Às vésperas dos 61 anos do golpe militar, movimentos sociais ocupam as ruas contra a proposta de anistia a golpistas do 8 de janeiro
30 de março de 2025
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(Foto: Assessria do senador Humberto Costa) |
247 - Neste sábado (29) e
domingo (30), as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizaram
manifestações pelo país contra a anistia aos presos pelo 8 de janeiro e pedindo
a prisão de Jair Bolsonaro (PL).
“Com o desenvolvimento do julgamento
desta semana, do núcleo articulador da tentativa de golpe de 8 de janeiro e
Bolsonaro no banco do réu, esperamos que essa pauta tome ainda mais fôlego e
que a gente consiga avançar tanto na disputa ideológica na sociedade quanto na
pressão do judiciário para que Justiça seja feita”, afirma Daiane Araújo, a
vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), que integra as frentes.
Na tarde deste domingo, os
manifestantes se concentraram na praça Oswaldo Cruz e seguiranm em caminhada
até o antigo Doi–Codi (Destacamento de Operações de Informação – Centro de
Operações de Defesa Interna), principal centro de tortura da ditadura militar
na cidade.
Lideranpças políticas como os
deputados federais Guilherme Boulos, Ivan Valente, Lindbergh Farias e o
parlamentar Antônio Donato, da Assembleia Legislativa de São Paulo, estiveram presentes
no ato.
Boulos reforçou a importância do ato
para a luta democrática e reafirmou a articulação para assegurar que o texto de
anistia para golpistas não seja aprovado.
"Essa semana a gente ficou
ouvindo provocação da imprensa, da direita, dizendo que nosso ato ia ser
esvaziado", afirmou Boulos. "Eu digo a vocês sem medo de errar, aqui
hoje na avenida Paulista tem mais gente do que o ato golpista em
Copacabana".
Os manifestantes também pediam a
retirada do governo de Israel da Faixa de Gaza, e o fim da escala 6 X 1.
No Rio de Janeiro, entidades
realizaram panfletagem e ações com cartazes pela cidade. Uma grande faixa foi
estendida sob os Arcos da Lapa com a frase "sem anistia para quem ataca a
democracia".
A bandeira foi retirada dez minutos
por policiais militares poucos minutos depois de ser estendida. Em nota, a PM
afirmou que a remoção foi feita por se tratar de um monumento histórico e
cultural.
No Rio o ato está agendado para a
próxima terça (1º de abril), em frente a sede do antigo Dops (Departamento de
Ordem Política e Social), no centro, com caminhada em direção ao Clube Militar,
na Cinelândia.
No Recife, os manifestantes ocuparam
o Parque Treze de Maio empunhando bandeiras e faixas com a anistia a
golpistas.
Em Belém do Pará, o ato aconteceu em
frente ao Theatro da Paz.
Em Belo Horizonte, Minas Gerais, o
ato se concentrou na praça da Independência, na avenida Afonso Pena. Cartazes
com fotografias de desaparecidos e mortos pela ditadura militar foram levados
pelos manifestantes.
Em Brasília, o ato no Eixão do Lazer
teve cartazes contra a anistia e pela memória dos mortos na ditadura, com
referências ao filme "Ainda Estou Aqui". Também houve bandeiras e
cartazes a favor da Palestina e de um cessar-fogo na região.
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