Diante de uma descomunal crise sanitária que já ceifou mais de 300 mil vidas no Brasil, que colocou em colapso o sistema de Saúde, agravando para a classe trabalhadora os efeitos perversos da profunda crise econômica que, além das altas taxas de desemprego, trouxe à tona o flagelo da carestia, da miséria e da fome, o governo genocida de Jair Bolsonaro, mais uma vez, alardeia sua intenção golpista com a comemoração do aniversário do golpe empresarial-militar de 1964, que impôs uma ditadura sangrenta de 21 anos no país.
Em clara queda nos
índices de aprovação, perdendo apoio de diversos setores da sociedade,
Bolsonaro mantém a mesma postura arrivista em relação às conquistas
democráticas e ao flerte com o golpismo, visando manter sua base ideológica
reacionária. Ao mesmo tempo, busca desviar a atenção da população para a
gravidade das consequências de uma gestão deliberadamente irresponsável e
assassina, que fez do negacionismo, das fake news e de ameaças golpistas a
única estratégia de governo para lidar com o agravamento da crise.
A recente autorização
do Tribunal Regional Federal da 5º Região para que o Governo Federal possa
“comemorar” o Golpe de 1964 é não só um acinte à luta histórica de todos
aqueles e aquelas que combateram a ditadura, mas um desrespeito às vítimas e
familiares atingidos pelas barbaridades promovidas pelos agentes policiais.
Além disso, trata-se de uma evidente provocação e estímulo a manifestações
golpistas e protofascistas, no contexto atual de instabilidade política vivida
pelo governo.
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O PCB, neste momento
delicado e preocupante da conjuntura política, vem mais uma vez denunciar as
manobras golpistas do governo genocida de Jair Bolsonaro, uma administração que
demonstra total desprezo pelas liberdades democráticas e insufla o ódio,
promove a distorção histórica e flerta com os segmentos mais reacionários, que
desejam o recrudescimento da violência do Estado contra a classe trabalhadora e
a juventude, em sua ação sistemática em prol da destruição de direitos sociais
e políticos, a serviço dos interesses capitalistas e de um projeto autoritário
de poder.
É preciso estar
atento e mobilizar o conjunto dos setores democráticos e populares contra as
tentativas golpistas em curso, como o projeto para conceder super poderes ao
presidente durante a pandemia; a criminalização dos partidos de esquerda, dos
lutadores e das lutadoras sociais, por meio da ampliação da definição de
“terrorismo”; o controle sobre as polícias civil e militar, para que ajam como
milícias a mando do presidente. Estes e outros gestos golpistas devem ser
repudiados com veemência e derrotados pela ação organizada da luta social.
De igual forma, não
devemos subestimar as possíveis manifestações reacionárias que, a pretexto da
comemoração do golpe empresarial-militar de 1964, poderão ocorrer no Brasil.
Devemos sim relembrar e denunciar os crimes cometidos pela ditadura e seus
agentes civis e militares, o retrocesso social que a intervenção militar
proporcionou à história brasileira e as sequelas que ainda estão presentes na
estrutura social e política desse país, como parte integrante do mecanismo de
exploração e subjugação da classe trabalhadora até nossos dias.
Por isso convocamos a militância partidária e dos nossos coletivos a participar, com todos os cuidados necessários neste momento de pandemia, dos atos públicos organizados pelas forças populares e de esquerda em todo o país, em defesa das liberdades democráticas, dos direitos da classe trabalhadora e de repúdio a qualquer intento golpista. Em memória de todas e todos que lutaram contra as arbitrariedades, a tortura, a censura, o exílio forçado, os sequestros e assassinatos promovidos pelo regime militar e sua camarilha; em memória de todos os camaradas caídos na luta contra a ditadura, dizemos: “Ditadura e Golpismo Nunca Mais”!
Comissão Política
Nacional do PCB – Partido Comunista Brasileiro
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