Secretaria Geral e 1 diretor do Grupo Globo. Outra comentando
publicação no site O Antagonista. Jair Bolsonaro ficou irritado e foi até
o Palácio do Planalto e chamou todos os ministros que estavam em Brasília
para uma conversa;
- Consulta
a ministros – o presidente relatou
o episódio envolvendo Bebianno. Disse considerar ter havido quebra de
confiança pela divulgação de áudios que deveriam ser privados. Perguntou
se todos os ministros concordavam com essa avaliação. Não houve
contestações;
- Reunião
com Bebianno – já no final da tarde
de 6ª feira, Bolsonaro recebeu o ministro da Secretaria Geral no Planalto.
Disse que a situação estava ruim e ofereceu alguma outra posição para
Bebianno, como o comando de uma empresa estatal. A conversa foi rígida. O
ministro não aceitou. Houve insultos. Bebianno saiu certo de que será
demitido e disse que não ficará calado.
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