sábado, 13 de março de 2021

PSOL discute abdicar de candidatura própria e apoiar Lula em 2022

 

ESTADÃO - Pedro Venceslau

 

© WERTHER SANTANA/ESTADÃO O líder sem-teto Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de SP em 2020  

 

Fundado em 2004 a partir de uma dissidência do PT, o PSOL, pela primeira vez, discute internamente a possibilidade de abrir mão de lançar uma candidatura própria ao Palácio do Planalto em 2022 para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve seus direitos políticos e elegibilidade restabelecidos após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular as condenações do petista na Lava Jato.

Candidato do PSOL à Presidência em 2018 e à Prefeitura de São Paulo, em 2020, Guilherme Boulos estava no palco em que Lula fez seu primeiro pronunciamento após a decisão de Fachin, na quarta feira passada.

O apoio ao petista ainda sofre resistências, especialmente dos líderes da legenda que foram expulsos do PT, mas o debate ganha volume nas instâncias internas. O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, é cauteloso ao tratar do tema.

“A presença do Lula no debate público reforça a luta da oposição contra o Bolsonaro, mas defendemos que essa discussão (sobre definição de candidaturas) seja travada no momento certo. Queremos criar um espaço formal para discutir a unidade com os partidos”, disse Medeiros ao Estadão.

Em caráter reservado, porém, lideranças do PSOL admitem que o partido nunca esteve tão perto de apoiar um nome do PT numa disputa presidencial – caso Lula concorra mesmo –, apesar da resistência da ala mais “radical” da sigla.

Desde de sua fundação, o PSOL lançou quatro candidatos à Presidência da República: Heloisa Helena em 2006, Plínio de Arruda Sampaio em 2010, Luciana Genro em 2014 e Guilherme Boulos em 2018, que teve o pior desempenho, com pouco mais de 600 mil votos.

EM TEMPO: Evidentemente que Lulinha provocou uma rearrumação na política nacional e desta vez vem a todo vapor. Sua "live" recente, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, foi assistida, ao vivo, por cerca de 52 milhões de pessoas. Até Bozo passou a usar máscara e defender a vacinação contra o COVID-19. É assim, tem políticos que só fazem algum coisa  com um "ferrão" a sua frente. O ruim é que vários políticos que detonaram Lulinha e o PT, queiram se aproximar do "pop star" para tirarem proveito com seus oportunismos baratos. 

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