sábado, 30 de novembro de 2024

“Sionismo não tem nada a ver com judaísmo, tem a ver com racismo e extrema-direita”, diz Breno Altman

 

(Foto: Brasil247)


Jornalista critica articulação de entidades sionistas com a extrema-direita e afirma que elas defendem interesses do Estado de Israel


 



247 - Em entrevista ao Bom Dia 247, o jornalista Breno Altman criticou a vinculação de entidades sionistas ao que ele definiu como movimentos de extrema-direita no Brasil e no mundo. “Sionismo não tem nada a ver com judaísmo, tem a ver com racismo e fascismo. As principais entidades sionistas estão articuladas com a extrema-direita, seja nos Estados Unidos, na Europa ou no Brasil”, afirmou Altman.

Ele destacou que entidades como a Confederação Israelita do Brasil (Conib) agem em defesa de interesses do Estado de Israel, mesmo que isso não reflita a totalidade das comunidades judaicas. “A Conib funciona subordinada aos interesses de Israel. É um braço do Estado de Israel, e não uma representação plural da comunidade judaica no Brasil”, declarou.

Altman citou exemplos recentes que, segundo ele, ilustram essa articulação. “Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado, ambos ligados ao bolsonarismo moderado, viajaram a Israel patrocinados por essas entidades, mostrando o vínculo estreito com o Estado de Israel e seus interesses políticos”, pontuou.

O jornalista também comentou a ausência do presidente Lula em eventos promovidos por essas organizações. “O não convite ao presidente Lula revela a natureza reacionária dessas entidades, que têm uma agenda alinhada à direita e à extrema-direita”, concluiu.

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

"Míssil Oreshnik é um divisor de águas na guerra da Ucrânia", diz Pepe Escobar

(Foto: Brasil247)


Analista destaca avanço tecnológico russo e incapacidade do Ocidente em compreender as implicações estratégicas do novo míssil hipersônico


 



247 – Em entrevista ao canal Dialogue Works, no YouTube, o analista geopolítico Pepe Escobar analisou o impacto do míssil hipersônico Oreshnik, recentemente testado pela Rússia. Escobar destacou a superioridade tecnológica russa e como o Ocidente não está preparado para lidar com as implicações estratégicas desse avanço. "Eles não têm ideia do que os atingiu", afirmou.

O Oreshnik, descrito por Escobar como "uma combinação da força destrutiva de uma arma nuclear de médio alcance com a precisão de um tiro de sniper", representa um marco no arsenal militar russo. Segundo ele, o míssil foi reservado para "o momento certo", e sua apresentação ao mundo ocorreu após ataques autorizados pelos Estados Unidos contra alvos russos. “Nem mesmo Putin sabia do teste até o último minuto”, revelou, citando fontes do Kremlin.

Mudança no controle estratégico

Escobar enfatizou que o Oreshnik altera radicalmente o equilíbrio militar global, colocando a Rússia no controle da escalada de tensões. "A Rússia tem algo que ninguém no mundo possui, nem mesmo a OTAN, e pode decidir usá-lo à sua vontade", afirmou. Ele também apontou que a produção em massa do míssil já começou, o que coloca o Ocidente em uma posição de grande desvantagem.

Segundo o analista, o Ocidente permanece preso a armas como os mísseis Storm Shadow e Scalp, que estão "duas ou mais gerações atrás" das tecnologias hipersônicas russas. "Eles não conseguirão acompanhar o que a Rússia desenvolveu desde o início deste século", analisou.

Respostas descoordenadas do Ocidente

Escobar ironizou a resposta de países ocidentais às novas capacidades militares russas, citando medidas como a transformação de estações de metrô em abrigos antiaéreos, proposta pelo governo alemão. "É o reflexo de um desespero profundo e de uma completa falta de entendimento estratégico", criticou.

Geopolítica e desafios para o BRICS

Na entrevista, o analista também abordou as repercussões globais da escalada militar e as pressões sobre o BRICS, especialmente no contexto das sanções econômicas impostas pelo Ocidente. Ele destacou que essas sanções provavelmente acelerarão a implementação de sistemas financeiros alternativos ao dólar dentro do bloco.

