UJC - União da Juventude Comunista.
Que a cidade de Garanhuns é marcada pela desigualdade escolar entre o setor privado e público, isso já não é novidade. No entanto, com a pandemia da covid-19, pudemos ver como isso se deu na questão da flexibilidade e meios para garantir ao menos a prática escolar.
Devido ao momento grave em que o mundo
passa, a educação pública precisou ser encarada somente como prática escolar
doméstica não obrigatória, já as escolas privadas não mediram esforços para não
perder seus “clientes”, já que nesse âmbito a educação se torna uma mercadoria.
Em relação às aulas, as maiores escolas particulares da cidade conseguiram
retomar de forma remota suas atividades desde o mês de abril, o que só veio ser
possível, de forma tímida, no setor público do fim de maio ao início de junho.
No que diz respeito ao conteúdo
programático, o ensino público remoto de Garanhuns seguiu apenas o modelo
adotado pelo governo do estado: o de fechar parceria com a Fundação Lemann para
disponibilizar conteúdos produzidos pela mesma em um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Já os colégios privados, por sua vez, criaram seus próprios
“ambientes virtuais” com conteúdo elaborado pelo próprio corpo docente ou
utilizaram de suas filiais.
Chamamos atenção ao fato do governo do
Estado aceitar o ingresso do ensino público numa plataforma privada e com um
programa de ensino elaborado por uma entidade privada, demonstrando pouca
atenção para esse fato, em vez de unir todo corpo docente estadual e municipal
e criar sua própria plataforma de ensino, baseada nas especificidades de cada
escola e com cada professor das mesmas.
Será que Paulo Lemann, um dos homens
mais ricos do país e que declarou em abril que ‘crises são ótimos momentos de
oportunidade’, é tão conhecedor do ensino quanto o corpo docente das escolas? O
maior sintoma dessa desigualdade poderá ser sentida somente após o fim da
pandemia, onde é provável que boa parte dos estudantes do ensino privado já
iniciem em turmas diferentes e no ano correto em 2021, enquanto no ensino
público ainda estaria repondo o ano letivo de 2020.
Apoio: PCB de Garanhuns/PE
EM TEMPO: Evidentemente que o poder público está muito aquém de atender as reais necessidades da população juvenil no que diz respeito a oferta de uma boa qualidade do ensino, seja por falta de interesse, seja por não valorizar o professor, seja pela escassez de verba federal para educação e pelo desmonte do ensino público e gratuíto. Convém lembrar que no próximo ano a verba federal para a área militar será bem maior do que a que será destinada para educação. Além da expansão das Escolas Militares de cunho ideológico para atender os reclamos da Burguesia em detrimento do senso crítico e da formação curricular, preparando o aluno para a vida, independente do Mercado. Agora durmam com essa bronca
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