ESTADÃO – Weslley Galzo e José Maria Tomazela
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@ErikakHiltonGás foi lançado
dentro de porta-malas de viatura enquanto homem estava detido no local
BRASÍLIA E SOROCABA - A Polícia Rodoviária Federal (PRF)
afastou os agentes envolvidos no caso de Genivaldo de Jesus Santos,
de 38 anos, morto em uma viatura da corporação nessa quarta-feira,25, em
Umabaúba, no interior do Sergipe. O caso provocou consternação nacional após
circularem as imagens do homem preso no porta-malas de uma viatura da PRF
tomada por gás lacrimogêneo. A vítima morreu asfixiada e, segundo familiares,
sofria de esquizofrenia.
O órgão, que abriu processo disciplinar sobre o caso, não informou qual foi o número de agentes afastados. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse nesta quinta-feira, 26, ter determinado a abertura de investigações pelas Polícia Federal (PF) e pela PRF sobre o assassinato. No Twitter, Torres escreveu que o objetivo da pasta é “esclarecer o episódio com a brevidade que o caso requer”. A PRF informou em nota à imprensa que “está comprometida com apuração inequívoca das circunstâncias relativas à ocorrência”.
Já o presidente Jair Bolsonaro, indagado sobre o caso de Sergipe, disse não estar informado e citou outro caso do Ceará. "Vou me inteirar com a PRF...Eu vi há pouco, há duas semanas, aqueles dois policiais executados por um marginal que estava andando lá no Ceará. Foram negociar com ele, o cara tomou a arma dele e matou os dois", afirmou. "Talvez isso, nesse caso, não tomei conhecimento, o que tinha na cabeça dele. Uma coisa é execução. A outra eu não sei o que aconteceu. A execução ninguém admite ninguém executar ninguém. Mas não sei o que aconteceu para te dar uma resposta adequada", concluiu.
Em nota, a PRF disse estar
"comprometida com a apuração inequívoca das circunstâncias relativas à
ocorrência, colaborando com as autoridades responsáveis pela
investigação". A instituição reforçou ainda "seu compromisso com a
transparência e isenção,valores que sempre marcaram sua atuação em 93 anos de
história".
Os agentes envolvidos na ocorrência
alegam que a vítima resistiu à abordagem e precisou ser contida com armas não
letais. Nos vídeos que circulam na internet com o registro do ocorrido,
os agentes rodoviários aparecem
pressionando a perna de Genivaldo contra o porta-malas, a essa altura tomado
por fumaça. É possível ouvir os gritos da vítima, enquanto cidadãos
que filmam o caso dizem que a ação levaria a morte do homem.
Um sobrinho de Genivaldo contou que o
tio foi abordado quando pilotava uma motocicleta. Ele transitava de moto pela
BR-101, na área urbana de Umbaúba, quando foi parado pelos policiais
rodoviários federais. De acordo com testemunhas e imagens divulgadas em redes
sociais, Genivaldo obedeceu a ordem de parada, colocou as mãos sobre a cabeça e
foi revistado.
Quando os policiais o questionaram sobre
cartelas de comprimidos encontrados em seu bolso, ele esboçou uma reação. Os
policiais usaram spray de pimenta para derrubar e imobilizar o homem. Um dos
agentes chegou a colocar o joelho em seu pescoço. Em seguida, ele foi amarrado
e colocado no porta-malas do camburão.
Genivaldo foi levado para a delegacia
da Polícia Civil, onde foi constatado que a vítima estava desacordada. Ele
ainda foi levado ao Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi
atendido e constatado o óbito. O corpo foi levado para perícia no Instituto
Médico-Legal (IML) de Aracaju.
EM TEMPO: A defesa que a extrema-direita faz relativa ao "excludente de ilicitude", a qual foi defendida por Sérgio Moro, enquanto Ministro da Justiça, nada mais é do que a licença para o policial matar, especialmente pobres, jovens e negros.
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