Sobre a América Latina, Escobar mencionou o Brasil como um ator-chave, mas vulnerável, devido à oposição interna ao BRICS e à forte influência dos Estados Unidos. "A presidência brasileira no BRICS no próximo ano será desafiadora, mas o apoio da Rússia e da China será crucial", pontuou.

Tensões no Oriente Médio e o futuro dos conflitos globais

A conversa também incluiu uma análise sobre as tensões entre Israel e o Irã. Escobar alertou para o risco de um confronto de grandes proporções, que poderia envolver diretamente os BRICS. "Um ataque ao Irã será, inevitavelmente, um ataque à Rússia e à China, com repercussões globais significativas", afirmou. 

Mensagem clara e ignorada

Para Escobar, o teste do Oreshnik foi uma mensagem clara da Rússia ao Ocidente, que, no entanto, permanece em uma "bolha de isolamento". "A arrogância do poder é o maior obstáculo para um diálogo racional", concluiu.

A entrevista completa com Pepe Escobar está disponível no canal Dialogue Works, no YouTube. Confira: 

https://www.youtube.com/watch?v=wE746Nze_H4

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

"A dívida pública brasileira é exponencial por causa da taxa de juros. Isso precisa ser resolvido", diz Mantega

(Foto: ABR)

Ex-ministro da Fazenda critica taxa de juros no Brasil e aponta a necessidade de intervenções para reduzir o impacto na economia nacional

28 de novembro de 2024

 


247 - Em entrevista ao programa Boa Noite 247, Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES, destacou o impacto negativo da taxa de juros no crescimento da dívida pública brasileira e no desempenho econômico do país. Segundo ele, a taxa de juros elevada é a principal causa do crescimento exponencial da dívida, que já ultrapassa 78% do Produto Interno Bruto (PIB).

Taxa de juros e impacto na dívida

"Hoje, 70% da dívida pública brasileira é composta de juros. Isso não existe em lugar nenhum do mundo. Países como o Japão, com uma dívida equivalente a 240% do PIB, conseguem administrá-la com taxa de juros zero. Aqui, cada aumento de 1% na taxa de juros eleva a dívida em R$ 30 bilhões."

Mantega ressaltou que a política fiscal brasileira sempre foi rígida, mas a elevação constante dos juros compromete o equilíbrio das contas. "O maior problema hoje não é o déficit primário, mas a despesa financeira. Estamos falando de R$ 700 bilhões em juros, enquanto o déficit da Previdência, por exemplo, é de R$ 300 bilhões."

Comparação internacional e críticas ao sistema

O ex-ministro comparou a situação do Brasil com a de outras economias. "Nos Estados Unidos, o Federal Reserve observa não apenas a inflação, mas também o desemprego. Recentemente, reduziram a taxa de juros para conter a alta no desemprego. Aqui, a lógica é inversa: a alta dos juros asfixia a economia e alimenta um círculo vicioso."

Ele também criticou a atuação do setor financeiro no debate econômico brasileiro. "O setor financeiro tem muita força política. Quando o arcabouço fiscal foi discutido, eles estavam lá, com seus representantes, influenciando as decisões."

Sobre a gestão do Banco Central

Mantega demonstrou otimismo com a futura gestão de Gabriel Galípolo no Banco Central, mas alertou para as limitações impostas pela atual composição do Comitê de Política Monetária (Copom). "Hoje, quem comanda o Banco Central é Roberto Campos Neto, que tem maioria no Copom. A expectativa é que Galípolo adote uma postura técnica e use instrumentos como os swaps cambiais para estabilizar o câmbio."

Consequências do câmbio desvalorizado

O ex-ministro também apontou o câmbio desvalorizado como um dos principais problemas atuais. "Um dólar a R$ 6 é um absurdo para a economia brasileira. Isso eleva os custos de importação, impacta a inflação e reduz os lucros das empresas com empréstimos em dólar. O Banco Central deveria intervir, como já fizemos no passado, para conter essa especulação."

