sábado, 25 de novembro de 2023

Safatle explica por que Israel promove um genocídio em Gaza

(Foto: Reprodução/Youtube)


"Tomar o efeito pela causa é a melhor maneira de não resolver problema algum", indica




247 - O Professor titular de filosofia da FFLCH-USP, Vladimir Safatle, em artigo no jornal Folha de S.Paulo, relata que, “nomes fundamentais da teoria crítica contemporânea, como Jürgen Habermas, Rainer Forst, Nicole Deitelhof e Klaus Günther, entenderam por bem publicar um texto, a respeito do conflito palestino e suas consequências, intitulado ‘Princípios de solidariedade. 

Uma afirmação’. Começando por atribuir toda a responsabilidade da situação atual aos ataques do Hamas, defendendo o ‘direito de retaliação’ do governo israelense e fazendo considerações protocolares sobre o caráter controverso e polêmico da ‘proporcionalidade’ de sua ação militar, o texto termina por afirmar o absurdo de pressupor ‘intenções genocidárias’ ao governo de extrema direita de Israel, conclamando todos ao mais profundo cuidado contra ‘sentimentos e convicções antissemitas por trás de toda forma de pretextos’”;

O professor destaca que “quando ministros do governo de Israel afirmam ser plausível o uso de bombas nucleares contra Gaza e não tem outra punição que o simples afastamento de reuniões ministeriais futuras, quando descobrimos planos de deslocamento em massa dos palestinos para o Egito, estamos sim diante de expressões de intenção genocidária. Tais intenções devem ser nomeadas. Genocídio não é algo ligado a algum número absoluto de mortes, mas sim a uma forma específica de política de apagamento dos corpos, de desumanização da dor de populações, de silenciamento do luto público que retiram populações de sua humanidade e expressam processos historicamente reiterados de sujeição”. 

Safatle ainda resgata que “quando falamos dos palestinos, estamos a falar de um povo apátrida, sem terra — e, por isso, como bem lembrou Itamar Vieira Júnior nesta Folha, sem liberdade alguma. Povo que não pode contar com a solidariedade internacional porque espera há 50 anos que a lei internacional que define a posse de seu próprio território seja respeitada e que, quando se vê vítima de uma punição coletiva em pleno século 21, encontra textos que nem sequer têm a capacidade de lembrar que nada disso começou com os ataques do Hamas”.

EM TEMPO: O professor precisa considerar o interesse de Israel e dos EUA pela  jazida de gás existente em Gaza. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário