Poder360
© Sérgio
Lima/Poder360 O general
Eduardo Pazuello foi o 3º ministro da Saúde a sair do cargo durante a pandemia.
Na foto, o militar em entrevista coletiva sobre o cronograma de vacinação, em
15 de março
Em carta aberta
(íntegra – 194 kb) divulgada no domingo (21.mar), economistas, banqueiros,
empresários e ex-ministros cobram o Governo Federal por medidas eficientes
contra a pandemia. O texto traz dados sobre os impactos econômicos da crise e
sugere que as estratégias tenham alicerce em “informações confiáveis e
evidência científica”.
Entre os que assinam a carta, estão Roberto Setubal e Pedro Moreira
Salles, co-presidentes do conselho de administração do Itaú Unibanco; Edmar
Bacha, um dos idealizadores do Plano Real; Sandra Rios, diretora no Cindes
(Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento); Felipe Salto,
diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado; Elena
Landau, economista, advogada e presidente do Conselho Acadêmico do Livres;
Pedro Parente, presidente do conselho de administração da BRF (Sadia e
Perdigão); Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo; Luis Stuhlberger,
sócio da Verde Asset; Fersen Lambranho, presidente do conselho de administração
da GP Investments; José Olympio Pereira, o presidente do conselho de
administração do Credit Suisse; os ex-presidentes do Banco Central: Ilan
Goldfajn, Armínio Fraga, Affonso Celso Pastore e Gustavo Loyola e o
ex-ministros da Fazenda: Pedro Malan, Marcílio Marques Moreira e Rubens
Ricupero.
O texto pede uma
coordenação nacional das medidas de distanciamento, hoje implementadas por
Estados e municípios de forma independente.”A controvérsia em torno dos
impactos econômicos do distanciamento social reflete o falso dilema entre
salvar vidas e garantir o sustento da população vulnerável”, afirma o
documento, citando países que inicialmente evitaram o lockdown,
como o Reino Unido, e terminaram por adotá-lo.
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A carta diz que a
recuperação econômica depende da retomada de confiança da população em relação
ao perigo do vírus e de maior previsibilidade da situação de saúde. “Estudos
mostraram que diante da aceleração de novos casos, a população responde ficando
mais avessa ao risco sanitário, aumentando o isolamento voluntário e levando à
queda no consumo das famílias mesmo antes ou sem que medidas restritivas
formais sejam adotadas”.
A atuação do
governo federal é criticada no documento, enquanto os governos estaduais são
pouco cobrados por medidas de contenção do agravamento da pandemia. O pedido é
por uma “ação competente” do Executivo e uma “coordenação
em âmbito nacional que permita a adoção de medidas de caráter
nacional, regional ou estadual”.
Segundo os
economistas, os recursos da gestão Bolsonaro são mal utilizados. O encolhimento
do PIB e o desemprego trazem “consequências sociais nefastas”, que
dependem de uma “atuação competentente” do Governo Federaç
Como medidas
indispensáveis no combate à pandemia, os autores sugerem uma aceleração do
ritmo da vacinação, o incentivo ao uso de máscaras e implementação do
distanciamento social em caráter nacional.
LEIA A ÍNTEGRA DA CARTA
“O país exige respeito; a vida necessita da ciência e do bom governo
Carta Aberta à
Sociedade Referente a Medidas de Combate à Pandemia
O Brasil é hoje o
epicentro mundial da Covid-19, com a maior média móvel de novos casos. Enquanto
caminhamos para atingir a marca tétrica de 3 mil mortes por dia e um total de
mortes acumuladas de 300 mil ainda esse mês, o quadro fica ainda mais alarmante
com o esgotamento dos recursos de saúde na grande maioria de estados, com
insuficiente número de leitos de UTI,
respiradores e
profissionais de saúde. Essa situação tem levado a mortes de pacientes na
espera pelo atendimento, contribuindo para uma maior letalidade da doença.
