sexta-feira, 5 de junho de 2020

OAB, ABI, CNBB e outras entidades recomendam não ir a atos no domingo


PODER 360 - Mateus Maia

© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil. Ofício é assinado pelo presidente da OAB, Felipe Santa Cruz

Associações de bispos, advogados, jornalistas, ciência e direitos humanos divulgaram nota nesta 6ª feira (5.jun.2020) recomendando a todas as pessoas a não irem aos protestos marcados para este domingo (7.jun). Por conta da pandemia de covid-19, dizem que não é o momento de ir às ruas e pedem cuidado com “armadilhas” de extremistas.

“O desejo cidadão de flexibilizar o isolamento social para sair às ruas em defesa da democracia e da Constituição não pode ser realizado agora, considerando-se os riscos de contaminação. É uma atitude legítima diante do discurso autoritário que se alastra pelo país, em momento tão grave. Porém, com lucidez, não se deve cair na armadilha de grupos extremados, cujo único objetivo é o de provocar confrontos, gerando instabilidade e comprometendo a cidadania.”

Assinam o documento Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil); Felipe Santa Cruz, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil); José Carlos Dias, presidente da Comissão Arns; Luiz Davidovich, presidente da ABC (Academia Brasileira de Ciências); Paulo Jeronimo de Sousa, presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa); e Ildeu de Castro Moreira, presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

No texto, as entidades pedem que a luta contra a pandemia seja pautada na ciência e reiteram a solidariedade para com as famílias das vítimas do coronavírus no Brasil. Até esta 6ª feira (5.jun), o país havia registrado mais de 35 mil mortes por covid-19.

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As associações dizem ainda que a crise sanitária tem sido “minimizada” pelas autoridades brasileiras e que não há 1 plano conjunto para a Saúde. Além disso, ressaltam a lentidão da liberação dos recursos para o combate à doença. Por fim, dizem que é preciso manter o distanciamento e defender as instituições.

Outros grupos também já desencorajaram os protestos antifascistas neste fim de semana. Carta assinada por líderes de oposição no Senado pede que a população não vá às ruas contra o governo Bolsonaro. Argumentam ser necessário “ampliar a comunicação com a sociedade em prol do distanciamento social” devido à seriedade da pandemia no Brasil.

O próprio presidente Jair Bolsonaro indicou que pode fazer uso da Força Nacional e que tem a “certeza” de que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), vai tratar manifestantes de grupos antifascistas “com a dureza da lei” que “eles merecem”.

Os grupos chamados de “marginais”, “maconheiros” e “terroristas” pelo presidente são formados por pessoas que se opõem ao governo federal. Eles se autodenominam “antifascistas” e criticam as pautas dos protestos bolsonaristas, que estão sendo realizados consecutivamente aos domingos, com a presença do próprio presidente.

EM TEMPO: Na realidade as entidades signatárias do documento de alerta, têm a preocupação em preservar a integridade física das pessoas do Movimento Antifascista  diante dos possíveis ataques dos agentes infiltrados/milicianos e provocadores que irão tumultuar a legítima manifestação da população em defesa da Democracia e Pela Vida. A exemplo do que ocorreu recentemente em Curitiba onde numa manifestação pacífica contra o racismo, os milicianos infiltrados tocaram fogo no Tribunal de Justiça e pintaram com os desenhos da foice e o martelo. 

 


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