13 de dezembro de 2021
Nota Política do PCB (Partido Comunista
Brasileiro)
Na última sexta-feira (10/12/2021) um tribunal britânico acatou recurso solicitado pelos Estados Unidos e deu seguimento à extradição do jornalista e ativista dos direitos humanos Julian Assange, fundador do portal “WikiLeaks”. Assange foi responsável por organizar uma rede de notícias que expôs diversos dos crimes de guerra estadunidenses, bem como as chamadas “Guerras Humanitárias” lançadas contra a Líbia e Síria, dentre outros países.
O pedido agora será enviado para a
Secretaria do Interior do governo do Reino Unido, que dará a palavra final
nessa etapa do processo, mas os advogados e familiares de Assange devem
recorrer ainda à Suprema Corte britânica.
O jornalista vem
sendo duramente perseguido e foi obrigado a viver exilado na embaixada
equatoriana por sete anos, até ser entregue, a mando do Governo do então
Presidente do Equador, Lenin Moreno, subserviente aos interesses imperialistas.
O sistema judiciário do Reino Unido aprovou a apelação do dia 10/12
principalmente por conta de “garantias” de que o governo norte-americano
trataria corretamente Assange e não o enviaria para o presídio de segurança
máxima conhecido como ADX Florence, no Colorado. Essas “garantias”, vindas de
um governo que mantém complexos penitenciários em que se realizam torturas, como
o complexo localizado na Baía de Guantánamo, em Cuba, são apenas mais um dos
exemplos das farsas desse processo.
A caçada a Assange representa mais um episódio da batalha ideológica travada cotidianamente para enganar a classe trabalhadora e acobertar as guerras, bem como sua relação íntima com os grandes conglomerados capitalistas, que realizam enormes lucros decorrentes do sofrimento da população trabalhadora em diversos países da periferia. A extradição de Assange representa um risco de morte ou encarceramento em prisão perpétua para o jornalista e abre precedentes para a cooperação internacional entre governos capitalistas para o aumento da repressão a jornalistas.
É típico da burguesia e dos governos capitalistas, apesar de
qualquer aparência de democracia e de direitos de expressão e liberdade de
imprensa, reprimir e prender aqueles que expõem os verdadeiros interesses
econômicos e políticos por trás dessa aparência.
O PCB presta
solidariedade incondicional à luta de Julian Assange pela revogação de quaisquer
medidas de extradição e por sua liberdade imediata. Lutar contra a perseguição
política a Assange, reforçando campanhas de apoio e solidariedade, é também
lutar contra os ataques às liberdades democráticas que a classe trabalhadora
brasileira vem sofrendo, além de contribuir no esclarecimento dos interesses da
burguesia internacional no que diz respeito a invasões territoriais e guerras
de rapina que, juntamente com a exportação de capitais, são marcas da fase
imperialista do capitalismo em que vivemos.
Comitê Central do Partido Comunista
Brasileiro (PCB)
[foto de Julian
Assange por Stella Moris, via Twitter]
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