A situação
econômica e social é desoladora. O PIB encolheu 4,1% em 2020 e provavelmente
observaremos uma contração no nível de atividade no primeiro trimestre deste
ano. A taxa de desemprego, por volta de 14%, é a mais elevada da série
histórica, e subestima o aumento do desemprego, pois a pandemia fez com que
muitos trabalhadores deixassem de procurar emprego, levando a uma queda da
força de trabalho entre fevereiro e dezembro de 5,5 milhões de pessoas.
A contração da
economia afetou desproporcionalmente trabalhadores mais pobres e vulneráveis,
com uma queda de 10,5% no número de trabalhadores informais empregados,
aproximadamente duas vezes a queda proporcional no número de trabalhadores
formais empregados.
Esta recessão,
assim como suas consequências sociais nefastas, foi causada pela pandemia e não
será superada enquanto a pandemia não for controlada por uma atuação competente
do governo federal. Este subutiliza ou utiliza mal os recursos de que dispõe,
inclusive por ignorar ou negligenciar a evidência científica no desenho das
ações para lidar com a pandemia.
Sabemos que a saída
definitiva da crise requer a vacinação em massa da população. Infelizmente,
estamos atrasados. Em torno de 5% da população recebeu ao menos uma dose de
vacina, o que nos coloca na 45ª posição no ranking mundial de doses aplicadas
por habitante. O ritmo de vacinação no país é insuficiente para vacinar os
grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização (PNI) no 1º semestre de
2021, o que amplia o horizonte de vacinação para toda a população para meados
de 2022. As consequências são inomináveis.
No momento, o
Brasil passa por escassez de doses de vacina, com recorrentes atrasos no
calendário de entregas e revisões para baixo na previsão de disponibilidade de
doses a cada mês. Na semana iniciada em 8 de março foram aplicadas, em média,
apenas 177 mil doses por dia. No ritmo atual, levaríamos mais de 3 anos para
vacinar toda a população.
O surgimento de
novas cepas no país (em especial a P.1) comprovadamente mais transmissíveis e
potencialmente mais agressivas, torna a vacinação ainda mais urgente. A
disseminação em larga escala do vírus, além de magnificar o número de doentes e
mortos, aumenta a probabilidade de surgirem novas variantes com potencial de
diminuir a eficácia das vacinas atuais.
Vacinas são
relativamente baratas face ao custo que a pandemia impõe à sociedade. Os recursos
federais para compra de vacinas somam R$ 22 bilhões, uma pequena fração dos R$
327 bilhões desembolsados nos programas de auxílio emergencial e manutenção do
emprego no ano de 2020.
Vacinas têm um
benefício privado e social elevado, e um custo total comparativamente baixo.
Poderíamos estar em melhor situação, o Brasil tem infraestrutura para isso. Em
1992, conseguimos vacinar 48 milhões de crianças contra o sarampo em apenas um
mês.
Na campanha contra
a Covid-19, se estivéssemos vacinando tão rápido quanto a Turquia, teríamos
alcançado uma proporção da população duas vezes maior, e se tanto quanto o
Chile, dez vezes maior.
A falta de vacinas
é o principal gargalo. Impressiona a negligência com as aquisições, dado que,
desde o início da pandemia, foram desembolsados R$ 528,3 bilhões em medidas de
combate à pandemia, incluindo os custos adicionais de saúde e gastos para
mitigação da deteriorada situação econômica.
A redução do nível
da atividade nos custou uma perda de arrecadação tributária apenas no âmbito
federal de 6,9%, aproximadamente R$ 58 bilhões, e o atraso na vacinação irá
custar em termos de produto ou renda não gerada nada menos do que estimados R$
131,4 bilhões em 2021, supondo uma recuperação retardatária em 2 trimestres.
Nesta perspectiva, a relação benefício custo da vacina é da ordem de seis vezes
para cada real gasto na sua aquisição e aplicação. A insuficiente oferta de
vacinas no país não se deve ao seu elevado custo, nem à falta de recursos
orçamentários, mas à falta de prioridade atribuída à vacinação.
O quadro atual
ainda poderá deteriorar-se muito se não houver esforços efetivos de coordenação
nacional no apoio a governadores e prefeitos para limitação de mobilidade.