Perspectivas para o futuro

Guido Mantega concluiu que a redução da taxa de juros é essencial para retomar o crescimento econômico. "O Brasil tem a maior taxa de juros real do mundo, em torno de 7%. Reduzir para 5% ainda manteria o país atrativo para investidores e liberaria recursos para investimentos produtivos. Sem resolver essa questão, o país continuará preso a um ciclo de baixo crescimento e alto endividamento." Assista o programa Boa Noite 247: 

Haddad na TV anuncia corte de gastos e alivio no IR

https://www.youtube.com/watch?v=ySYMe5OauIE

Governo sofre ataque especulativo "brutal" do mercado financeiro, diz Cantalice

Alberto Cantalice (Foto: Paulo Pinto/Agência PT)


Dirigente do PT afirma que é necessário defender o papel de Haddad no governo

28 de novembro de 2024

 



247 - O diretor da Fundação Perseu Abramo e membro da Direção Nacional do PT, Alberto Cantalice, afirma que agentes do mercado financeiro estão articulando um ataque especulativo contra o governo do presidente Lula. Segundo ele, a ação seria uma forma de protesto contra o pacote fiscal apresentado nesta quarta-feira (27) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Nesse sentido, Cantalice afirma que é necessário defender o papel de Haddad no governo. "No momento em que o governo sofre um brutal ataque especulativo do capital financeiro, não ser solidário é muito ruim. Não defender o Haddad nesse momento, é não defender o nosso projeto de país", escreveu Cantalice na plataforma X, em resposta a uma postagem do jornalista Breno Altman. 

Nesta quinta-feira (27), o dólar à vista ultrapassou a marca de 6,00 reais pela primeira vez desde o início de sua circulação, em 1994, com o mercado reagindo negativamente ao anúncio do pacote de contenção de gastos pelo governo, que veio acompanhado de uma reforma do Imposto de Renda (IR).

Segundo agentes do mercado financeiro citados pela Reuters, o anúncio das medidas fiscais junto da reforma do IR levanta "dúvidas" sobre o compromisso do governo com o equilíbrio das contas. 

No entanto, segundo Haddad, a compensação para o aumento da faixa de isenção do IR, uma promessa de campanha do presidente Lula, virá pelo aumento da taxação para quem ganha acima de 50 mil reais por mês e pela limitação da isenção por razões de saúde a quem ganha até 20 mil reais.

ENTENDAUm ataque especulativo é uma ação coordenada ou individual realizada por investidores ou instituições financeiras com o objetivo de lucrar explorando oscilações de preços ou instabilidades em mercados financeiros ou cambiais. Esse tipo de ataque geralmente envolve a manipulação ou pressão sobre determinado ativo, como moedas, ações ou títulos, baseada em movimentos especulativos de grande escala. 

Os ataques especulativos são frequentemente impulsionados por agentes que utilizam o próprio funcionamento do mercado para gerar volatilidade, muitas vezes sem consideração pelos impactos sistêmicos que essas operações podem causar. Ao invés de refletirem fundamentos econômicos reais, essas ações se baseiam em estratégias que amplificam desequilíbrios ou criam pânico, com o objetivo de obter lucros no curto prazo.

ASSISTA O PROGRAMA BOA NOITE 247.

https://www.youtube.com/watch?v=Xrw0ChI3boA&list=UU_M1ek8fhnDkz5C2zfkTxpg

Os jornalistas Teresa Cruvinel, Florestan Fernandes Jr, José Miola e Sara Goes, entrevistam o dep. federal Lindbergh Farias, do PT

terça-feira, 26 de novembro de 2024

"Assassinos em série que sentem prazer em matar", diz Erdogan sobre governo de Israel

Erdogan (Foto: REUTERS/Umit Bektas/File Photo)


Presidente turco não poupou críticas

26 de novembro de 2024

 


247 - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, qualificou os líderes de Israel como "assassinos em série que sentem prazer em matar" civis palestinos. A declaração foi feita nesta segunda-feira (25), durante um discurso em um evento dedicado ao Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, informou o RT.

