Está rindo de quem? (Grifo do Blog) |
7 de junho de 2020
Foto: AP Photo/Eraldo
Peres
O jornal britânico Financial Times
publicou em sua edição digital neste domingo um duro editorial contra o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido), colocando em xeque seu
compromisso com a democracia e as instituições democráticas do país.
No texto, a publicação lembra das participações do presidente em manifestações que traziam bandeiras como a defesa do fechamento do Congresso e do STF, além de pedidos de intervenção militar. Outro episódio trazido como exemplo foi o da saída do secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, depois da divulgação de um vídeo com referências diretas ao ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels.
O Financial Times recorda o passado
militar de Bolsonaro, e como ele colocou dezenas de militares em cargos de alto
escalão, traçando um paralelo com a transição para a democracia depois da
ditadura. Uma transição que levou à Constituição de 1988 e à consolidação de
instituições que, segundo o editorial, estão na mira do presidente.
"Essas instituições atraíram a
ira de Bolsonaro. Ele está particularmente bravo com a investigação da Suprema
Corte sobre uma alegada operação relacionada a fake news envolvendo um de seus
filhos", referência ao inquérito hoje em curso no Supremo Tribunal Federal
e que pode atingir o vereador Carlos Bolsonaro. Os comentários do ministro
Celso de Mello, comparando a situação do Brasil com a da Alemanha nazista,
foram lembrados.
O jornal afirma que é cada vez mais
evidente o temor de que o presidente use a crise com o Legislativo e o
Judiciário para levar adiante, de acordo com o texto, uma "intervenção
militar" diante da queda de sua popularidade e dos sérios problemas
sanitário e econômico. Por outro lado, o Financial Times diz acreditar que as
Forças Armadas não embarcarão em uma tentativa de golpe e que, até agora, as
instituições têm se mantido fortes e com apoio popular. O que não deveria ser
interpretado como garantia da democracia.
"Outros países deveriam prestar atenção: os
riscos para a maior democracia da América Latina são reais, e estão
aumentando", conclui o jornal.
EM TEMPO: É uma vergonha para nós brasileiros termos um Presidente dessa qualidade e genocida. Agora durmam com essa bronca.
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