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Yahoo, Redação Notícias
dom., 16 de maio de 2021
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Pesquisa Datafolha mostra que 50%
dos brasileiros dizem nunca confiar em falas do presidente Jair Bolsonaro
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A taxa de confiança plena é a
menor desde agosto de 2019; a desconfiança total é a maior do período
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Para 58%, Bolsonaro não tem
capacidade de liderar o Brasil, maior índice desde abril de 2020
Pesquisa do instituto Datafolha mostra que 50% dos brasileiros dizem
nunca confiar nas declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), enquanto 34% afirmam
acreditar às vezes e 14% sempre confiam no chefe do Executivo; 1% não sabe.
A taxa de confiança plena é a menor desde agosto de 2019. Já a desconfiança
total é a maior do período. Em março, a taxa de brasileiros que nunca confiam
nas declarações do chefe do Executivo estava em 45% (era de 41% em janeiro). Os
que sempre acreditam eram 19% em janeiro e 18% em março. Os que confiam às
vezes caíram de 38% para 35%.
Entre os cidadãos que declaram intenção de votar em Lula, a fatia dos
que nunca confiam nas palavras do atual mandatário chega a 74%. Embora 46% dos
eleitores de Bolsonaro digam sempre crer nele, a maioria (51%) responde que só
confia no presidente às vezes, o que indica uma fragilidade mesmo entre
apoiadores.
O percentual dos homens que sempre acreditam em Bolsonaro salta para 17%
(fica em 11% entre a população feminina) e o dos que nunca confiam cai para 46%
(é de 54% entre as mulheres). O ceticismo é maior nas regiões Nordeste e
Sudeste (onde, respectivamente, 59% e 51% dos entrevistados afirmam nunca
confiar nele), ao passo que é menor nas regiões Centro-Oeste/Norte e no Sul
(com taxas, respectivamente, de 44% e 41% que nunca confiam).
Entre pessoas pretas, 56% dizem nunca confiar em Bolsonaro e só 8%
sempre levam em conta o que o presidente expressa.
Para 58%, Bolsonaro não tem
capacidade de liderar o Brasil
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Em outro recorte, para 58% dos brasileiros, Bolsonaro não tem capacidade
de liderar o Brasil. É o maior percentual da série histórica desde que o
instituto Datafolha começou a fazer a pergunta, em abril de 2020. Para 38%, o
presidente tem condições de comandar a nação, com base no que ele fez e está
fazendo pelo país; 4% responderam não saber.
Na pesquisa anterior, de março, 56% disseram não enxergar capacidade,
42% afirmaram que sim e 3% não opinaram. Desde a aferição de 27 de abril do ano
passado, a parcela dos que respondem que o presidente carece de aptidão para
governar o país é superior à dos que veem o contrário.
Nos subgrupos representados na pesquisa, o de empresários é o único que
majoritariamente acha hoje que Bolsonaro é capaz de liderar o Brasil (62%). A
categoria é também a que concede a melhor avaliação positiva ao governo, com
48% de ótimo ou bom (na média geral da população, o índice é de 24%, a pior
marca do mandato até aqui).
A avaliação de que o presidente tem capacidade para a missão também é
elevada entre os evangélicos. Nessa parcela, que usualmente confere
popularidade a Bolsonaro, 49% veem nele condições de liderar o país, índice que
cai para 34% entre católicos e para 28% entre espíritas/kardecistas.
No recorte geográfico, o diagnóstico de incapacidade atinge o maior
patamar (65%) no Nordeste. Já na região Sul, o percentual dos que o julgam
capaz é de 44%, ante 51% que pensam o contrário.
Segundo o Datafolha, 51% da população consideram a atuação de Bolsonaro
na pandemia ruim ou péssima, ante 21% de pessoas que acham sua conduta ótima ou
boa.
O Datafolha entrevistou presencialmente 2.071 pessoas em 146 municípios
do Brasil, entre terça e quarta-feira. A margem de erro é de dois pontos
percentuais, para mais ou para menos.
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