"Mais de 70% dos palestinos que perderam a vida são crianças e mulheres inocentes. As mulheres e as crianças são também as maiores vítimas da agressão israelense que se estende ao Líbano. Como assassinos em série que sentem prazer em matar, o governo furioso de [Benjamin] Netanyahu massacra brutalmente dezenas de mulheres, crianças, idosos e bebês todos os dias", afirmou Erdogan.

O presidente turco também denunciou que a "crueldade de Israel avança passo a passo há 14 meses sob o olhar silencioso do mundo".  

EM TEMPO: O impressionante nesse caso é que o Erdogan é um político de Extrema Direita. Mas, mesmo assim não economiza crítica ao atual  governo genocida de Israel. 

Angela Merkel defende bloqueio à entrada da Ucrânia na OTAN e acordos com Putin

Putin e Merkel (Foto: Fotos Públicas)

 


Ex-chanceler alemã argumenta que suas decisões evitaram conflitos maiores

26 de novembro de 2024

 



247 – A ex-chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu sua política externa em relação à Rússia e à Ucrânia durante uma rara entrevista concedida à jornalista Katya Adler, editora de Europa da BBC, publicada em 25 de novembro de 2024. Merkel afirmou que sua decisão de bloquear a entrada da Ucrânia na OTAN em 2008 foi crucial para evitar um conflito militar antecipado e que os acordos de gás firmados com a Rússia visavam tanto interesses econômicos alemães quanto a manutenção da paz.

“Para mim, estava completamente claro que o presidente Putin não ficaria de braços cruzados vendo a Ucrânia se juntar à OTAN”, disse Merkel. Ela argumentou que a Ucrânia, na época, não estava preparada para enfrentar os desafios que a adesão à aliança militar implicaria. Segundo a ex-chanceler, o conflito militar iniciado em 2022 poderia ter ocorrido muito antes e de forma mais grave caso a Ucrânia tivesse avançado em direção à OTAN.

Entretanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou a decisão, classificando-a como um "erro de cálculo" que teria encorajado a Rússia.

Ameaças nucleares e os desafios do legado de Merkel

Angela Merkel também expressou preocupação com as ameaças nucleares renovadas de Vladimir Putin, destacando a importância de esforços diplomáticos para evitar o uso dessas armas. “Devemos fazer tudo ao nosso alcance para evitar o uso de armas nucleares”, declarou. Ela enfatizou o papel da China e outras potências em alertar contra esse tipo de escalada.

Mesmo sendo reconhecida como uma das líderes mais influentes da Europa durante seus 16 anos no poder, Merkel enfrenta atualmente um intenso escrutínio de seu legado. A dependência alemã do gás russo, simbolizada pela construção de dois gasodutos diretamente conectados à Rússia, é uma das principais críticas. Países do leste europeu, como Polônia e Estados bálticos, argumentaram que essa política energética fortaleceu o poder financeiro da Rússia, financiando a invasão à Ucrânia.

Por outro lado, Merkel justificou os gasodutos como uma combinação de interesses comerciais e uma tentativa de preservar relações pacíficas com Moscou. "O preço do gás barato foi alto, mas fazia parte de uma estratégia comercial e política", afirmou.

Crise migratória e crescimento da extrema direita

A política migratória de Merkel, particularmente sua decisão de acolher mais de um milhão de refugiados em 2015, também está sob análise. Embora elogiada por líderes como Barack Obama por sua coragem e moralidade, Merkel foi acusada de alimentar o crescimento da extrema direita, especialmente o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), que agora ocupa posição de destaque nas pesquisas eleitorais.

Para Merkel, a resposta à crise migratória deve incluir investimentos em países africanos para melhorar os padrões de vida e reduzir o fluxo migratório. "A única maneira de combater a extrema direita é deter a imigração ilegal e investir no desenvolvimento dos países de origem", argumentou.

“O doente da Europa” e os desafios econômicos

Angela Merkel também foi criticada por não ter realizado reformas estruturais significativas durante sua gestão, o que deixou a Alemanha dependente de outras potências, como Estados Unidos e China, para comércio e energia. Atualmente, a Alemanha enfrenta desafios econômicos severos, com especialistas chamando o país de "o doente da Europa".

Apesar das críticas, Merkel se mantém confiante em sua abordagem ao lidar com líderes globais como Donald Trump, com quem teve uma relação complexa. Para os atuais líderes europeus, ela deixa um conselho claro: “É muito importante saber quais são as suas prioridades, apresentá-las com clareza e não ter medo.”

Legado e reflexão

Com 70 anos e afastada da política desde 2021, Merkel reafirma que não sente falta do poder. "Não, de jeito nenhum", respondeu rapidamente quando questionada se sente saudades da vida pública. Ainda assim, segue sendo procurada por líderes globais em busca de conselhos.

A entrevista, concedida em um momento em que Merkel publica seu livro de memórias, Liberdade, reflete tanto sobre os sucessos quanto sobre as críticas enfrentadas por uma das figuras mais emblemáticas da política europeia moderna.

EM TEMPO: Evidentemente que Merkel é uma política habilidosa e capacitada e se soma a outros chanceleres de alto nível, a exemplo de: Celso Amorim (Brasil), Lavrov (Rússia), Mauro Vieira (Brasil), dentre outros. A Merkel faz muita falta a defesa da paz mundial. Hoje, há muitos "malucos" a frente dos governos dos EUA e de alguns países da Europa. 

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Oreshnik breca escalada imperialista à terceira guerra e põe em xeque hegemonia americana

Vladimir Putin (Foto: Sputnik)

"O Oreshnik, sem precisar estar equipado com armas nucleares, põe no seu devido lugar as forças americanas e europeias", diz César Fonseca (Repórter de política e economia)


 


O presidente americano, Joe Biden, foi mexer com fogo e se queimou. Irresponsavelmente, estimulou o presidente fantoche ucraniano, Volodymyr Zelenski a atacar Vladimir Putin, presidente da Rússia, com armas americanas, tecnologicamente, antiquadas, relativamente, às russas, em seu estágio ultra avançado, como é o caso do míssil supersônico Oreshnik.

Biden, em sua sofreguidão imperialista, tentou criar fato consumado para o presidente eleito Donald Trump, jogando-o numa armadilha. Dela, o neofascista republicano não poderia escapar, logo depois de assumir a Casa Branca em janeiro próximo. Teria que seguir o curso da guerra, o fim essencial do Deep State, como a alavanca da economia americana, para manter hegemonia global dos Estados Unidos.

Mas, Biden errou feio. Não combinou com os russos.  O fantoche de Washington apertou o gatilho das armas monitoradas não por ele, mas pelos profissionais do Pentágono, a serviço da Ucrânia, para tentar destruir a Rússia.

Putin deu o troco na hora com uma violência inaudita. Contra-atacou com o seu supersônico moderníssimo Oreshnik  as forças da Otan. Tiro e queda. O Otanistão não teve bala na agulha para responder. Segundo comunicado de Putin, em rede estatal, a destruição dos equipamentos do inimigo, em terreno ucraniano, foi total.

Não precisou que mandasse o poderoso Oreshnik equipado de armas nucleares. Antes, avisou que populações em torno se afastassem para não se machucarem. Exterminou os inimigos e suas armas desatualizadas tecnologicamente em relação às russas, desenvolvidas por inteligências superiores às ocidentais, e deixou quieto. 

SILÊNCIO FÚNEBRE DO INIMIGOO silêncio do ocidente, expresso nas reações dos principais jornais europeus e americanos, como se nada tivesse acontecido, sem revelar ao mundo o tremendo estrago sofrido, fala por si. Trata-se da maior derrota ocidental para a Rússia desde o fim da era soviética, no final dos anos 1990. O mundo, desde então, vinha sendo alarmado pela vitória americana, proclamada aos mil ventos, de que a história tinha acabado. 

