ISTO É - Eudes Lima
© Fornecido por IstoÉ Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, é visto em coletiva de imprensa na sede do Ministério, em Brasília, no dia 22 de outubro de 2021 - AFP
A passagem de
Bolsonaro na Presidência da República deixará sequelas profundas na sociedade
brasileira. Uma delas, no entanto, é positiva. A população percebeu que o
Supremo Tribunal Federal (STF), as Casas Legislativas e os governadores dos
estados são atores imprescindíveis ao jogo da política. A democracia com
poderes independentes, é imprescindível. Houve momentos em que o Supremo,
especialmente, foi obrigado a intervir no executivo federal para evitar a
omissão e o caos que Bolsonaro impunha ao País. Caso isso não tivesse
acontecido, uma tragédia ainda maior teria ocorrido, seja na questão de combate
a pandemia – mais de 600 mil pessoas mortas –, seja no planejamento da
economia, sobretudo porque a miséria voltou a assombrar as famílias
brasileiras.
Medidas sanitárias que confrontaram as orientações do presidente salvaram muitas vidas. O distanciamento social determinado pelos governadores, o uso obrigatório das máscaras, o fechamento do comércio, as aulas por meio de transmissões digitais, enfim, uma infinidade de medidas foram tomadas para contrariar um Bolsonaro negacionista, que estava contra o isolamento social e as medidas de restrição ao comércio, entre outras coisas. Para além das medidas políticas e administrativas, o exemplo dos governadores foi fundamental.
A maioria foi
solidária às vítimas, não fez campanha contra a proteção das pessoas e nem
recomendaram os medicamentos nocivos à saúde, como a cloroquina. E, mais
importante do que tudo, trabalharam pela chegada das vacinas, o que Bolsonaro
foi terminantemente contra desde o início. Se estivéssemos sob seu comando em
relação à imunização, certamente teríamos chegado a um milhão de mortos. Nesse
embate, a população optou, sem qualquer sombra de dúvida, pela vacinação em
massa. Hoje, assistimos a pandemia em queda.
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Vieram do STF as
decisões mais contundentes. Quando houve a judicialização para saber quem
poderia decidir sobre as regras sanitárias, os ministros corroboraram o que
seria mais adequado para a sobrevivência das pessoas. Também foi no STF que se
materializou a CPI da Covid. O Senado precisou ser provocado para tocar as
investigações da CPI. E foi exitoso nos seus resultados. Conseguiu mostrar
todos os crimes cometidos, inclusive quem se beneficiou financeiramente com a
compra de vacinas superfaturadas ou remédios ineficazes. A Câmara dos
Deputados, omissa, se escondeu dos debates, mas pegou carona na construção de
uma alternativa que impediu uma miséria ainda maior com o auxílio emergencial.
Como se vê, esse
deve ser o cenário que vai acirrar ainda mais o debate eleitoral no ano que
vem. É necessário, desde já, que os congressistas imponham limites à atuação do
presidente. A sua caneta Bic, por mais que esteja quase sem tinta, já em final
de mandato, ainda pode fazer muitos estragos na mão de um presidente
incapacitado para a gestão e que flerta contra a democracia diuturnamente.
EM TEMPO: Pelo exposto concluímos que a população brasileira precisa melhorar a qualidade do voto. Mas, para que isso aconteça se faz necessário elevar o nível cultural e político dos nossos compatriotas.
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