Enquanto se busca encurtar os tempos e aumentar o número de doses de vacina
disponíveis, é urgente o reforço de medidas de distanciamento social. Da mesma
forma é essencial a introdução de incentivos e políticas públicas para uso de
máscaras mais eficientes, em linha com os esforços observados na União Europeia
e nos Estados Unidos.
A controvérsia em torno dos impactos econômicos do distanciamento social reflete o falso dilema entre salvar vidas e garantir o sustento da população vulnerável. Na realidade, dados preliminares de óbitos e desempenho econômico sugerem que os países com pior desempenho econômico tiveram mais óbitos de Covid-19. A experiência mostrou que mesmo países que optaram inicialmente por evitar o lockdown terminaram por adotá-lo, em formas variadas, diante do agravamento da pandemia – é o caso do Reino Unido, por exemplo.
Estudos mostraram que diante da
aceleração de novos casos, a população responde ficando mais avessa ao risco
sanitário, aumentando o isolamento voluntário e levando à queda no consumo das
famílias14 mesmo antes ou sem que medidas restritivas formais sejam adotadas. A
recuperação econômica, por sua vez, é lenta e depende da retomada de confiança
e maior previsibilidade da situação de saúde no país. Logo, não é razoável
esperar a recuperação da atividade econômica em uma epidemia descontrolada.
O efeito devastador da pandemia sobre a economia tornou evidente a precariedade do nosso sistema de proteção social. Em particular, os trabalhadores informais, que constituem mais de 40% da força de trabalho, não têm proteção contra o desemprego. No ano passado, o auxílio emergencial foi fundamental para assistir esses trabalhadores mais vulneráveis que perderam seus empregos, e levou a uma redução da pobreza, evidenciando a necessidade de melhoria do nosso sistema de proteção social. Enquanto a pandemia perdurar, medidas que apoiem os mais vulneráveis, como o auxílio emergencial, se fazem necessárias.
Em paralelo, não devemos adiar mais
o encaminhamento de uma reforma no sistema de proteção social, visando
aprimorar a atual rede de assistência social e prover seguro aos informais. Uma
proposta nesses moldes é o programa de Responsabilidade Social, patrocinado
pelo Centro de Debate de Políticas Públicas, encaminhado para o Congresso no
final do ano passado.
Outras medidas de
apoio às pequenas e médias empresas também se fazem necessárias. A experiência
internacional com programas de aval público para financiamento privado voltado
para pequenos empreendedores durante um choque negativo foi bem-sucedida na
manutenção de emprego, gerando um benefício líquido positivo à sociedade. O
aumento em 34,7% do endividamento dos pequenos negócios durante a pandemia
amplifica essa necessidade. A retomada de linhas avalizadas pelo Fundo
Garantidor para Investimentos e Fundo de Garantia de Operações é uma medida
importante de transição entre a segunda onda e o pós-crise.
Estamos no limiar
de uma fase explosiva da pandemia e é fundamental que a partir de agora as
políticas públicas sejam alicerçadas em dados, informações confiáveis e
evidência científica. Não há mais tempo para perder em debates estéreis e
notícias falsas. Precisamos nos guiar pelas experiências bem-sucedidas, por
ações de baixo custo e alto impacto, por iniciativas que possam reverter de
fato a situação sem precedentes que o país vive.
Medidas
indispensáveis de combate à pandemia: a vacinação em massa é condição sine qua
non para a recuperação econômica e redução dos óbitos.
1. Acelerar o ritmo da vacinação. O maior gargalo para aumentar o ritmo da vacinação é a escassez de vacinas disponíveis. Deve-se, portanto, aumentar a oferta de vacinas de forma urgente. A estratégia de depender da capacidade de produção local limitou a disponibilidade de doses ante a alternativa de pré-contratar doses prontas, como fez o Chile e outros países. Perdeu-se um tempo precioso e a assinatura de novos contratos agora não garante oferta de vacinas em prazo curto.
É
imperativo negociar com todos os laboratórios que dispõem de vacinas já
aprovadas por agências de vigilância internacionais relevantes e buscar antecipação
de entrega do maior número possível de doses. Tendo em vista a escassez de
oferta no mercado internacional, é fundamental usar a política externa –
desidratada de ideologia ou alinhamentos automáticos – para apoiar a obtenção
de vacinas, seja nos grandes países produtores seja nos países que têm ou terão
excedentes em breve.
