domingo, 23 de outubro de 2022

Lula liga Roberto Jefferson a Bolsonaro e diz que ataque a policiais é risco à democracia

(Foto: Jardiel Carvalho/Folhapress)

Folhapress - LUCAS BOMBANA

dom., 23 de outubro de 2022

 

SÃO PAULO, SP - 23/10/2022 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da Coligação Brasil da Esperança, durante coletiva de imprensa no bairro Higienópolis, região central de São Paulo, na manhã deste domingo, 23.


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que reações como a do ex-deputado Roberto Jefferson, que atacou policiais federais, não são aceitáveis e representam um risco à democracia do país. Os agentes atingidos foram cumprir uma ação da Polícia Federal, neste domingo (23), determinada pelo ministro Alexandre Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

"Não é um comportamento adequado, não é um comportamento normal", afirmou o candidato petista à imprensa neste domingo (23), em São Paulo, após conversa com influenciadores. Para o petista, Bolsonaro "conseguiu criar nesse país uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa, que espalha fake news o dia inteiro".

"Quando não se concorda com uma decisão da Justiça, o caminho que se tem em caso de alguma divergência é recorrer dessa decisão, afirmou Lula, sobre Jefferson. "Se você não acredita na classe política, se você não acredita no governo, se você não acredita no Poder Judiciário, em quem você vai acreditar em um regime democrático?"

A operação contra o ex-deputado ocorre um dia após ele xingar a ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), que foi comparada a "prostitutas", "arrombadas". "As ofensas que esse cidadão, que eu prefiro não citar o nome [em referência a Roberto Jeffesron], fez da ministra Cármen Lúcia não é possível de ser aceita por ninguém que ama a democracia", afirmou Lula.

O petista também fez referência ao episódio recente no qual a ex-ministra e deputada eleita Marina Silva foi hostilizada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, esse tipo de manifestação, bem como o comportamento do ex-deputado contra policiais federais, representa uma "máquina de destruição dos valores democráticos".

"É contra isso que o povo deve se dirigir nas urnas no dia 30", afirmou Lula. "Nós não podemos tentar aniquilar aqueles que não concordam com a gente", completou. Ainda de acordo com o petista, o país precisa reestabelecer a normalidade democrática, sem indústrias de "fake news" e respeito aos Poderes. "A aberração política neste país tem cara, tem nome", disse o candidato, em referência ao seu adversário na campanha para a Presidência.

O ex-presidente afirmou que sua campanha seguirá pedindo direito de resposta contra as declarações consideradas mentirosas feitas pelo atual presidente, após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidir conceder ao petista direitos de resposta a 116 vídeos divulgados na TV pela campanha de Jair Bolsonaro.

"Vamos entrar com direito de resposta para que o povo brasileiro possa votar com base na verdade", afirmou Lula.

Ele reforçou ter confiança de que sairá vitorioso na disputa do segundo turno. Ele disse e que vai aproveitar a última semana antes da votação para tentar convencer o maior número possível de pessoas que ainda estão indecisas ou que votaram em branco sobre as propostas que defende para retomar a economia e reduzir o desemprego.

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