(Foto: Reprodução/Youtube) |
"Tomar o
efeito pela causa é a melhor maneira de não resolver problema algum",
indica
247 - O Professor titular de filosofia da FFLCH-USP, Vladimir Safatle, em artigo no jornal Folha de S.Paulo, relata que, “nomes fundamentais da teoria crítica contemporânea, como Jürgen Habermas, Rainer Forst, Nicole Deitelhof e Klaus Günther, entenderam por bem publicar um texto, a respeito do conflito palestino e suas consequências, intitulado ‘Princípios de solidariedade.
Uma afirmação’. Começando por atribuir toda a responsabilidade
da situação atual aos ataques do Hamas, defendendo o ‘direito de retaliação’ do
governo israelense e fazendo considerações protocolares sobre o caráter
controverso e polêmico da ‘proporcionalidade’ de sua ação militar, o texto
termina por afirmar o absurdo de pressupor ‘intenções genocidárias’ ao governo
de extrema direita de Israel, conclamando todos ao mais profundo cuidado contra
‘sentimentos e convicções antissemitas por trás de toda forma de pretextos’”;
O professor destaca
que “quando ministros do governo de Israel afirmam ser plausível o uso de
bombas nucleares contra Gaza e não tem outra punição que o simples afastamento
de reuniões ministeriais futuras, quando descobrimos planos de deslocamento em
massa dos palestinos para o Egito, estamos sim diante de expressões de intenção
genocidária. Tais intenções devem ser nomeadas. Genocídio não é algo ligado a
algum número absoluto de mortes, mas sim a uma forma específica de política de
apagamento dos corpos, de desumanização da dor de populações, de silenciamento
do luto público que retiram populações de sua humanidade e expressam processos
historicamente reiterados de sujeição”.
Safatle ainda
resgata que “quando falamos dos palestinos, estamos a falar de um povo
apátrida, sem terra — e, por isso, como bem lembrou Itamar Vieira Júnior nesta
Folha, sem liberdade alguma. Povo que não pode contar com a solidariedade
internacional porque espera há 50 anos que a lei internacional que define a
posse de seu próprio território seja respeitada e que, quando se vê vítima de
uma punição coletiva em pleno século 21, encontra textos que nem sequer têm a
capacidade de lembrar que nada disso começou com os ataques do Hamas”.
EM TEMPO: O professor precisa considerar o interesse de Israel e dos EUA pela jazida de gás existente em Gaza.
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