Washington inaugurara nova etapa histórica com o predomínio absoluto do neoliberalismo, a partir dos anos 2000. O imperialismo absoluto, portanto, não teria mais rival. Todos que se rendessem a ele e se fizessem subordinados, pronto e acabou. A nova ordem econômica mundial ditada pelos bancos centrais dos países ocidentais coordenados pelo banco central americano e seus agentes financeiros – os fundos financeiros especulativos – na tarefa de financeirizar a economia global, tinha que continuar seguindo o Consenso de Washington.

O tripé neoliberal – câmbio flutuante, metas inflacionárias e superávit primário – uniformizava, desde os anos 1980, os procedimentos econômicos gerais coordenados pelo FMI e Banco Mundial, o modelo de Bretton Woods, inaugurado no pós-segunda guerra mundial.

Todos teriam que continuar se rendendo às condicionalidades do império, na gerência dos seus empréstimos, por meio dos quais o mecanismo econômico especulativo multiplicaria, ad infinitum, a taxa de lucro via juros altos manipulados por construções elaboradas por bancos centrais e suas teorias econométricas falsamente equilibristas. Os súditos teriam que seguir o mantra: a inflação somente cai “sustentavelmente” mediante equilíbrio da relação dívida pública x PIB com corte de gastos públicos sociais e privatizações, transferência em massa de riqueza real dos países financeiramente dependentes para os países financeiramente dominantes, que submetem aqueles à eterna especulação financeira etc.

Como a sustentabilidade nunca se realiza por ser mera abstração neoliberal, articulada especulativamente, para produzir inflação, cujo combate requer juro alto, a periferia não consegue sair da armadilha. Afunda-se, dessa forma, interminavelmente, o desequilíbrio, que requer juros altos, cujas consequências são subdesenvolvimento, desigualdade social sem fim etc. 

MILITARIZAÇÃO E GUERRA E para sustentar esse processo de espoliação interminável, o império espalha pelo mundo, por meio da sua moeda hegemônica, sem lastro real, o dólar, bases militares que impõem aos governos semi capitalistas dependentes periféricos a sua vontade imperial, e c’est fini. O desastre desse status quo neoliberal veio em 2008 e começou a desorganizar o sistema capitalista rentista-financista como um todo.

Para mantê-lo, a retórica da guerra, das ameaças, da pressão imperialista, teve que se multiplicar. Sua multiplicação se estendeu por meio da doutrina da expansão do próprio império por meio de guerras e busca do objetivo central: de um lado, acabar com a Rússia; de outro, bloquear a expansão da China, que não caiu, a partir de 2008, no conto imperialista neoliberal, como aconteceu com o Brasil e América Latina. 

As duas potências comercial e militar – China e Rússia – acabaram se unindo estrategicamente, a partir de 2022, para evitar a expansão imperialista, em sua especialidade de espalhar, globalmente, guerras por procuração, sendo a principal delas, a armada pela Otan, na Ucrânia, a partir de 2014, com nazificação ucraniana. Diante do ímpeto ucraniano otanista, nazifascista, a Rússia apressou-se em cuidar de si, super-se-armando, até chegar ao estágio da construção do míssil supersônico Oreshnik que soltou em cima da Otan, em território ucraniano, nesta semana histórica.

Aqui, no Brasil, Biden, em arroubo imperialista havia, há menos de duas semanas, por ocasião da 19ª reunião do G20, autorizado o presidente fantoche ucraniano a atacar a Rússia com armas americanas, monitoradas por profissionais americanos, visto que os profissionais ucranianos não estão preparados para tal tarefa. Biden estava com medo de deixar a Casa Branca e não ver cumprida sua promessa de guerra sem fim a ser seguida, pela lógica pretensamente irrefutável do capitalismo de guerra, por meio do novo presidente Donald Trump. 

