© Pedro Ladeira |
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira, 14, manter aberto
o inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro cometeu crime ao dizer, em live, que quem
tomou vacina contra a Covid-19 tinha maior
possibilidade de contrair AIDS (vírus do HIV).
Na segunda-feira,
13, o procurador-geral da República, Augusto Aras, questionou a abertura do procedimento de
investigação contra o presidente, argumentando que o mandatário já era
investigado pela CPI da Covid e que não caberia responder a nova investigação.
Aras, que é muito ligado ao presidente, disse que a lei não permite que
Bolsonaro seja investigado duas vezes pelos mesmos fatos.
Em sua decisão agora há pouco, o ministro Alexandre de Moraes criticou a PGR por ter aberto uma apuração apenas preliminar, interna na procuradoria, e atendeu o pedido da CPI da Covid. Moraes determinou que Aras encerre a apuração preliminar aberta para apurar o caso e encaminhou à PF determinação para que as investigações contra o presidente tenham sequência. O ministro do STF quer saber se Bolsonaro cometeu crime de Fake News ao dizer que quem tomou vacina tem “risco ampliado” de desenvolver a AIDS, o que é uma possibilidade considerada falsa por médicos e infectologistas.
Caso Aras não
remeta o pedido para a PF, ele estará incorrendo em delito de desobediência
judicial, mas a PGR diz que o caso deveria ser encaminhado ao ministro Luis
Roberto Barroso, relator dos pedidos de providências feitos a partir do
relatório da CPI. Eis, em anexo, a íntegra da dura decisão do ministro
Alexandre de Moraes, um dos mais combativos do STF e que tem buscado o
equilíbrio da democracia brasileira.
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