sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Basta de genocídio! Oxigênio para Manaus!

 

15 de janeiro de 2021

PCB do Amazonas

Uma cidade asfixiada: neste momento, a cidade de Manaus (AM) vive sua pior crise desde o início da pandemia de COVID-19.

Desde dezembro a rede privada de hospitais já anunciava a falta de vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em janeiro a situação rapidamente se agravou e vivemos dias de verdadeiro desespero.

Primeiro acabaram os leitos de UTI, depois os leitos comuns, chegando ao cúmulo de os atendimentos de urgência fecharem as portas.

Ao tomar posse, as primeiras medidas do prefeito David Almeida foram no sentido de abrir vagas no cemitério, pois o cenário estava dado. A quantidade de enterros por dia é maior do que a capacidade de sepultamento. Já há dias sem possibilidades de internação, quem tinha condições foi montando pequenos arremedos de UTIs domiciliares, comprando balões de oxigênio e os demais equipamentos necessários para tratar dos seus entes queridos em casa.

Essa semana, por fim, como uma cena de horror, com polícia plantada às portas de unidades de saúde, familiares sem notícias e os já exauridos profissionais da saúde forçados a turnos redobrados em meio à morte de colegas, familiares e pacientes, a demanda ultrapassa a capacidade de fornecimento de oxigênio hospitalar e os parcos esforços dos governos estadual e federal se provam insuficientes.

Um destino tão cruel que nenhuma obra de ficção jamais seria capaz de imaginar: pessoas morrendo asfixiadas em leitos de hospital por falta de planejamento e de ação. Ao lado dos pacientes em tratamento, lutando por cada fôlego que tomam, se acumulam cadáveres envoltos em plástico no mesmo leito onde morreram. Esse trágico cenário é resultado de uma política de morte, de precarização e negacionismo, que visa assegurar o lucro acima das vidas.

O governador Wilson Lima assistiu de braços cruzados quando, em abril de 2020, a rede de saúde do estado colapsou e, tão logo a “onda” arrefeceu, abandonou qualquer esforço de ampliação da rede para que o cenário não se repetisse, talvez por acreditar no discurso presidencial que vivíamos “o final da pandemia”.

Agora o cenário se repete, desta vez com crueldade redobrada, pois anunciada e prevista, alcançando o Amazonas a maior taxa de mortalidade do país com 141,8 mortos por 100 mil habitantes. Entre tentativas pífias de um fechamento mais rigoroso do comércio em dezembro, sem apresentar nenhuma alternativa à fome do povo, sem propor alguma medida que visasse remediar o fim prematuro do auxílio emergencial federal e sendo Manaus a capital nacional do desemprego e terceira colocada no ranking da informalidade, o Governo do Estado patina em ações inefetivas e não planejadas.

O atual prefeito, David Almeida, continua a defender um “tratamento preventivo” com medicações comprovadamente ineficientes. O Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve em Manaus para defender a cloroquina e, ainda por cima, não propôs nenhuma solução concreta para a crise e nem perspectiva de vacinação.

O presidente Jair Bolsonaro continua a negar a gravidade da crise e nada faz para enviar insumos emergenciais para o Amazonas, optando por culpar exclusivamente o governador pelo sangue que também mancha suas já encardidas mãos, fazendo jus ao que dizia durante sua campanha eleitoral em 2018: sua especialidade é matar. Assim como o Estado do Amapá ficou quase 20 dias sem energia elétrica sem que o Governo Federal prestasse qualquer tipo de auxílio, o Amazonas entra em calamidade sem oxigênio e sem saída para a crise.

O Norte do país segue abandonado pelo poder público. Neste momento precisamos de ajuda para dar visibilidade a grave situação em Manaus, que pode se repetir em outras cidades do país. Contamos com a solidariedade de classe de todos aqueles que sabem que a única forma de se preservar vidas é fora da lógica predatória do capital.

DENUNCIE!
OXIGÊNIO PARA MANAUS!
PELA CONSTRUÇÃO DO PODER POPULAR NO RUMO DO SOCIALISMO!

EM TEMPO: Essa situação prova o sucateamento do SUS e a ineficácia do governo burguês em atender os reclamos da população.

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