HORA DA PAZ NO PÓS-ORESHNIKChegara, portanto, o momento crucial para Putin agir com toda a energia possível. Mandou para cima dos americanos e ingleses a sua poderosa arma e fez picadinho deles. É nesse estágio atual pós explosão do Oreshnik em cima dos americanos e ingleses, na Ucrânia destruída, que o mundo se encontra. Estados Unidos e Europa, desde então, encontram-se prostrados. Vão continuar ameaçando a Rússia com suas armas antiquadas, incapazes de fazer frente ao Oreshnik, ou aceitarão uma paz negociada?

Enfim, o Oreshnik, sem precisar estar equipado com armas nucleares, põe no seu devido lugar as forças americanas e europeias incapazes de enfrentar Putin e obriga-os a sentar na mesa para negociar a paz. Caso contrário, vão se machucar.

EM TEMPO: Mas, esse recado serve, também,  para o governo atual de Israel. Ok, Moçada!

domingo, 24 de novembro de 2024

Sobre o agravamento da situação internacional

 


Jorge Cadima

O imperialismo está afundando o planeta no caos e na guerra. Por entre as terríveis notícias que diariamente vão chegando, importa não perder de vista o contexto geral e compreender as causas e natureza da crise. Para poder identificar o inimigo principal, as forças de resistência e os potenciais aliados. Para poder dinamizar o movimento dos trabalhadores e dos povos pela Paz e contra os promotores da guerra – movimento que será, em última análise, o fator decisivo para barrar o caminho para o desastre.

A Humanidade está sendo conduzida para uma enorme catástrofe. Banaliza-se a ideia de uma III Guerra Mundial em plena era nuclear. Altos dirigentes das principais potências imperialistas (EUA, Inglaterra, países da UE), o Parlamento europeu e a OTAN, defendem publicamente ataques com mísseis contra a Rússia, uma grande potência nuclear, ao mesmo tempo que encobrem os ataques do regime ucraniano a centrais nucleares. O genocídio do povo palestino prossegue impiedosamente há mais de um ano, embora cada vez mais afastado das manchetes da mídia capitalista, numa tentativa de fazer esquecer a barbárie em curso – barbárie executada por Israel, mas armada, financiada, apadrinhada e protegida pelas grandes potências imperialistas. 

Os crimes de Israel/EUA assumem cada vez mais abertamente uma natureza monstruosa, de aberto terrorismo contra civis e extermínio de massas na Palestina, e agora também no Líbano e outros países do Oriente Médio. Sobem de tom as provocações dos EUA/UE contra a China, deixando antever a abertura de uma nova frente de conflito aberto, desta vez no Extremo Oriente. É real o perigo de um alastramento incontrolado do conflito mundial em curso. Como sempre, o militarismo crescente é acompanhado pelo reforço do autoritarismo, da repressão e censura, da promoção de forças fascistas ou fascistizantes, do ataque aos direitos dos trabalhadores e dos povos com um sério aumento dos níveis de exploração. O imperialismo está afundando o planeta no caos e na guerra.

O declínio das potências imperialistas

O momento que vivemos é o resultado da crise profunda das tradicionais potências imperialistas e do seu sistema econômico, social, político e militar. Os EUA e as velhas potências europeias, cuja prosperidade assentou historicamente na dominação colonial e neocolonial sobre o resto do planeta, estão num já indisfarçável declínio histórico. A euforia da sua vitória contrarrevolucionária no final do Século XX escondeu momentaneamente este processo, mas não o inverteu.

sábado, 23 de novembro de 2024

"Mísseis hipersônicos da Rússia colocaram OTAN em desespero", diz Pepe Escobar

 

Joe Biden, Vladimir Putin e Pepe Escobar (Foto: Divulgação | Brasil247)




 

 



Analista geopolítico destaca reação russa aos ataques ocidentais e alerta para risco de escalada global

