A Federação dos Petroleiros recordou que o governo bolsonarista vendeu a Refinaria Landulpho Alves a estrangeiros por um preço abaixo do valor registrado em estimativas oficiais
10 de julho de 2024
Refinaria Landulpho Alves (Foto: Petrobras) |
247 - A Federação
Única dos Petroleiros, que tem Deyvid Bacelar como coordenador-geral, emitiu um
comunicado pedindo o cancelamento da venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM),
na Bahia. A FUP alegou ser necessária a reestatização do empreendimento após o
indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) no inquérito das joias. A instituição
lembrou que a refinaria foi vendida por apenas US$1,65 bilhão, para o Fundo
Mubadala Capital, de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Estudos do Instituto de
Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep)
apontaram que o preço da refinaria ultrapassava os US$ 3 bilhões.
A FUP disse que pretende cobrar do
Judiciário mais investigação para saber se existe relação entre as joias
recebidas por Bolsonaro e a venda da refinaria. "Outras 11 pessoas ligadas
diretamente a ele durante o seu governo foram indiciadas pela PF por
participação no esquema de desvios das joias. É o caso do ex-ministro das Minas
e Energia, Bento Albuquerque, que recebeu de autoridades árabes um conjunto de
abotoaduras, terço, anel e relógio confeccionados em ouro rosé, durante viagem
da comitiva presidencial ao Oriente Médio, em outubro de 2021, um mês antes da
conclusão da venda da Rlam", disse a federação.
"No dia 30 de novembro de 2021,
a Petrobrás anunciou a venda da refinaria para o fundo dos Emirados Árabes por
US$ 1,65 bilhão, menos da metade do seu valor de mercado", acrescentou a
FUP no comunicado.
Deyvid Bacelar. Foto: Câmara dos Deputados |
Segundo Bacelar, "tudo leva a
crer que essa quadrilha pode ter roubado muito mais do que joias".
"Os milhões envolvidos nesse crime vergonhoso nem chegam perto do prejuízo
de bilhões de dólares que a Petrobrás e o povo brasileiro amargaram com a
privatização da Rlam", continuou.
"Será coincidência a nossa refinaria ter sido vendida por menos da metade do valor de mercado para o Mubadala, meses após Bolsonaro e seus comparsas, incluindo o ex-ministro das Minas e Energia, terem recebido indevidamente joias milionárias de autoridades do Oriente Médio? Estamos diante de um crime de lesa-pátria que precisa ser investigado, como nós petroleiros e petroleiras cobramos há anos".
As investigações da Polícia Federal apontaram que
Bolsonaro e seus aliados desviaram pelo menos R$ 6,8 milhões em joias. Por lei,
esss bens materiais dados por governos de outros países devem pertencer ao
Estado brasileiro, e não podem ser incorporados a patrimônio pessoal.
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