Postado por Magno Martins em 03.08.2019
FolhaPress -
Phillipe Watanabe
Pesquisadores brasileiros dizem que a exoneração de
Ricardo Galvão, diretor do Inpe, não é surpreendente, mas ainda assim é
chocante e pode prejudicar a imagem externa do país.
O ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia)
decidiu exonerar nesta sexta (2) o diretor do Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão, após críticas a dados sobre desmatamento
considerados sensacionalistas pelo governo.
Em nota, Carlos Rittl, secretário-executivo do
Observatório do Clima, uma rede de 47 organizações da sociedade civil, diz que
a exoneração é lamentável, mas esperada. "Ele selou seu destino ao não se
calar diante das acusações atrozes de Jair Bolsonaro ao Inpe. Ao reagir, Galvão
também preservou a transparência dos dados de desmatamento, ao chamar a atenção
da sociedade brasileira e da comunidade internacional para os ataques sórdidos,
autoritários e mentirosos de Bolsonaro e Ricardo Salles à ciência do
Inpe."
Rittl também afirma que a imagem do Brasil fica
comprometida pela "cruzada contra os fatos".
Ronald Cintra Shellard, diretor do Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas, também disse que, apesar de esperada, a
exoneração é chocante. Segundo Shellard, a demissão pode prejudicar a imagem do
Brasil no exterior. "Esse evento vai trazer uma reputação para o país
muito séria. Vai ter consequência muito negativa sobre como o país trata os
cientistas."
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