Yahoo Notícias, 24 de julho de 2020
Ex-presidente Lula
criticou Bolsonaro e charlatões sobre cloroquina (Photo by FABRICE COFFRINI/AFP
via Getty Images).
O ex-presidente Lula (PT) criticou a postura de Jair Bolsonaro e de seus apoiadores a
respeito do uso da cloroquina no tratamento da covid-19. Diversos estudos mostram que o medicamento não
tem eficácia contra o coronavírus.
"Isso é um convite à morte,
porque não é possível um cara que mal e porcamente foi tenente do exército, que
foi expulso, queira dar lições de remédio à ciência do mundo inteiro",
disse Lula em evento do diretório nacional do PT, nesta sexta-feira (24). Coordenada pelo ex-ministro da saúde
Arthur Chioro, a reunião tinha como objetivo tratar sobre as falhas do governo
Bolsonaro no enfrentamento da pandemia.
"A gente não pode permitir que
charlatões comecem a diagnosticar doenças e dar remédios para que as pessoas
sejam curadas. É preciso que haja uma coisa mais forte da área médica, está
naturalizado na opinião pública as 'bobajeiras' que o Bolsonaro fala",
acrescentou o ex-presidente. De acordo com o petista, é necessário
uma participação do partido e da comunidade médica para convencer a sociedade a
abandonar a ideia do uso da cloroquina.
"É preciso que a gente, com a
comunidade médica se mobilizando, convença sociedade que não é prudente tomar
esse remédio, é melhor aceitar e acatar recomendações médicas", disse. Lula também comentou que o presidente
norte-americano Donald Trump “foi obrigado a se desfazer das cloroquinas que
ele não queria” e enviá-las ao Brasil.
A ex-presidente Dilma Roussef (PT) também
participou da reunião e fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro. Segundo ela,
o presidente tomou atitudes deliberadas na gestão do novo coronavírus. "Acho que o grande problema do
Bolsonaro é que o ele optou, de forma deliberada, pela alternativa de infecção
do rebanho. Ou seja, ele quer que muitas pessoas no Brasil estejam infectadas e
aí ele acredita que nós poderemos minimizar os efeitos da pandemia. Não
interessa quantos morram, porque é apenas uma 'gripezinha' e por aí",
disse ela.
Outro ponto abordado pela petista foi
o índice de testagem no Brasil, que ela considera pequeno. Na avaliação de
Dilma, é importante “denunciar” o baixo volume de testes realizados no país. "Não é possível, é inviável, ter
qualquer política e qualquer gestão sobre a pandemia se nós não conseguirmos
fazer testes suficientes que permitam dizer quando fechar e quando
flexibilizar", afirmou.
Foram registrados no Brasil 2.287.475 casos e
84.082 mortes confirmadas pelo novo coronavírus, segundo os últimos dados
divulgados pelo Ministério da Saúde.
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