A vacinação é uma
corrida contra o surgimento de novas variantes que podem escapar da imunidade
de infecções passadas e de vacinas antigas. As novas variantes surgidas no Brasil
tornam o controle da pandemia mais desafiador, dada a maior transmissibilidade.
Com o descontrole
da pandemia é questão de tempo até emergirem novas variantes.20 O Brasil
precisa ampliar suas capacidades de sequenciamento genômico em tempo real, de
compartilhar dados com a comunidade internacional e de testar a eficácia das
vacinas contra outras variantes com máxima agilidade. Falhas e atrasos nesse
processo podem colocar em risco toda a população brasileira, e também de outros
países.
2. Incentivar o uso
de máscaras tanto com distribuição gratuita quanto com orientação educativa.
Economistas estimaram que se os Estados Unidos tivessem adotado regras de uso
de máscaras no início da pandemia poderiam ter reduzido de forma expressiva o
número de óbitos. Mesmo se um usuário de máscara for infectado pelo vírus, a
máscara pode reduzir a gravidade dos sintomas, pois reduz a carga viral inicial
que o usuário é exposto. Países da União Europeia e os Estados Unidos passaram
a recomendar o uso de máscaras mais eficientes – máscaras cirúrgicas e padrão
PFF2/N95 – como resposta às novas variantes. O Brasil poderia fazer o mesmo,
distribuindo máscaras melhores à população de baixa renda, explicando a
importância do seu uso na prevenção da transmissão da Covid.
Máscaras com filtragem adequada têm preços a partir de R$ 3 a unidade. A distribuição gratuita direcionada para pessoas sem condições de comprá-las, acompanhada de instrução correta de reuso, teria um baixo custo frente aos benefícios de contenção daCovid-19.
Considerando o público do auxílio emergencial, de 68
milhões de pessoas, por exemplo, e cinco reusos da máscara, tal como recomenda
o Center for Disease Control do EUA, chegaríamos a um custo mensal de R$ 1
bilhão. Isto é, 2% do gasto estimado mensal com o auxílio emergencial. Embora
leis de uso de máscara ajudem, informar corretamente a população e as
lideranças darem o exemplo também é importante, e tem impacto na trajetória da
epidemia. Inversamente, estudos mostram que mensagens contrárias às medidas de
prevenção afetam a sua adoção pela população, levando ao aumento do contágio.
3. Implementar medidas de distanciamento social no âmbito local com coordenação nacional. O termo “distanciamento social” abriga uma série de medidas distintas, que incluem a proibição de aglomeração em locais públicos, o estímulo ao trabalho a distância, o fechamento de estabelecimentos comerciais, esportivos, entre outros, e – no limite – escolas e creches. Cada uma dessas medidas tem impactos sociais e setoriais distintos.
A melhor combinação é aquela que maximize os
benefícios em termos de redução da transmissão do vírus e minimize seus efeitos
econômicos, e depende das características da geografia e da economia de cada
região ou cidade. Isso sugere que as decisões quanto a essas medidas devem ser
de responsabilidade das autoridades locais.
Com o agravamento da pandemia e esgotamento dos recursos de saúde, muitos estados não tiveram alternativa senão adotar medidas mais drásticas, como fechamento de todas as atividades não-essenciais e o toque de recolher à noite. Os gestores estaduais e municipais têm enfrentado campanhas contrárias por parte do governo federal e dos seus apoiadores. Para maximizar a efetividade das medidas tomadas, é indispensável que elas sejam apoiadas, em especial pelos órgãos federais. Em particular, é imprescindível uma coordenação em âmbito nacional que permita a adoção de medidas de caráter nacional, regional ou estadual, caso se avalie que é necessário cercear a mobilidade entre as cidades e/ou estados ou mesmo a entrada de estrangeiros no país.
