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REUTERS/Marco Bello
A
Cruz Vermelha já havia anunciado que não pretendia participar da distribuição
na Venezuela da ajuda vinda dos Estados Unidos. Para a organização, os
carregamentos enviados por Washington vêm da parte de um governo e, por essa
razão, não podem ser considerados como “ajuda humanitária”.
Desde
10 de fevereiro o Comitê da Cruz Vermelha se posicionou sobre a situação na
Venezuela. O chefe da delegação da entidade na Colômbia, Christoph Harnisch,
afirmou que não pretendia participar da iniciativa norte-americana de enviar
carregamentos para o país latino americano.
“Para
nós, não se trata de uma ajuda humanitária, e sim de uma ajuda decidida
por um governo”, declarou, lembrando que sua instituição deve respeitar
princípios de independência, imparcialidade e neutralidade.
Nessa
segunda-feira (25), em entrevista publicada no site da revista colombiana Semana, Harnisch reforçou suas
afirmações. Para ele, “infelizmente, a primeira vítima do que está acontecendo
é a palavra ‘humanitária’, porque há um debate, há uma controvérsia pública, há
uma manipulação deste termo por todas as partes”. Segundo o representante da
Cruz Vermelha, “'humanitário' é algo que não deve ser controverso, deve ser do
interesse do povo”.
Harnisch
também preferiu não se posicionar em caso de uma eventual intervenção militar
na Venezuela. “Isso é pura especulação”, declarou, alegando que mesmo se algo
do gênero ocorra, as ONGs humanitárias precisam de um período de observação da
situação antes de agir.
No
entanto, o chefe da Cruz Vermelha local concorda que o êxodo provocado pela crise
venezuelana é um dos mais graves do mundo. “Há uma migração de sírios
que era muito mais importante em termos de número de pessoas. Mas nesse caso
havia muitos mais países receptores. Aqui a concentração é de alguns países,
dois ou três”. Além disso, lembra, as nações que recebem esses migrantes “não
são países com um desenvolvimento industrial do mais alto nível. Na Europa, em
alguns casos sim, mas isso não pode ser dito da Colômbia ou do Equador e do
Peru”.
Publicado em 25.02.2019
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