Andre Borges/AP Photo |
RESUMO DA NOTÍCIA
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“Faltam
consistência, conhecimento, discernimento estratégico” ao presidente Jair
Bolsonaro para liderar um plano de combate ao novo coronavírus.
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Avaliação
é do general da reserva Maynard Santa Rosa, ex-chefe da Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência; ministros competentes geram insegurança no
presidente, diz.
“Faltam
consistência, conhecimento, discernimento estratégico” ao presidente Jair
Bolsonaro para liderar um plano de combate ao novo coronavírus. A avaliação é
do general da reserva Maynard Santa Rosa, ex-chefe da Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência, para quem o incômodo do ex-capitão a ministros
competentes advém da insegurança.
As declarações
foram dadas em entrevista à revista Época, à qual Santa Rosa, no entanto, disse
ver em Bolsonaro “uma pessoa idealista, inteligente”.
“É muito
intuitivo, mas não vai conseguir dar a guinada que o Brasil precisa. Ele [no
governo] está prestando um serviço ao país. Depois vai ter de vir alguém com
mais consistência para colocar o barco na rota. O presidente tem uma
personalidade um pouco rebelde. Por um lado, pode ser bom. Por outro lado, tem
esses inconvenientes. Ele teve o mérito de tirar o PT e ensejar uma mudança de
ares no país. Entendo que esse governo, presidido por ele, está numa transição.
Ele não tem um projeto”, admitiu.
Questionado
sobre a atuação do presidente ante a crise gerada pela pandemia de coronavírus,
Santa Rosa definiu: “Ele não tinha noção do problema. Agora, já faz um juízo
mais adequado da situação e demonstra que tomou uma posição”, comentou. “É
importante que ele esteja à frente de tudo, acho que já se recuperou dessa
indecisão. Antes, foi uma espécie de imaturidade. Cabia ao presidente apoiar o
ministro Luiz Henrique Mandetta e ajudá-lo a reforçar, validar o que ele estava
fazendo, e não se contrapor a ele. Como ele [presidente] mostrou ambiguidade, e
viu que não deu certo, caiu em si”, completou.
O general também
confirmou que o presidente se incomoda demais quando um ministro se destaca –
como ocorrera com o titular da Justiça, Sergio Moro, meses atrás. “Senti isso.
De memória, só me lembro do caso do ministro Sergio Moro. Isso para mim
significa insegurança”.
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Pesquisadores hoje
“trabalham de forma feudal”, diz militar
Santa Rosa
dirigiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) até pedir exoneração.
Questionado se caberia à SAE auxiliar o presidente neste momento, ele afirmou
que apenas de forma indireta.
“Um dos sete
temas propostos por nós ao presidente era ter um programa para erradicar as
moléstias tropicais do Brasil. Inclusive, chegamos a influir não só no
Ministério da Saúde, mas também no Ministério da Ciência e Tecnologia, nos
órgãos de pesquisa, na Fiocruz e no Instituto Evandro Chagas para revitalizar
esses institutos e para ter um programa que visasse à erradicação das
principais moléstias tropicais. A intenção era erradicar a malária, a
leishmaniose e a doença de Chagas, principalmente porque já existe tecnologia e
os recursos necessários não são muito grandes. O coronavírus não existia
(ainda), mas as epidemias são questões mundiais. E a SAE poderia ajudar no
papel da integração”, disse.
Conforme o
militar, os pesquisadores hoje “trabalham de forma feudal”. “Tanto as
instituições como os cientistas não operam em uma rede que integre e estabeleça
objetivos a serem alcançados. Trabalham de forma isolada. Nossa meta era criar
uma rede integradora e estipular metas”.
No entanto,
comentou, quando Gustavo Bebianno foi tirado da Secretaria-Geral da
Presidência, à qual a SAE estava subordinada, o presidente o chamou e também ao
general Floriano Peixoto Vieira Neto. “Ele era o adjunto [do Ministério] e eu
era chefe da SAE. O presidente resolveu colocar o Floriano como ministro da
Secretaria. O argumento que o presidente achou foi que ele é mais novo. Eu me
senti um fóssil [risos].”
EM TEMPO: Os militares que conhecem o ex-capitão Bolsonaro, conhecedores da sua indisciplina na caserna e que entendem de geopolítica jamais deveriam apoiá-lo, para Presidente, nas Eleições de 2018. Mesmo porque não há indicativo que eles não tenham sido prestigiados nos governos do PT. O hoje Presidente, Bolsonaro, é uma bomba chiando no colo das Forças Armadas, provocando o desgaste, e um perigo para a América Latina ao ser subserviente ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Um Presidente ciumento é demais, uma vez que o mesmo disputa o espaço político com os seus pares. Agora durma com essa bronca.
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