ESTADÃO - Pedro Venceslau
© WERTHER SANTANA/ESTADÃO O líder sem-teto Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de SP em 2020
Fundado em 2004 a
partir de uma dissidência do PT, o PSOL, pela primeira vez,
discute internamente a possibilidade de abrir mão de lançar uma candidatura
própria ao Palácio do Planalto em 2022 para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
que teve seus direitos políticos e elegibilidade restabelecidos após o
ministro Edson Fachin, do Supremo
Tribunal Federal (STF), anular as condenações do petista na Lava Jato.
Candidato do PSOL à
Presidência em 2018 e à Prefeitura de São Paulo, em 2020, Guilherme Boulos estava no palco em que Lula fez seu
primeiro pronunciamento após a decisão de Fachin, na quarta feira passada.
O apoio ao petista ainda sofre resistências, especialmente dos líderes da legenda que foram expulsos do PT, mas o debate ganha volume nas instâncias internas. O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, é cauteloso ao tratar do tema.
“A presença do Lula
no debate público reforça a luta da oposição contra o Bolsonaro, mas defendemos
que essa discussão (sobre definição de candidaturas) seja travada no
momento certo. Queremos criar um espaço formal para discutir a unidade com os
partidos”, disse Medeiros ao Estadão.
Em caráter
reservado, porém, lideranças do PSOL admitem que o partido nunca esteve tão
perto de apoiar um nome do PT numa disputa presidencial – caso Lula concorra mesmo
–, apesar da resistência da ala mais “radical” da sigla.
Desde de sua
fundação, o PSOL lançou quatro candidatos à Presidência da República: Heloisa
Helena em 2006, Plínio de Arruda Sampaio em 2010, Luciana Genro em 2014 e
Guilherme Boulos em 2018, que teve o pior desempenho, com pouco mais de 600 mil
votos.
EM TEMPO: Evidentemente que Lulinha provocou uma rearrumação na política nacional e desta vez vem a todo vapor. Sua "live" recente, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, foi assistida, ao vivo, por cerca de 52 milhões de pessoas. Até Bozo passou a usar máscara e defender a vacinação contra o COVID-19. É assim, tem políticos que só fazem algum coisa com um "ferrão" a sua frente. O ruim é que vários políticos que detonaram Lulinha e o PT, queiram se aproximar do "pop star" para tirarem proveito com seus oportunismos baratos.
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