A necessidade de adotar um lockdown nacional
ou regional deveria ser avaliado. É urgente que os diferentes níveis de governo
estejam preparados para implementar um lockdown emergencial, definindo
critérios para a sua adoção em termos de escopo, abrangência das atividades
cobertas, cronograma de implementação e duração.
Ademais, é
necessário levar em consideração que o acréscimo de adesão ao distanciamento
social entre os mais vulneráveis depende crucialmente do auxílio emergencial.
Há sólida evidência de que programas de amparo socioeconômico durante a
pandemia aumentaram o respeito às regras de isolamento social dos
beneficiários. É, portanto, não só mais justo como mais eficiente focalizar a
assistência nas populações de baixa renda, que são mais expostas nas suas
atividades de trabalho e mais vulneráveis financeiramente.
Dentre a combinação
de medidas possíveis, a questão do funcionamento das escolas merece atenção
especial. Há estudos mostrando que não há correlação entre aumento de casos de
infecção e reabertura de escolas no mundo26. Há também informações sobre o
nível relativamente reduzido de contágio nas escolas de São Paulo após sua
abertura.
As funções da escola, principalmente nos anos do ensino fundamental, vão além da transmissão do conhecimento, incluindo cuidados e acesso à alimentação de crianças, liberando os pais – principalmente as mães – para o trabalho. O fechamento de escolas no Brasil atingiu de forma mais dura as crianças mais pobres e suas mães. A evidência mostra que alunos de baixa renda, com menor acesso às ferramentas digitais, enfrentam maiores dificuldade de completar as atividades educativas, ampliando a desigualdade da formação de capital humano entre os estudantes.
Portanto, as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a
reabrir em um esquema de distanciamento social. Há aqui um papel fundamental
para o Ministério da Educação em cooperação com o Ministério da Saúde na
definição e comunicação de procedimentos que contribuam para a minimização dos
riscos de contágio nas escolas, além do uso de ferramentas comportamentais para
retenção da evasão escolar, como o uso de mensagens de celular como estímulo
para motivar os estudantes, conforme adotado em São Paulo e Goiás.
4. Criar mecanismo
de coordenação do combate à pandemia em âmbito nacional – preferencialmente
pelo Ministério da Saúde e, na sua ausência, por consórcio de governadores –
orientada por uma comissão de cientistas e especialistas, se tornou urgente.
Diretrizes nacionais são ainda mais necessárias com a escassez de vacinas e
logo a necessidade de definição de grupos prioritários; com as tentativas e
erros no distanciamento social; a limitada compreensão por muitos dos pilares
da prevenção, particularmente da importância do uso de máscara, e outras
medidas no âmbito do relacionamento social. Na ausência de coordenação federal,
é essencial a concertação entre os entes subnacionais, consórcio para a compra
de vacinas e para a adoção de medidas de supressão.
O papel de liderança:
Apesar do negacionismo de alguns poucos, praticamente todos os líderes da
comunidade internacional tomaram a frente no combate ao Covid-19 desde março de
2020, quando a OMS declarou o caráter pandêmico da crise sanitária. Informando,
notando a gravidade de uma crise sem precedentes em 100 anos, guiando a ação
dos indivíduos e influenciado o comportamento social.
Líderes políticos,
com acesso à mídia e às redes, recursos de Estado, e comandando atenção, fazem
a diferença: para o bem e para o mal. O desdenho à ciência, o apelo a
tratamentos sem evidência de eficácia, o estímulo à aglomeração, e o flerte com
o movimento antivacina, caracterizou a liderança política maior no país. Essa
postura reforça normas antissociais, dificulta a adesão da população a comportamentos
responsáveis, amplia o número de infectados e de óbitos, aumenta custos que o
país incorre.
O país pode se sair
melhor se perseguimos uma agenda responsável. O país tem pressa; o país quer
seriedade com a coisa pública; o país está cansado de ideias fora do lugar,
palavras inconsequentes, ações erradas ou tardias. O Brasil exige respeito”.
EM TEMPO: Pelo andar da carruagem os empresários brasileiros eram felizes e não sabiam com o PT no governo. Parece-me que o Bozo é tão maluco que atrapalha o capitalismo, apesar de se dizer pró Mercado.
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