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© EPA/Alberto Valdes Gabriel Boric, de 35 anos, ganhou as eleições
no segundo turno
O político de
esquerda Gabriel Boric, de 35 anos, foi eleito presidente do Chile neste
domingo. Ele venceu José Antonio Kast, de extrema-direita. Até as 20h, cerca de
83% das urnas tinham sido apuradas.
Kast admitiu a derrota em uma publicação no Twitter. "Acabei de falar com Gabriel Boric e o parabenizei por sua grande vitória. A partir de hoje ele é o presidente eleito do Chile e merece todo o nosso respeito e colaboração construtiva. O Chile sempre vem em primeiro lugar", escreveu. Com 83% das urnas apuradas, Boric tinha 55,52% dos votos, ante 44,48% de Kast, que havia vencido o primeiro turno em 21 de novembro.
Boric vai assumir o
cargo em março do ano que vem.
"Todos esperamos que ele tenha um bom governo para o Chile", disse o atual presidente, Sebastián Piñera, em telefonema a político eleito. A vantagem de Boric no pleito é maior do que a esperada. Polarizada, a eleição ocorreu dois anos depois de uma grande onda de protestos, movimento que abriu as portas para uma nova Constituição no Chile. Boric, ao contrário de Kast, endossou o trabalho da Constituinte.
O advogado Kast, defensor declarado da ditadura militar de Augusto Pinochet, venceu no primeiro turno, mas agora acabou derrotado pelo ex-líder estudantil de esquerda. Boric não é apenas o presidente eleito mais jovem da história do Chile, mas também o primeiro a voltar às urnas depois de não ter vencido na primeira disputa.
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Após o primeiro turno, os dois candidatos se aliaram a outras correntes ideológicas da política nacional chilena. Kast aglutinou integrantes do governo do presidente Sebastián Piñera, de direita, a sua equipe, e passou a contar com respaldo até de uma feminista, após ter sido criticado por excluir as mulheres de suas propostas no primeiro turno.
Já alguns setores
passaram a chamar Boric de "socialdemocrata" depois que ele buscou o
respaldo dos ex-presidentes Ricardo Lagos e Michelle Bachelet, que integraram a
histórica coalizão de centro-esquerda Concertación. A corrente governou o país
por quase 20 anos, após a saída do ditador Augusto Pinochet (1973-1990).
Na campanha, Boric respaldou e levantou as bandeiras de iniciativas reprovadas pelo adversário político, como aborto, casamento gay e a realização da Assembleia Constituinte. Boric (pronuncia-se Borich) declara-se agnóstico, mas diz que respeita todas as expressões de fé e que "há muito para se aprender na Bíblia".
Uma de suas frases
emblemáticas é: "Sou partidário de que a imprensa tem que incomodar o
poder." As últimas declarações e gestos políticos do candidato, durante a
campanha no segundo turno, apontam que ele pretende atrair outros setores do
eleitorado, além da esquerda.
PAULO CAMELO: Interessante é que setores da esquerda brasileira enalteceram a vitória de Gabriel Boric, no Chile, o qual fez algumas alianças com os Centristas, mas, essa mesma esquerda, resiste as iniciativas de Lulinha para atrair setores moderados. É bom que se diga que a maioria da população brasileira é conservadora e que se faz necessário conquistar essa fatia considerável dos eleitores para derrotar a extrema-direita.
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