sábado, 12 de outubro de 2024

"2024 mostrou que brasileiros que votam em Lula não votam no PT”, diz Horta

 

(Foto: Brasil247)

Horta alerta para o crescimento da extrema-direita nas capitais brasileiras e a falta de conexão entre o governo Lula e os candidatos do PT nas eleições

10 de outubro de 2024

 


247 - Em recente participação na TV 247, o historiador Fernando Horta levantou preocupações sobre a atual conjuntura política brasileira, destacando uma alarmante desconexão entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo ele, essa dissociação está permitindo que a extrema-direita ganhe força em diversas capitais do país. "O governo Lula parece não ter partido. Ele é como se fosse uma entidade que paira sobre a sociedade", afirmou, pontuando a dificuldade que a base petista enfrenta em transferir votos para seus candidatos.

Horta ressaltou a existência de três campos políticos distintos nas capitais brasileiras, refletidos pelos altos índices de abstenção e pela falta de figuras "disruptivas" que possam mobilizar o eleitorado progressista. Ele cita como exemplo Porto Alegre, onde a abstenção foi de 31%, um número expressivo que se iguala à votação de Marçal, um dos candidatos. "Sem uma figura disruptiva, esses eleitores se abstêm", avaliou.

A análise aponta que o bolsonarismo, ainda que enfraquecido, está tentando se consolidar como uma força política permanente, algo que o governo Lula não pode ignorar. "Não adianta o governo olhar para outro lado e fingir que nada está acontecendo", criticou. Segundo ele, a ascensão de figuras como Marçal, que conquistou um percentual de votos próximo ao de Guilherme Boulos em São Paulo, demonstra que "a percepção do fascismo no Brasil é consistente".

A crise do PT no Nordeste e o avanço da direita

O historiador ainda sublinhou um ponto que considera preocupante: o declínio de apoio ao PT em regiões onde o partido sempre teve forte presença, como o Nordeste. Ele relembra que essa região foi decisiva para a eleição de Lula em 2022, mas agora, segundo ele, "o partido está perdendo espaço e seus cardeais não conseguem mais votos". Ele frisou que a dissociação entre Lula e o PT é particularmente evidente quando se observa o cenário eleitoral em São Paulo. "O Boulos é quem está concorrendo, e não o PT diretamente, o que mostra um problema grave de engajamento com o eleitorado tradicional do partido."

O crescimento da extrema-direita e o futuro político do Brasil

Outro ponto que o historiador destacou foi o surgimento de novos candidatos de extrema-direita em todo o Brasil, comparando o crescimento desses nomes ao de novas lideranças progressistas. "O cenário para os próximos quatro, cinco anos é assustador", afirmou, alertando que o avanço da direita está se desenhando enquanto a esquerda permanece "marcando passo". Para ele, é fundamental que a esquerda volte a se comunicar com as bases e entenda essa nova realidade política para evitar um retrocesso ainda maior.

Em sua análise final, Fernando Horta comemorou as passagens de Boulos e Maria do Rosário para os segundos turnos em São Paulo e Rio Grande do Sul, respectivamente, mas alertou para os desafios que esses candidatos ainda enfrentarão. "O que nos preocupa é a incapacidade de transformar ações do governo federal, como o investimento de R$ 9 bilhões para a recomposição no Rio Grande do Sul após as enchentes, em ganhos políticos concretos."

Reflexões sobre o futuro político do país

O historiador concluiu que é preciso repensar as estratégias do governo e do PT para reconectar o partido com a base popular e os movimentos sociais, e evitar que a extrema-direita se solidifique ainda mais como uma força política relevante no país. "Estamos com um governo que não está conseguindo se fazer perceber como um governo de um partido, e isso é preocupante. Enquanto a direita cresce, a esquerda fica estagnada."

A análise evidencia uma preocupação latente: o futuro do PT e a capacidade do governo Lula de se manter conectado com seus eleitores e enfrentar o crescimento da extrema-direita, que, segundo ele, "só aumenta enquanto a esquerda tenta reencontrar seu caminho".

Assista: 

https://www.youtube.com/watch?v=YVJLBnXIsA4

EM TEMPO: Assim como o nobre historiador Fernando Horta, a maioria da Esquerda e dos intelectuais brasileiros sejam marxistas ou sociais democratas, não querem aceitar que a maioria da população brasileira é de Direita. Porém, existe uma Direita mais acessível, ou seja, democrática, que   de vez em quando se move para a Centro Esquerda, campo no qual o presidente Lula sabe trabalhar muito bem sem ser cientista político formado na  academia, mas nas lutas populares. LEMBRETE: Numa sociedade burguesa a população é bombardeada diariamente pela ideologia das Classes Dominantes. Hoje, com o advento da internet essa influência diária se faz com muita rapidez. Fazem parte dessa ferramenta ideológica dominante: as fake news, as falsas informações, o ódio, as confusões geradas diariamente nas ruas e no Congresso, os ataques a Suprema Corte, as igrejas pentecostais, o BBB, alguns estilos de música, atividades alienantes, algumas novelas, algumas programas de TV,  dentre outros. O caso do PT é problemático, porquê o PT não soube administrar  suas alianças políticas com à Direita ou Centro-Direita, preferindo se entregar, a exemplo de Pernambuco, ao PSB, prejudicando enormemente o avanço da Esquerda Autêntica. Cabe ao governo federal ter uma política que busque aprimorar culturalmente a população brasileira. Veja que a Direita Fascista tem o projeto das Escolas Cívico Militares para doutrinarem a juventude. OK. Moçada!

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