(Foto: Reprodução/YouTube) |
Durante sua live
semanal, Jair Bolsonaro falou sobre o áudio da irmã de Adriano, que acusou o
Palácio do Planalto de oferecer cargos comissionados em troca da morte do
miliciano
7 de abril de 2022
247, com RBA e Brasil de Fato - Jair Bolsonaro negou nesta quinta-feira (7) que tenha qualquer relação com a morte do ex-PM do Rio de Janeiro e miliciano Adriano da Nóbrega, que morreu durante uma operação da Polícia Militar na Bahia em 9 de fevereiro de 2020.
Segundo escuta
telefônica da Polícia Civil do Rio de Janeiro de dois anos atrás, Daniela
Magalhães da Nóbrega – irmã de Adriano da Nóbrega – diz que o Palácio do Planalto ofereceu cargos
comissionados como pagamento pela morte de seu irmão.
Ao se defender de áudio, Bolsonaro acabou mencionando a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em março de 2018. “Alguém me aponte um motivo que eu poderia ter para matar Marielle Franco. Motivo nenhum, zero, não dá nem para discutir mais. Os áudios dela, pelo que tomei conhecimento, ela se equivocou: em vez de falar Palácio das Laranjeiras, falou Palácio do Planalto”, afirmou Bolsonaro na live. “Nunca conversei com ela, pelo que eu lembre”, disse ele, ao responder a um tweet do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
Em entrevista à revista Veja, o ex-PM Ronnie Lessa, que é acusado pelo
Ministério Público como o autor dos disparos que mataram Marielle e seu
motorista Anderson Gomes, destacou que o assassinato da vereadora teria sido
intermediado pelo ex-capitão Adriano da Nóbrega. “Ele estava num patamar em que
não entrava mais num carro para dar tiro em ninguém, mas tenho quase certeza de
que o grupo dele fez”, afirmou Lessa.
Investigações do
Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apontam que Adriano da Nóbrega era
dono de pontos de máquinas caça-níquel na cidade e ele era ligado a
“assassinatos, agiotagem e negócios junto à milícia de Rio das Pedras e da
Muzema, na Zona Oeste do Rio”, segundo o G1.
Sobre Adriano,
ex-capitão do Bope, também pesava a suspeita de envolvimento no esquema da
“rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) quando ele era
deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Na gravação,
Daniela diz a uma tia que Adriano ficou sabendo de uma reunião no Palácio do
Planalto em que seu nome teria sido associado à ideia de um “arquivo morto”.
“Ele já sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele já era
um arquivo morto. Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida
dele, já. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia?
Ele já sabia disso, já. Foi um complô mesmo”, disse Daniela à tia na gravação.
A gravação é uma
das escutas da polícia na operação Gárgula, deflagrada nem 22 de março de 2021,
para investigar os suspeitos de lavar o dinheiro e movimentar os recursos de
Adriano da Nóbrega. O jornal diz que, por mais de um ano, a polícia ouviu
conversas de familiares e pessoas próximas de Adriano. Daniela não é acusada de
envolvimento nos crimes do irmão, diz a reportagem, segundo a qual o Palácio do
Planalto e a defesa de Daniela foram procurados, mas não se posicionaram sobre
as escutas.
“Ele falou que não ia se entregar”
O diálogo que
menciona o Planalto é de conversa com alguém que Daniela chama de tia – não
identificada – dois dias depois da morte de Adriano. A família sempre suspeitou
de queima de arquivo. “Ele falou para mim que não ia se entregar porque iam
matar ele lá dentro. Iam matar ele lá dentro. Ele já estava pensando em se
entregar. Quando pegaram ele, tia, ele desistiu da vida”, disse.
Vide vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=jEBCqjFHxI8&t=8s
https://www.youtube.com/watch?v=ed48tJNCIIY&t=14s
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