Publicação com críticas ao tarifaço de 50% imposto por Donald Trump superou 746 mil interações na rede social
06 de agosto de 2025
![]() |
Lula (Foto: Ricardo Stuckert / PR) |
Por Paulo Emilio
247 - A entrevista
concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao jornal norte-americano
The New York Times gerou ampla repercussão nas redes sociais, especialmente
após a crítica direta feita pelo petista ao “tarifaço” de 50% adotado pelo
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.
Segundo a coluna de Ancelmo Gois, de O Globo, a informação consta de um
levantamento realizado pela FGV Comunicação.
De acordo com o levantamento, o
conteúdo publicado pelo perfil do NYT no Instagram sobre a entrevista foi o que
mais movimentou os debates em torno de Lula durante a última semana. O post se
destacou tanto no cenário nacional quanto internacional, alcançando mais de 746
mil curtidas e comentários — marca que o tornou o mais engajado da conta do New
York Times em 2025 até agora.
A relevância da postagem é ainda
maior quando se observa o desempenho histórico do perfil do jornal na
plataforma. Ao longo de todo o ano de 2024, apenas uma outra publicação obteve
resultado superior em número de interações: a que noticiou a morte da atriz
britânica Maggie Smith, conhecida mundialmente por interpretar a professora
Minerva McGonagall na franquia Harry Potter.
Na entrevista, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que o Brasil, e ele próprio como
dirigente político do Executivo, merecem e querem ser tratados com respeito
pelo governo estadunidense na questão do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros
pretendido por Donald Trump. Em entrevista a um dos jornais mais influentes do
mundo, Lula reafirmou que não está sobre a mesa de negociações recuos em
relação à soberania política do Executivo e do Supremo Tribunal Federal (STF).
O Estado Democrático de Direito para
nós é algo sagrado”, disse Lula. “Porque já vivemos ditaduras e não queremos
mais", completou o presidente.
Lula concedeu a entrevista no Palácio
do Alvorada, numa "sala imponente coberta por uma tapeçaria colorida no
palácio presidencial modernista, onde emas vagam pelos gramados", na
descrição do jornal. O NYT retratou o presidente brasileiro como "um
esquerdista em seu terceiro mandato e indiscutivelmente o estadista
latino-americano mais importante deste século". O jornal ainda destacou a
afirmativa de Lula de que não receberá ordens de Trump.
O presidente ressaltou que o Brasil
permanece aberto ao diálogo, mas com altivez. “Tenham certeza de que estamos
tratando isso com a máxima seriedade. Mas seriedade não exige subserviência”, disse
o presidente brasileiro. “Trato a todos com muito respeito. Mas quero ser
tratado com respeito.”
Uma das questões levantadas pelo
jornal foi a cobrança de Trump para que o Brasil encerre o processo judicial
contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, condição para que o tarifaço seja
revisto. Bolsonaro está sendo julgado pelo STF sob acusação de golpe de Estado,
entre outras. Lula reforçou que o Judiciário brasileiro é independente e que o
processo seguirá o seu curso democrático e legal.
“Talvez ele [Trump] não saiba que aqui no Brasil o
Judiciário é independente”, respondeu Lula. O presidente do Brasil disse ser
“vergonhoso” que Trump tenha feito suas ameaças em sua rede social, Truth
Social. “O comportamento do presidente Trump se desviou de todos os padrões de
negociação e diplomacia”, disse ele. “Quando você tem um desentendimento
comercial, um desentendimento político, você pega o telefone, marca uma
reunião, conversa e tenta resolver o problema. O que você não faz é taxar e dar
um ultimato.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário