quarta-feira, 13 de maio de 2020

PSOL pede investigação de negociação de verba do coronavírus com Centrão

A sede da PGR, em Brasília

Natália Portinari
O Globo13 de maio de 2020

BRASÍLIA - O PSOL pediu, nesta quarta-feira, que a Procuradoria-Geral da República(PGR) investigue a negociação entre o governo federal e o Centrão sobre a distribuição da verba do Ministério da Saúde para o combate ao coronavírus. 

O GLOBO revelou ontem que o governo federal pediu a deputados aliados, de partidos do Centrão, indicações de quais municípios deverão receber parte da verba emergencial. Cada partido teve a oferta de um valor fixo pelo governo, estipulado pelo ministro da Secretaria de Governo Luiz Eduardo Ramos, e decidiu como distribuir os valores entre seus deputados. A média de indicação individual foi de R$ 10 milhões, mas líderes tiveram direito a valores mais altos.

Fora incluídos partidos do Centrão, como PP, PL, Republicanos, MDB e Patriota, com a contrapartida de fidelidade em votações. A negociação da verba não foi atrelada a nenhuma votação específica, mas serve para barrar o andamento de um possível processo de impeachment, segundo deputados.
A representação do PSOL diz que "é ilegal e imoral trocar verbas na área da saúde por apoios políticos". "Diante de tão severa crise sanitária, que escara desigualdades socioeconômicas e étnico-raciais, é indispensável que os recursos públicos sejam utilizados estritamente dentro de critérios técnicos, e não em troca de apoios político-partidários", diz o documento, pedindo que sejam apurados os crimes de prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
A verba que será utilizada para os pagamentos é do orçamento de custeio extra do Ministério da Saúde para o combate ao coronavírus no Brasil. Ao contrário do que ocorre com emendas parlamentares, a verba não seria associada ao nome dos deputados nos portais de transparência. Trata-se de um apadrinhamento informal.
A reportagem procurou a Secretaria de Governo, mas o órgão não se pronunciou sobre a negociação com os partidos do Centrão.
A promessa de verba extra é a mesma forma de negociação utilizada pelo governo Bolsonaro no ano passado para a aprovação da reforma da Previdência. Mesmo deputados novatos, que não tinham direito a emendas, apadrinharam uma soma de ao menos R$ 1,2 bilhão, segundo um levantamento do GLOBO.

EM TEMPO: Na  democracia burguesa a população eleitoral é convocada de 2 em 2 anos para eleger os seus carrascos. São aqueles políticos, representantes da burguesia,  que vão lhe explorar e lhe oprimir no próximo período. Daí a necessidade de procurarmos melhorar a qualidade do voto. Agora durmam com essa bronca. 

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