© Henry Milleo/Fotoarena O procurador Deltan Dallagnol |
Estadão Conteúdo
O procurador e
chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato em
Curitiba, Deltan Dallagnol, recorreu ao seu perfil no Twitter para rebater
acusações de que procuradores da Operação Lava Jato driblaram a lei para obter
dados sigilosos da Receita Federal. “Mais acusações falsas contra a Lava Jato.
A Receita passou informações para o MP (Ministério Público) na Lava Jato em
três situações, sempre com amparo na lei”, escreveu.
Mensagens obtidas
pelo site Intercept Brasil e analisadas em conjunto pelo jornal Folha de
S.Paulo mostram que integrantes da força-tarefa no Paraná buscaram informações junto à
Receita Federal diversas vezes sem a autorização da Justiça
para a quebra do sigilo fiscal das pessoas investigadas. Para isso, teriam
contado com a cooperação do auditor fiscal Roberto Leonel que comandou a área
de inteligência do Fisco em Curitiba até 2018 e, este ano, assumiu o Conselho
de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
De acordo com
Dallagnol, a Receita passou informações para o Ministério Público no âmbito da
Lava Jato nas seguintes situações: “Quando houve quebra de sigilo fiscal
decidida por juiz; quando o MP requisitou informações fiscais, poder dado pela
Lei Complementar 75/93 e reconhecido em atos e decisões da Administração
Pública e do Judiciário e, por fim, quando a Receita identificou indícios de
crimes, em apuração de iniciativa própria ou a partir de informações recebidas
do Ministério Público, de outros órgãos ou de cidadãos”.
O promotor afirmou
ainda que a Receita Federal tem liberdade de apurar atos ilícitos a partir de
notícias que recebe e de comunicá-los ao Ministério Público. “Uma função
central dos Escritórios de Pesquisa e Inteligência, como aquele que o auditor
Roberto Leonel chefiava, é exatamente fazer pesquisa e investigação. A
obrigatoriedade da comunicação dos indícios de crimes ao MP está prevista no
art. 5º da Portaria 671/14”, acrescentou.
Por fim, Dallagnol
mencionou post do procurador da República do MPF em Goiás, Helio Telho, para
rebater críticas à relação da força tarefa com a Receita Federal. “O colega
@HelioTelho explica que a cooperação entre Receita e Ministério Público é
legal, legítima e desejável. Na Lava Jato, já resultou em mais de 24 bilhões em
créditos tributários”, disse.
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