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qua., 12 de maio de
2021
Presidente Jair Bolsonaro criou um "orçamento
secreto" para disponibilizar verbas para parlamentares que o apoiam (Foto:
Andressa Anholete/Getty Images)
· Senadores beneficiados pelo chamado "orçamento secreto" foram questionados sobre o uso desse dinheiro
· Governo Bolsonaro reservou R$ 3 bilhões para disponibilizar a parlamentares que apoiam governo
· Senadores resistiram em explicar o uso das verbas governamentais
Um grupo de 20 senadores foi questionado sobre o envolvimento no chamado “orçamento secreto”. Houve diversas
justificativas, entre elas, por “risco a sua honra e de sua família”. Os
parlamentares foram questionados pelo Estadão sobre terem enviado ofícios ao
governo federal, com o objetivo de receberem parte dos R$ 3 bilhões reservados
pelo governo para emendas parlamentares.
Deputados e senadores enviaram um total de 101 ofícios ao Ministério do
Desenvolvimento Regional para dizer onde pretendiam aplicar os recursos que
serão distribuídos pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O Estadão teve acesso aos documentos e procurou os parlamentares. Entre
os 52 procurados, 20 não responderam. Confira as justificativas de alguns
senadores envolvidos:
·
Fernando Bezerra (MDB-PE): Com o
terceiro maior valor do orçamento secreto, de R$ 125 milhões, Bezerra afirma
que não vai divulgar os ofícios porque “documentos sigilosos produzidos ou sob
a guarda do Senado Federal, observado seu teor, poderão ser classificados como
ultrassecretos, secretos ou reservados”. No entanto, ao participar do Roda Viva
na última segunda-feira (10), o senador negou que o orçamento seja secreto.
·
Carlos Viana (PSD-MG): O senador
alega que publicar o destino dos valores vão gerar especulações que poderão
resultar em “ataques à sua honra, de seus familiares e do Senado Federal”.
·
Nelsinho Trad (PSD-MS): O
parlamentar disse ao Estadão que os documentos são “imprescindíveis à segurança
da sociedade e do Estado” e não revelou para que usará os recursos
disponibilizados pelo governo.
·
Angelo Coronel (PSD-BA): Com uma
cota de R$ 40 milhões do orçamento secreto, Angelo Coronel reclaou dos
questionamentos feitos pelo Estadão e afirmou que há um “abuso no direito de
acesso à informação”. Mais tarde, por meio da assessoria, o senador disse que o
sigilo é parte de uma estratégia política de relacionamento com os municípios.
Entenda o chamado “tratoraço”
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O presidente Jair Bolsonaro criou, no final do ano passado, um orçamento
paralelo de R$ 3 bilhões em emendas, boa parte delas destinada
à compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima dos
valores de referência fixados pelo governo.
O esquema, montado para aumentar base de apoio ao presidente no Congresso,
aparece num conjunto de 101 ofícios enviados por deputados e senadores ao
Ministério do Desenvolvimento Regional e órgãos vinculados para indicar como
eles preferiam usar os recursos. A medida foi comparada por especialistas como
“um mensalão disfarçado de emendas parlamentares”.
Documentos obtidos pelo jornal Estado de S. Paulo mostram que, desde o
ano passado, parlamentares governistas atropelaram as leis orçamentárias para
obter os recursos direto da fonte e direcioná-los aos seus redutos.
Pela legislação, são os ministros que deveriam definir onde aplicar os
recursos.
As transferências por meio de emendas também dificultam o controle do
Tribunal de Contas da União (TCU) e da sociedade. Isso porque os acordos para
direcionar o dinheiro não são públicos, a distribuição dos valores não é
equânime entre os congressistas e os critérios de aplicação não são técnicos,
mas eleitorais.
A liberação de emendas é usada como moeda de troca entre os governo e os
parlamentares. Só ganha quem apoia o presidente.
EM TEMPO: Enquanto a população não for mais criteriosa na hora de votar, teremos sempre esses "arrumadinhos". Por outro lado o PT, especialmente o ex-presidente Lula, precisa se corrigir e não nomear para participar do seu futuro governo pessoas como FBC, Ciro Gomes e tantos outros. Agora durmam com essa benevolência de Lulinha.
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