10 de outubro de 2023
Embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben,
e região da Faixa de Gaza após ataques de Israel (Foto: Reprodução |
REUTERS/Amir Cohen)
"Ou se morre por guerra, destruição e bombardeio, ou se morre por falta de água e de medicamentos", denunciou Ibrahim Alzeben sobre os ataques de Israel na Faixa de Gaza
247 - O embaixador
da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, expressou sua preocupação pelo
bem-estar dos 25 brasileiros que se encontram atualmente na Faixa de Gaza e que
tentam deixar a região em direção ao Cairo, Egito. Durante conversa telefônica
de Ramallah, na Cisjordânia, onde se encontra no momento, com a coluna de
Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Alzeben enfatizou que essas pessoas estão
em perigo, dadas as circunstâncias desafiadoras na região, mas destacou que a
Embaixada da Palestina no Brasil não possui acesso direto aos pedidos de ajuda,
que estão sendo tratados em coordenação com o Ministério das Relações
Exteriores e a Embaixada do Brasil na Palestina.
Ibrahim Alzeben se
recusou a rotular como terrorismo a operação conduzida pelo Hamas contra
Israel, que serviu como estopim para o atual conflito. "O maior [ato]
terrorista do mundo, para mim, agora, é uma atitude do Estado de Israel, que
está convertendo em cinzas todo um território com sua gente, na Faixa de Gaza.
O desespero que o nosso povo tem é resultado da atitude dos sucessivos governos
de Israel. Assinamos um acordo de paz com Israel, e esse acordo não foi
respeitado. Faz mais de 30 anos, [foi selado em] 13 de setembro de 1993",
afirmou.
O embaixador
palestino disse ainda que Gaza está sendo submetida a ataques por ar, por terra
e por mar. "É uma população que está condenada à morte, não somente pelo
bombardeio. Cortaram água, luz, medicamentos e alimentos. Ou se morre por
guerra, destruição e bombardeio, ou se morre por falta de água e de
medicamentos. É lamentável", afirmou.
"Nós somos vítimas do terrorismo, independentemente da declaração do governo do Brasil. E os brasileiros sabem que nós somos vítimas do terrorismo", acrescentou o embaixador palestino. Alzeben instou o povo palestino a permanecer em sua terra natal e não buscar refúgio em outros países, argumentando que a Palestina é o lar dos palestinos.
Ele ressaltou que a embaixada está em contato com a
comunidade palestina no Brasil e disposta a responder a quaisquer pedidos de
assistência. Alzeben compartilhou sua perspectiva sobre a tragédia que tem sido
vivenciada em Gaza desde sua chegada há uma semana, destacando o papel central
do Estado de Israel no conflito. Ele também defendeu o direito do povo
palestino de permanecer em sua terra natal, apesar das dificuldades, enfatizando
que a Palestina é para os palestinos.
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