NÃO É POSSÍVEL COMBATER O RACISMO SEM DESTRUIR O CAPITALISMO
A história da
formação social brasileira está diretamente ligada à forma de exploração mais
cruel da humanidade: o processo de sequestro, comercialização e escravização de
seres humanos com objetivo de obter lucro, utilizando-se de ações de
desumanização de todo um povo (africanos) para garantir o lucro dos senhores de
engenho e transferir suas riquezas para a metrópole portuguesa.
Após o longo e
doloroso processo histórico de resistência e luta da população negra, o direito
à liberdade foi conquistado, porém, após 300 anos de escravidão, não houve
nenhuma possibilidade de inserção, assimilação ou adequação da população negra
à sociedade burguesa em formação no Brasil.
O resultado prático
foi a marginalização de uma população que foi colocada como principal base da
pirâmide social da desigualdade. Homens e mulheres negras ocuparam espaços de
trabalho precarizado, sem oportunidades para o seu desenvolvimento pleno como
pessoas livres dentro da própria concepção burguesa.
Com o desenvolvimento
e o avanço das forças de produção capitalistas no Brasil e a necessidade da
formação da mão de obra no processo de industrialização, a classe trabalhadora
foi sendo formada, tendo como parte significativa a população negra que foi
ocupando os espaços dentro das fábricas, mesmo com uma desigualdade nos espaços
de comando e na remuneração desses empregados negros em diferença dos não
negros.
Com os ataques constantes à classe trabalhadora nessa quadra histórica, percebemos que a população negra, principalmente as mulheres negras, são as que estão nos piores trabalhos, como domésticas ou como base dos serviços terceirizados. O Brasil é o país no mundo com a maior população negra fora do continente africano (56,1%), com a maioria dessa população ocupando espaço de subemprego, trabalhos precarizados, com baixos salários ou jogados na informalidade ou no desemprego.
No contexto da
pandemia, acompanhamos na prática o extermínio da população negra, seja pelas
balas da repressão policial que persegue, criminaliza e mata essa parte
significativa da população, ou pela negligência provocada politicamente contra
as periferias, onde a morte por Covid-19 encerrou a vida de milhares de
brasileiros e brasileiras durante essa pandemia.
A Secretaria de Luta
Antirracista da Unidade Classista conclama a classe trabalhadora, em sua
maioria negra, a se levantar para além deste dia 20 de novembro de 2021 e a
dizer não ao capitalismo, a derrotar o governo fascista de Jair Bolsonaro e
derrubar o governo mais racista da história do país. Só o processo de
organização da população negra como classe, compreendendo o processo de luta e
respeitando as suas especificidades é que poderemos derrotar o racismo e
destruir o capitalismo, pois como já falou Malcolm X: “Não existe capitalismo
sem racismo”.
EM TEMPO: Indo mais além: "não se pode combater a corrupção sem combater o capitalismo". Ok, moçada!
Nenhum comentário:
Postar um comentário