Lançamento ocorreu durante exercício militar
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| Caça Gripen (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino) |
247 - A Força Aérea
Brasileira concluiu com êxito o primeiro disparo real do míssil europeu Meteor
a partir do caça Saab Gripen, marco importante no programa de modernização da defesa
aérea do país. A operação ocorreu na quinta-feira (27).
De acordo com a Folha de S. Paulo, o lançamento ocorreu durante o exercício
BVR-X, em andamento desde 17 de novembro em Natal (RN). O teste faz parte do
processo de certificação do Gripen, programa cujos avanços e desafios vêm sendo
acompanhados pela imprensa especializada e pela própria FAB.
O míssil Meteor, avaliado em cerca de
R$ 12,4 milhões por unidade, foi lançado contra um drone Mirach 100/5,
fabricado pela italiana Leonardo, que simulava manobras de uma aeronave
subsônica. Considerado o armamento ar-ar mais avançado de sua categoria, o
Meteor permite engajamento além do alcance visual e pode atingir o alvo a
velocidades superiores a quatro vezes a do som.
Segundo a Força Aérea, detalhes
técnicos como distância entre o caça e o alvo não foram tornados públicos.
Ainda assim, o exercício é apontado pela corporação como um divisor de águas no
preparo operacional. “O lançamento foi o cenário perfeito para verificar e
testar como o binômio Gripen e Meteor são eficientes na guerra aérea moderna e
contra qualquer tipo de vetor”, afirmou o comandante da Base Aérea de Natal,
brigadeiro Breno Diogenes Gonçalves, em declaração ao site oficial da FAB.
O Meteor integra o pacote de
armamentos previstos para o Gripen adquirido pelo Brasil em 2014. A FAB comprou
cem unidades do míssil, segundo dados do Instituto Internacional de Pesquisas
da Paz de Estocolmo (Sipri), ao custo aproximado de € 200 milhões — cerca de R$
1,2 bilhão na cotação atual. Apesar disso, a Força não divulga oficialmente o
número de armamentos adquiridos nem valores pagos.
A operação com o Meteor ocorre após a
conclusão, no início de novembro, dos testes de reabastecimento em voo do
Gripen utilizando aeronaves KC-390 da Embraer. A expectativa é que, finalizada
essa etapa e o teste do canhão alemão de 27 mm previsto para ocorrer em breve
no litoral do Rio de Janeiro, o avião esteja certificado para emprego em
combate real em 2026.
O programa Gripen, porém, enfrenta
atrasos significativos. Pelo cronograma original, todas as 36 aeronaves
deveriam ter sido entregues até 2024, incluindo 15 unidades fabricadas na linha
de produção instalada na Embraer, em Gavião Peixoto (SP). Agora, a previsão é
de conclusão total apenas em 2032.
Em meio às lacunas operacionais
provocadas pela aposentadoria iminente dos AMX, a FAB negocia a aquisição
temporária de até 12 unidades da versão anterior do Gripen, a C/D, atualmente
em uso na Suécia. Contudo, a forte demanda internacional pelo caça —
impulsionada pelo interesse da Ucrânia — e as tensões envolvendo a Rússia têm
levado Estocolmo a ser cautelosa em relação à liberação de suas aeronaves.
O Gripen adquirido pelo Brasil
pertence à geração E/F, modelo também selecionado por Suécia, Tailândia e
Colômbia. Parte dos aviões colombianos será produzida no complexo industrial
brasileiro operado conjuntamente pela Saab e pela Embraer. Já o Peru avalia a
compra do caça, embora a instabilidade política prolongue a decisão.
Além do Meteor, outra arma integrada ao Gripen
brasileiro é o míssil teuto-italiano Iris-T, voltado para combate de curto
alcance guiado por infravermelho. A FAB, no entanto, não informou quando este
equipamento será testado nem a quantidade adquirida. Estimado em € 380 mil por
unidade, o Iris-T complementa o arsenal de defesa aérea de última geração que o
país começa a incorporar.
EM TEMPO: Convém lembrar que foi nos governos Lula e Dilma que as Forças Armadas aumentaram sobremaneira sua capacidade logística. Ok, Moçada!

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