(Foto: Reprodução/OAB) |
24 de dezembro de 2023
O desembargador
José Cruz Macedo, presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Territórios, afirma que o 8 de janeiro "é uma mancha que vai ficar na
história"
247 - Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o desembargador José Cruz Macedo, presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, afirma que os ataques antidemocráticos foram uma “mancha” na história de Brasília, mas elogia a reação das instituições.
"[O 8 de
janeiro] Foi uma mancha que ficou na nossa democracia. É um episódio que a
gente não pode esquecer, para a gente ficar atento e atuar preventivamente. Uma
atuação firme da própria Polícia Militar teria evitado o ataque. Bastava conter
a praça ali na Catedral, e certamente não haveria aquela invasão", afirmou
o magistrado que é responsável por conduzir 1.403 audiências de custódia com os
presos do 8 de janeiro.
"O 8 de
janeiro marcou a nossa sociedade. É uma mancha que vai ficar na história. Mas
houve uma boa reação das instituições e da sociedade. Eu estava me deslocando
para Brasília. Assisti às primeiras cenas em uma televisão, próximo da estrada.
Eu fiquei impressionado. Disse a mim mesmo: ‘Não é possível que esteja
acontecendo isso’. Estou há 43 anos em Brasília, e as nossas forças de
segurança estão acostumadas a lidar com manifestações", relata.
Sem citar nomes, o
desembargador diz que "houve uma ação direcionada para criticar o Poder Judiciário,
e isso potencializou as pessoas que criticam e têm desconforto com as ações
judiciais, sobretudo com a atuação do Supremo Tribunal Federal na defesa da
democracia — porque foi o Supremo, principalmente, quem garantiu essa
democracia".
Ainda sobre a
reação das instituições, o magistrado diz que a cena de todos os chefes de
Poderes unidos, e com um só pensamento: a defesa da democracia foi o mais
importante.
"Porque isso
realmente foi um atentado. Pode-se ter divergências ideológicas ou políticas,
mas é preciso que todos estejam comprometidos com a defesa da democracia. A
principal regra constitucional é a sustentação do país por meio de um regime
Democrático de Direito. Isso é o que nossa Constituição estabelece. Penso que
todos têm que pensar nessa mesma direção", salientou.
"A democracia
resistiu. E resistiu bem. Esse período da nossa Constituição (Cruz Macedo põe a
mão sobre o livro) é o maior período de vida democrática da nossa nação. É um
período curto, mas são 35 anos. Eu nunca tinha vivido um período tão longo como
esse, sem ruptura. Eu vim votar para o presidente da República nos anos 1990.
Nós sequer tínhamos eleições. A democracia realmente resistiu, mas é preciso
ficar atento. Temos que manter uma atuação segura na defesa da democracia. Isso
depende da conscientização das pessoas, do cidadão e do acompanhamento das
instituições. Podemos dizer que ela sobreviveu a um ataque fortíssimo",
acrescentou.
EM TEMPO: Todo cuidado é pouco, pois a maioria da população brasileira é conservadora. Aliás no mundo inteiro.
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