Coordenação Nacional
da Unidade Classista.
Enquanto centenas de milhares de
pessoas iam às ruas neste dia 13/08 para protestar contra os cortes na educação
pública e a reforma da Previdência, a maioria dos deputados, insensível às
manifestações populares contrárias ao desmonte da legislação social no Brasil,
aprovou, por 345 votos a favor, 76 votos contra e uma abstenção, o texto-base
da medida provisória da “Liberdade Econômica” (MP 881), que aprofunda os
ataques aos direitos dos trabalhadores.
O texto aprovado manteve a permissão de
trabalho aos domingos e feriados, mas estabeleceu que os empregadores terão de
permitir o descanso dos trabalhadores aos domingos pelo menos uma vez a cada quatro
semanas, como se isso representasse alguma compensação!
A MP 881/19 intensifica os ataques contra a classe trabalhadora em nome de uma
suposta desburocratização, avançando de forma selvagem e aprofundando a
retirada de direitos realizada na Reforma Trabalhista do governo Temer. Segundo
a Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat), “houve desprezo a
princípios de solidariedade e de proteção, de garantias e de afirmação
democrática e poderá ter caminhos legislativos atalhados, frustra a própria
atividade parlamentar e exclui a sociedade do debate de tão significativas
alterações”.
Os ataques distribuídos entre os vários
artigos permitem a extinção da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPAs), aumenta a jornada de trabalho de várias categorias, autoriza o
trabalho aos domingos e férias sem negociação coletiva, suspende os efeitos das
normas regulatórias sobre a saúde e segurança do trabalho além de não limitar
as restrições da jornada dos trabalhadores rurais.
A Medida Provisória da “Liberdade
Econômica” na verdade é o instrumento jurídico de aprofundamento da Reforma
Trabalhista, aumentando a precarização, desrespeitando o meio ambiente e
colocando a saúde e a vida da classe trabalhadora em risco.
SERVIDORES PÚBLICOS NA MIRA DE BOLSONARO:
ACABAR COM A REGRA DE ESTABILIDADE PARA DEMITIR À VONTADE
No dia 10 de julho, a Comissão de Assuntos Sociais do senado (CAS) aprovou o
projeto de Lei que regulamenta a demissão de servidores públicos utilizando
como critério a insuficiência de desempenho do trabalhador. Esse projeto, o PLS
116/2017 é de autoria de Maria do Carmo (DEM-SE) e a relatoria, da senadora
Juíza Selma (PSL). Acaba com a estabilidade e joga no lixo cláusulas
constitucionais. A proposta que ainda deve ser apresentada ao pleno da Câmara
aponta que o funcionário público só terá sua estabilidade adquirida após três
anos de serviços, porém, sendo avaliado de forma periódica.
A demissão por “mau desempenho” será
incluída, caso aprovada, na Emenda Constitucional 19. Sendo um ponto central do
que o governo está chamando de Reforma Administrativa do Estado. O projeto de
Lei atinge todas as esferas dos entes federativos sendo seguidos pelo governo
Federal, Estados, distritos e municípios.
“Estamos fazendo um trabalho detalhado
para que a prestação do serviço público seja mais eficiente. Queremos acabar
com as distorções existentes, e uma delas é a estabilidade. O tema é delicado,
mas será enfrentando por esse governo”, disse um técnico que acompanha as
discussões.
A declaração do técnico evidencia que
os critérios de desempenho são questionáveis, abrindo espaços para uma prática
antissindical e de perseguição política aos trabalhadores. É preciso estar
atento e organizar todos os servidores públicos nas esferas federais,
estaduais, distritais e municipais para reagir e lutar, pois a cada
movimentação, percebemos o desenho de outro ataque e retirada de direitos
contra a classe trabalhadora.
REESTRUTURAÇÃO SINDICAL: GOVERNO
FEDERAL E DEPUTADOS ARTICULAM ATAQUE CONTRA TRABALHADORES
Segundo o jornalista Guilherme Amado (Revista Época), teve inicio no Congresso
uma articulação entre deputados para apresentarem um projeto de reestruturação
sindical. A ideia é apresentar ainda em agosto um projeto de emenda
constitucional que está em fase de redação pelo deputado do PP da Paraíba,
Aguinaldo Ribeiro.
Consta na matéria que essa articulação
vem sendo costurada entre os congressistas e tem a participação do presidente
da Câmara Rodrigo Maia/DEM, pois tenta antecipar essa proposta de
reestruturação que segundo alguns parlamentares, se for apresentada pelo
governo pode despertar desconfiança do movimento sindical e dos partidos de
oposição.
São quatro pontos centrais que estão
sendo planejados para essa reestruturação sindical e que podem modificar
totalmente a forma como os trabalhadores se organizam, além de diminuir o
número de sindicatos.
1 – Só terão direitos as conquistas e
aos benefícios conquistados em Acordos Coletivos os trabalhadores filiados,
deixando de fora os que não contribuem;
2 – A não interferência do Estado na
relação Capital X Trabalho, assim também como não será mais necessária à carta
sindical (ou autorização de órgãos do governo para existir);
3 – Pretende criar um Conselho com
representantes dos empresários, dos sindicalistas, da OAB e do Ministério
Público que será responsável por criar novas regras para as Centrais Sindicais
e estabelecer a forma de valor/contribuição sindical;
4 – Trata da representatividade
sindical. Ao mesmo tempo que libera da necessidade de autorização, pretende impor
um aumento progressivo de filiados para continuar representando sua categoria.
Exemplo: o sindicato tem que ter no mínimo 10% de filiados da categoria no
primeiro ano e deve crescer proporcionalmente até atingir 50% em 10 anos.
Enfim, a classe trabalhadora deve estar
preparada, pois os ataques para retirada de direitos e fragilizar os
instrumentos de luta estão na mira do governo e dos deputados que estão nessa
guerra para executar um parlamentarismo de novo tipo.
UNIDADE CLASSISTA! FUTURO SOCIALISTA!
EM TEMPO: Na Democracia Burguesa, a população é
convocada de 2 em 2 anos para eleger os seus "carrascos". Ou melhor,
aqueles representantes da burguesia que vão lhe explorar e oprimir no próximo
período. Sem muito arrodeio os trabalhadores devem escolher aqueles
representantes que possam se opor aos interesses das Classes Dominantes do
país. Aqui em Garanhuns/PE, nas Eleições de 2018, para os Parlamentos Estadual
e Federal, a maioria da população votou demasiadamente nos candidatos de
Direita. Portanto, a esperança por dias melhores fica cada vez mais
difícil.
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