23 de novembro de 2024

247 – Em seu programa Pepe Café, o analista geopolítico Pepe Escobar abordou as tensões crescentes entre a Rússia e os Estados Unidos, destacando a resposta russa às provocações ocidentais, incluindo o recente envio de mísseis de longo alcance para a Ucrânia. Escobar alertou que essas ações poderiam desencadear uma escalada com potencial de configurar um conflito global, dependendo da reação de Moscou. “O envio de mísseis de longo alcance pela OTAN para atacar a Federação Russa não é apenas uma provocação. É uma armadilha em vários níveis, desenhada tanto para forçar uma resposta devastadora da Rússia quanto para prender os EUA e seus aliados em um ciclo de guerras perpétuas”, afirmou Escobar em tom crítico.

Escobar destacou a rapidez da resposta russa ao anúncio da utilização dos mísseis pelos ucranianos, sob coordenação dos EUA. Segundo ele, em menos de 48 horas, o presidente Vladimir Putin implementou um upgrade na doutrina nuclear russa. “Se houver um ataque coordenado pela OTAN ou pelos EUA, utilizando território ucraniano para atingir alvos civis ou militares dentro da Rússia, a resposta será avassaladora. Moscou já deixou claro que não hesitará em usar armas de destruição massiva contra bases estratégicas da OTAN, caso necessário”, explicou Escobar, enfatizando os testes com mísseis hipersônicos. "O uso desses mísseis colocou a OTAN em desespero", afirmou.

O analista também destacou a fala de Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e atual membro do Conselho de Segurança, que classificou a situação como um ponto crítico:

“Medvedev deixou claro que estamos diante de um cenário onde qualquer ataque direto dos EUA ou da OTAN contra a Rússia pode ser interpretado como o estopim de uma Terceira Guerra Mundial. Não é apenas uma ameaça; é um aviso direto.”

G20 e a luta pela agenda global

Outro ponto de destaque da análise de Escobar foi o contraste entre as prioridades de diferentes blocos no cenário global. Ele elogiou o presidente Lula e a diplomacia brasileira por resistirem às tentativas do G7, grupo que Escobar chamou de “OTANistão”, de monopolizar a agenda do G20.

“Lula conseguiu imprimir um selo brasileiro no G20, focando em temas como combate à fome e desenvolvimento sustentável, enquanto o G7 insistia em discutir a guerra na Ucrânia e ignorava completamente o genocídio em Gaza. Foi uma vitória diplomática que reposiciona o Brasil como líder global”, afirmou Escobar.

Ele destacou que essa postura brasileira se alinha aos esforços dos BRICS para construir uma nova ordem multipolar, capaz de desafiar a hegemonia ocidental.

África e a construção de um mundo multipolar

Escobar também relatou suas recentes visitas à África do Sul, onde participou de encontros sobre o papel do continente no mundo multipolar. Para ele, a África possui todos os recursos necessários para emergir como uma potência global, mas precisa superar desafios internos, como a integração política e econômica.

“A unidade africana no mundo multipolar é um dos temas mais promissores do nosso tempo. Durante as discussões em Joanesburgo, ficou claro que o continente está pronto para moldar seu próprio caminho, com apoio de parceiros estratégicos como Rússia e China”, destacou Escobar.

Ele sugeriu que o Brasil pode desempenhar um papel fundamental nesse processo, promovendo diálogos semelhantes no próximo ano, com foco na integração Sul-Sul.

Cenário incerto

Encerrando sua análise, Escobar alertou que o desespero das elites ocidentais pode levar a decisões ainda mais irracionais, colocando o mundo em um estado permanente de tensão.

“Estamos no fio da navalha. As ações dementes de Washington e seus aliados nos empurram cada vez mais para o precipício, enquanto o Sul Global luta para construir uma alternativa baseada na paz e na cooperação”, concluiu o analista.

A análise de Pepe Escobar oferece uma visão ampla e detalhada do cenário geopolítico atual, conectando eventos regionais e globais para destacar os desafios e oportunidades na busca por uma nova ordem internacional mais equilibrada. Assista:

https://www.youtube.com/watch?v=4kEYgqfxsBs