Kim Iversen explica por que a culpa pelo colapso estadunidense é de suas próprias elites
19 de abril de 2025
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| Kim Iversen (Foto: Reprodução X) |
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247 – Em uma
análise profunda e incisiva, a jornalista norte-americana Kim Iversen desmonta
a narrativa amplamente difundida por setores da elite política e empresarial
dos Estados Unidos de que a China seria a grande responsável pela decadência
econômica e industrial do país. Segundo Iversen, o verdadeiro colapso
norte-americano foi promovido internamente, por decisões tomadas ao longo de
décadas por seus próprios dirigentes. As declarações foram feitas em vídeo
publicado em suas redes e repercutido por veículos de mídia independentes.
Logo no início, Iversen critica os
discursos repetitivos que acusam a China de “trapacear”, “quebrar regras”,
“roubar propriedade intelectual”, “manipular sua moeda” e “subvencionar sua
indústria”. Embora reconheça que essas práticas existam em algum grau, ela
afirma que se os Estados Unidos quiserem realmente entender por que perderam
milhões de empregos bem remunerados, por que sua infraestrutura está em ruínas
e por que a China lidera o mundo em setores como carros elétricos e trens de
alta velocidade, será preciso abandonar os slogans fáceis e fazer uma pergunta
incômoda: será que a China trapaceou mesmo, ou será que foram as próprias
elites americanas que traíram o país?
O preço do lucro
fácil
Iversen relembra que, por muitos
anos, empresas estrangeiras que desejavam acessar o mercado chinês precisavam
se associar a companhias locais e compartilhar sua tecnologia proprietária.
Esse processo ficou conhecido como “transferência forçada de tecnologia” e é
frequentemente citado como exemplo de deslealdade chinesa. No entanto, a
jornalista rebate: “Ninguém foi forçado. As empresas ocidentais aceitaram
voluntariamente as condições impostas pela China em troca da possibilidade de
lucrar com o maior mercado consumidor do planeta”.
Segundo ela, os executivos dessas
empresas não estavam pensando no futuro do país, mas sim em seus lucros
imediatos. “Disseram sim, repetidas vezes, porque seus CEOs estavam focados nas
reuniões trimestrais de resultados, não nas próximas décadas.”
Ela aponta que os Estados Unidos
também têm um longo histórico de espionagem e intervenção em governos ao redor
do mundo. “Enquanto a China subsidia setores estratégicos de forma aberta, o
governo americano faz o mesmo de forma disfarçada: com subsídios agrícolas,
militares, à indústria do petróleo, aos bancos de Wall Street e, recentemente,
à indústria de chips por meio do CHIPS Act.”
Um país que
abandonou seu povo
Kim Iversen também critica a
hipocrisia da retórica americana sobre “manipulação cambial”, afirmando que
essa prática ocorreu há 20 anos, mas que, na última década, a China tem agido
justamente para sustentar sua moeda e manter a estabilidade. Sobre barreiras
comerciais, ela lembra que “todos jogam esse jogo”, incluindo os Estados
Unidos, que banem vendas de navios, impõem sanções a empresas como a Huawei,
embargam países e reescrevem regras financeiras conforme seus próprios
interesses.
A análise é dura: “A China não roubou
nossa prosperidade. Foram nossas elites que a entregaram. Elas pressionaram
para que a China entrasse na OMC, terceirizaram fábricas, destruíram sindicatos
e disseram aos trabalhadores que aprendessem a programar. As cidades
industriais entraram em colapso, os setores têxtil e de autopeças desapareceram,
mas a bolsa de valores bateu recordes — e isso era tudo o que importava.”
E conclui: “O que a China fez com seu
superávit? Não distribuiu recompra de ações nem alimentou bolhas financeiras.
Ela construiu trens de alta velocidade, cidades inteligentes, redes energéticas
modernas e indústrias do zero. E os Estados Unidos? Construíram bolhas
especulativas, sucatearam escolas públicas, cortaram investimentos em
infraestrutura e deram isenções fiscais aos ultrarricos, pedindo ao restante da
população que apertasse o cinto.”
Tarifas não
reconstroem um país
Iversen afirma que apostar em tarifas
contra a China é inútil: “É como colocar fita adesiva numa ponte que está
desabando. Tarifas aumentam preços, desorganizam cadeias de suprimento e
provocam retaliações. Elas não constroem novas fábricas, não criam mão de obra
qualificada, não consertam um sistema falido.”
Para ela, os Estados Unidos precisam
de um reinício total: “Precisamos reconstruir o país do zero. Isso exige uma
política industrial nacional de longo prazo, com definição clara de setores
estratégicos e investimentos robustos. É necessário um programa de
infraestrutura no nível do New Deal, não simples remendos em estradas.”
Ela defende a valorização do trabalho
técnico, a formação profissional, o fim dos monopólios, a punição de empresas
que transferem produção para fora e o incentivo àquelas que constroem,
contratam e permanecem em solo americano.
“Mas em vez disso, ao invés de
focar nos problemas internos, o que estamos fazendo? Falamos sobre guerra com o
Irã, bombardeamos o Iêmen, gastamos bilhões em guerras por procuração que não
têm nada a ver com o povo americano e tudo a ver com os interesses dos
fabricantes de armas e seus lobistas.”
Um império em
ruínas
Kim Iversen também denuncia o
expansionismo militar dos Estados Unidos: “Quando não estamos tentando iniciar
uma guerra, estamos fantasiando sobre expandir nosso império — tornar o Canadá
um estado americano, comprar a Groenlândia, estacionar tropas em todos os
continentes para proteger rotas de petróleo e minérios, enquanto nossos
veteranos dormem em barracas e nossas cidades parecem zonas de guerra.”
Ela acusa os líderes americanos de
priorizarem o império em vez da nação: “Eles não se importam com os Estados
Unidos como país. Eles enxergam os EUA como uma marca, um veículo para extrair
riqueza.”
A maior traição, segundo Iversen, é
que, enquanto a China atua em nome de seus próprios interesses nacionais, a
elite dos EUA atua por interesses próprios — nunca pelo povo.
“O verdadeiro problema não é
que a China trapaceia. O problema real é que fomos enganados por aqueles que
venderam um sonho no qual nunca acreditaram. Eles destruíram a classe média,
disseram que era normal ter três empregos e continuar na miséria, zombaram da
ideia de reconstruir o país enquanto enchiam os bolsos com o dinheiro das
empresas que enviaram nossos empregos para o exterior.”
“Eles entregaram os projetos,
assinaram os acordos, redigiram as leis comerciais e agora querem culpar quem
aproveitou a oportunidade criada por eles? Isso não é trapaça. Isso é
inteligência. É estratégia. Nós deveríamos estar tomando notas, e não tendo
chilique.”
O único caminho
viável
Iversen encerra sua crítica com uma proposta
clara: “Se queremos vencer de novo, não precisamos de mais sanções, precisamos
de mais engenheiros. Não precisamos de mais porta-aviões, precisamos de mais
fábricas. Não precisamos de mais uma guerra trilionária. Precisamos de um
investimento trilionário na América — nos trabalhadores, nas cidades, nas
famílias, na soberania.”
E conclui com um apelo direto: “Quer que a América
volte a ser grande? Então construa. Pare de perseguir guerras. Pare de se
distrair. Pare de alimentar o império. Traga tudo de volta pra casa e comece de
novo. Esse é o verdadeiro 'América em primeiro lugar'. E é o único caminho
possível.”
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